sexta-feira, 28 de junho de 2024

OS CATÓLICOS NAS ATUAIS ELEÇÕES EM FRANÇA. Selvino Antonio Malfatti.

 

A semana de 6 a 9 de junho ocorreu as eleições para o Parlamento Europeu. O grupo de Centro Direita- O Partido Popular Europeu (PPE)- é o maior e o mais antigo grupo político no Parlamento Europeu. Fundamentalmente é originário do Partido da Democracia cristã, presente na maioria dos países europeus, após a democratização do após Guerra. 

Nesta eleição o partido, de Emmanel Macron, Renascimento, foi um perdedor.  Macron ficou tão furioso com a derrota contra sua rival Marine Le Pen que dissolveu o parlamento francês e convoca novas eleições para julho. No espectro político francês e dentro da direita destaca-se o segmento dos católicos.

O resultado das eleições pode levar a três situações:

1.   Emmanel Macron, do partido Renascimento, misto de direita e esquerda, vence as eleições com maioria absoluta. Neste caso reconduz seu primeiro Ministro Gabriel Attal. No entanto é muito improvável, pois tem pela frente o partido de Marine le Pen, Rassemblement National, e a coligação da .esquerda,  Nova Frente Popular.

2.   Macron vence com maioria relativa. Deve apelar para alianças.

3.   Nenhum partido obtém maioria. Indefinição total.

4.   Um terceiro partido obtém maioria. Neste caso Macron deverá deixar o partido vencedor formar o ministério. Será a “coabitação”.

È neste contexto que o eleitorado católico precisará decidir entre os principais partidos: quatro principais partidos políticos em disputa – Nova Frente Popular, Ensemble, Les Républicains e Reagrupamento Nacional – e seus 577 candidatos.

Lidera a pesquisa do Ifop-Fiducial o Reagrupamento Nacional (RN) Marine Le Pen com 36,5%, em segundo vem Nova Frente Popular (NFP) com 29%, o Ensemble com 20,5% (do presidente Macron), e os Republicanos com 7% das intenções de votos.

Nas eleições europeias de 2024 o eleitorado católico mostrou-se disperso e radicalizado, oque contradiz sua postura habitual de avesso aos extremismos, mas mudou na última década. Estudos recentes como dos sociólogos Guy Michelat e Michel Simond, demonstram estas mudanças. Algumas conclusões são significativas: nem todos os católicos votam como católicos (a fé não determina o voto). Isto só acontece com os católicos praticantes (frequência à missa) e 70%, são de direita, isto é, do governo, herdeiros do gaullismo e da “democracia cristã”. Formam um grupo de oposição à Frente Nacional. Os católicos não praticantes preferem o lepenismo, seguidores de Marine le Pen, da extrema direita.

A maioria dos católicos foi de direita. Com isso atuaram como estabilizadores e moderadores na política dentro da direita europeia. Parece, porém, que as escolhas políticas dos católicos estão mudando. Agora se alinham ou á extrema direita ou extrema esquerda. Isto devido em parte ao crescimento do islamismo. Os líderes Le Pen, Zemmour, Dupont-Aignan e Lassalle, de direita, obtiveram 42 % dos votos expressando um claro protesto. Uma atração especial imanta nos católicos pelo partido Reconquete!, de extrema direita, liderado por Éric Zemmour. Teme a substituição da raça branca cristã da França pelos árabes e sua religião.

Conclusão.

Nem os católicos de direita, nem os de esquerda votarão em Macron, mas dispersarão os votos na direita.

 

RESULTADO DE 9 DE JUNHO:

RN - Rassemblement national       31,37%

Besoin d'Europe - Coalition Besoin d'Europe (Renaissance, Modem, Horizons, Parti Radical, Union des démocrates et indépendants)     14,60%

Réveiller l'Europe - Coalition Réveiller l'Europe (Parti socialiste, Place publique)     13,83%

LFI - La France Insoumise      9,89%

LR - Les Républicains    7,25%

LE - EELV - Les Écologistes - Europe Ecologie Les Verts 5,50%

La France fière - Coalition La France fière (Reconquête!, Centre national des indépendants et paysans)       5,47%

Gauche Unie - Coalition Gauche Unie (Parti communiste français, Gauche républicaine et socialiste)        2,3

 

 

                                      

 

 

 

                            

 

 

 

 


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