sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A QUEDA - BERLINER MAUER. Selvino Antonio Malfatti















Em 1945, fim da Segunda Guerra Mundial.Tanto para os aliados ocidentais, como para os soviéticos, a Alemanha havia sido a responsável pela Guerra. O Terceiro Reich mereceu toda sorte de tratativas da parte dos vencedores, divergindo os ocidentais que queriam neutralizar militarmente a Alemanha e os soviéticos que queriam simplesmente apagá-la do mapa. 

O resultado das negociações, realizadas na Conferência de Yalta, de 4 a 11 de fevereiro de 1945, foi que os soviéticos decidiriam os destinos da Alemanha Oriental e os ocidentais decidiriam o lado Ocidental, ficando o norte para os ingleses, o oeste para os americanos e aos franceses o leste. Os quatro aliados ocupariam permanentemente a capital, Berlim, que também foi dividida em zona de influência soviética e zona de influência tríplice dos ocidentais.

Junto com a rendição alemã, maio de 1945, exigiu-se também o afastamento do governo. Para tanto, foi nomeada uma Comissão Aliada de Controle. Os soviéticos tomaram a iniciativa de organizar sua parte. De imediato os comunistas permitiram a organização dos antigos partidos, desde que fossem antinazistas. Foram reconhecidos os partidos: Partido Comunista da Alemanha, o Partido Socialdemocrata Alemão, a União Cristã Democrática e o Partido Liberal Democrático. 

Mas, acima dos partidos e controlados por ela, estava a Administração Militar soviética. A primeira medida dos soviéticos foi desmantelar toda a indústria e serviços da Alemanha Oriental, inclusive com seu pessoal, e transferi-lo para a URSS. As propriedades privadas foram confiscadas e decretou-se um reforma agrária radical. Como os resultados eleitorais não deram vitória ao partido comunista, em 1946 os soviéticos resolveram impor pela força o partido único, o Partido Alemão de Unidade Socialista, juntamente com um sindicato único. 

A estas medidas os aliados ocidentais se opuseram e os atritos levaram á criação de dois Estados alemães: a República Federal da Alemanha, em 10 de maio de 1949, dotada de uma Constituição Democrática, a Lei Fundamental de Bonn; e os soviéticos criaram a República Democrática Alemã, em sete de outubro do mesmo ano. E, para sustenta-la, em 1961, foi criado o Muro de Berlim, baseado num esboço já pré-existente – uma barreira que impedia o intercâmbio, dentro de Berlim, entre comunistas orientais e democratas ocidentais.

Com a Queda do Muro de Berlim não houve vitória militar dos democratas sobre o comunismo, mas capitulação do comunismo em favor do democracia. Foi um ato espontâneo demonstrando que a experiência vivida pelo comunismo malogrou. Um cadáver morto e abandonado. Ficaria como uma experiência fracassada exposta para o futuro. O bloco comunista, de Varsóvia a Berlim, rasgaram a cortina de ferro e ingressaram delberadamente na democracia. 

Em 1989 a Europa está em cima de um muro olhando para trás e para frente. Para trás lamentando. Para frente esperançosa.
Espera que de ora em diante a guerra fria tenha findado. A meia irmã da Alemanha, voltado à casa materna da Europa. Os olhos prolongam-se para um futuro antevendo que outros pedaços da Europa retornariam: Polônia, República Checa, Finlândia, Eslováquia, Hungria, em síntese, partes da antiga República socialista soviética, reduzindo-se à histórica Rússia. E por fim, esta mesma, não motu próprio, mas empurrada pelas circunstâncias, abandonou boa parte do socialismo econômico, espremendo-se  no círculo do político. Comparando-se a URSS de Stalin com a Rússia de Putin não se reconhece mais o mesmo sujeito político: o primeiro é um cadáver insepulto e o segundo, pouco a pouco atinge a maturidade.







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