sexta-feira, 12 de julho de 2019

O MODO DE SER EUROPEU ATRAVÉS DA PALAVRA-CHAVE. Selvino Antonio Malfatti


                                  Corriere della Sera -15 maggio 2019

Já que pelo Acordo entre o Mercosul e União Europeia nós brasileiros somos um pouco também europeus, vou apresentar uma pesquisa interessante, levada adiante pela Itália, através de seu jornal Corriere della Sera, sobre cidades e países europeus. 
Viajando pela Europa, pode-se surpreender a característica de cada cidade, e por tabela do país, através da incidência de uma palavra-chave. Ela se manifesta nas conversas, na comida, bebida, diversões, música, enfim é uma palavra recorrente do dia a dia da cidade.

Comecemos com a cidade de Berlim ou Estrasburgo na Alemanha. A palavra chave é “Abertura”. Pode-se identificá-la na arte, comida, música. Esta está subjacente em todas as aspirações populares. Tanto da parte da antiga oriental, como na ocidental. A abertura de Berlim é para unificar-se a outra parte e a abertura de Bonn é para acolher a parte separada e integrarem-se novamente.

Viajemos para a capital da Letônia, cidade Riga. A palavra mais ouvida é “independência”.  Isso se pode constatar no quotidiano como no ciclismo, golfe, peças teatrais, filmes, exposições, concertos, passeios e no ambiente familiar. Depois de terem se livrado dos russos, o que mais os letões querem é independência para serem eles mesmos, isto é, usufruírem do seu país, agora deles mesmos.

Deste país passemos para a Espanha. Tomemos como modelo a cidade de Sevilha. A esta cidade chegam imigrantes de toda a Europa, mormente italianos. A palavra chave é “limite”. O que mais se ouve é que: “eu quero, mas não posso”. Há limites de idade, pecuniários, familiares, políticos entre outros.

Já na Holanda, desponta a palavra “talento”. Exemplo disso é a cidade de Dublin. O talento constitui-se na rampa de propulsão, pela qual os jovens se projetam para o futuro, através do conhecimento digital.

Na Dinamarca encontramos a palavra “felicidade” cujo protótipo é a cidade de Copenhague. Nesta, parece que tudo funciona conforme os desejos pessoais: segurança no trânsito, rede social, liberdade pessoal, equilíbrio entre a vida privada e o trabalho.

Os gregos, vistos através de Atenas, externam o desejo de “mudança”, pois ainda está atravessada na garganta a vertigem do quase colapso, e a humilhação política. A mudança almeja é a vingança por tudo o que teve que suportar num passado recente.

Na República Checa, o termo que se sobressai é “contando”, haja vista a cidade de Praga. Apesar de exibir a mais baixa taxa de desemprego da União Europeia, é tudo virtual: empregos, rendimentos e perspectivas. Por isso, a palavra identificadora é contando que...
Na Polônia, Varsóvia, surpreende-se o termo compartilhar, mais como desejo que realidade. A dicotomia entre as políticas liberais e os desejos autárquicos e esforços em prol da Europa.

Em Estocolmo, Suécia, a confiança dos jovens é atribuída a “tech”, pois todos querem criar algo novo.

A ideia central dos jovens europeus com menos de trinta e cinco anos é: o futuro é a Europa.

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