sexta-feira, 3 de junho de 2022

O IMPASSE ENTRE UCRÂNIA E RÚSSIA. Selvino Antonio Malfatti.

 



A guerra entre estes dois países entrou numa fase de impasse. A Rússia, com Vladimir Putin quer festejar vitória e Ucrânia, com Volodymyr Olexandrovytch Zelensky quer mostrar que não foi derrotada. Ao que transparece a Rússia perdeu o elã e Ucrânia se limita a se defender. O desfecho pode ser uma nova Guerra Fria.

A guerra entre Rússia e Ucrânia é um caso típico de um confronto entre nações democráticas e autocráticas. Para interpretar tal fenômeno buscamos inspiração no especialista em relações internacionais, o americano Michael W. Doyle, professor da universidade Columbia, à New York, em seu trabalho de “Liberal Peace”. Conforme ele países democráticas desenvolvem relações amigáveis, enquanto países de outros regimes mantêm relações hostis entre si. Para sustentar tal tese Doyle vale-se de Kant, na sua obra: “Paz Perpétua”.

Com efeito, Kant evidenciou que numa paz completa, ambas as partes não devem esconder nada, isto é, elementos para com vistas a uma guerra futura. Nos regimes democráticos a transparência é necessária enquanto que os regimes autoritários pode haver subterfúgios. Na democracia todas as medidas públicas devem passar pela imprensa, poder legislativo e judiciário. Nos regimes autocráticos prevalece exclusivamente a vontade do governo. Por isso, o princípio da transparência deve transparecer em todo o acordo e no todo do acordo.

Com efeito, o liberalismo se destacou em criar um ambiente de paz e confiança entre os estados igualmente liberais. À medida que o princípio da transparência prevalece sobre demais alternativas, ao mesmo tempo confirma uma mútua confiança entre estados. E antes que emerja a beligerância são feitas as negociações e os acordos entre as partes.

Não é de todo afastada a possibilidade de uma nova Guerra Fria. A primeira se caracterizou por todo tipo de hostilidades. Mas a pergunta: como convencer Putin e Xi Jinping para sentar à mesa estabelecer uma paz vantajosa para todos: Ucrânia, Rússia, China? Parece que até o momento não se vislumbram perspectivas. Claro que isto está intimamente ligado ao regime: de um lado uma democracia, Ucrãnia e de outro uma autocracia, a Rússia.

A democracia é um regime aberto, no qual a sociedade tem instrumentos de controle do poder: o poder legislativo, judiciário, as instituições e a liberdade de imprensa.

O governo soviético apoiado a ideologia, com política consciente, fundamentada num programa definido e dogmático, propõe-se modificar a sociedade de acordo com seus objetivos. O Partido, por sua vez, é o encarregado da preservação da pureza ideológica. Para tanto perpassa toda sociedade e no caso russo a própria consciência individual. Evidentemente para chegar a tal grau um longo caminho de traição, massacres e terror foram percorridos. A diferença de natureza e não apenas de grau com outros totalitarismos está precisamente no domínio das consciências. Os indivíduos foram de tal sorte pulverizados que necessariamente se sentem atraídos para o todo, e querem cair-lhe nos braços, porque de si próprios já não resta mais nada. A vertigem do todo envolve a todos na crença de que somente nele pode haver salvação. A alternativa de estar contra o regime produz a sensação de estar contra o todo e a favor do nada, ja que de si não tem mais nada.

No confronto bélico a Ucrânia levba desvantagem estratégicva e decisória. Qualquer decisão deve passar pelos órgãos competentes como parlamentio, judiciário, opinião pública.. KIsto leva tempo e as decisões são públicas, Qnquan to na Rússia a Duma apenas referenda, da mesma forma que o judiciário. No fundo é o secretário do partido que tem todo poder, como é o caso de Putin. 

 

 


Postagens mais vistas