sábado, 26 de março de 2016

Resurrexit sicut dixit, 

ALELUIA.








1. No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado.
2. Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro.
3. Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus.
4. Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes.
5. Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo?
6. Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos disse, quando ainda estava na Galiléia:
7. O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia.
8. Então elas se lembraram das palavras de Jesus.
9. Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos os demais.
10. Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa.
11. Mas essas notícias pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito.
12. Contudo, Pedro correu ao sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra. Depois, retirou-se para a sua casa, admirado do que acontecera.

https://www.youtube.com/watch?v=IUZEtVbJT5c

quarta-feira, 23 de março de 2016

LEONARDO PROTA: O EDUCADOR DAS HUMANIDADES. Selvino Antonio Malfatti





Coincidentemente no dia de São José, padroeiro do trabalhador, faleceu neste 19 de março de 2016, Leonardo Prota, um exemplo de trabalhador.
Nasceu na Itália em 1930, teve uma permanência no México, fez mestrado nos Estados Unidos, veio para o Brasil e naturalizou-se. Sua atuação sempre esteve ligada à área da educação, quer como docente, como dirigente de institutos de educação e como escritor. Seu maior destaque foi o estudo do Pensamento Brasileiro, as Humanidades e a constatação da existência das filosofias nacionais. Para o primeiro destacam-se os Colóquios Antero de Quintal e Tobias Barreto realizados alternadamente na Universidade de Londrina e Universidade Nova de Lisboa, reunindo professores e pesquisadores de filosofia. Para o segundo, Leonardo Prota, juntamente com Antonio Paim e Ricardo Vélez Rodrigues, é fundador do Instituto de Humanidades. Nele destacou-se na atividade editorial de divulgação de estudos humanísticos. E para o terceiro sua produção acadêmica.
Quando Prota inicia seu trabalho pedagógico, percebe que a educação brasileira se estribava nos princípios da educação americana, qual seja, era só pragmática e objetiva, nos moldes de John Dewey, visando apenas o mercado de trabalho. De humanidades estava completamente vazia. É então que se propõe inserir nela um cunho humanista. Nesta tarefa juntam-se a Antonio Paim e Ricardo Vélez e organizam um curso que contemplava plenamente o patrimônio das humanidades, desviando-se da rota americana e direciona-se para a europeia.
Esta preocupação de Prota com as humanidades deve-se a dois fatos na sua vida. O primeiro que sua formação básica calcou-se sobre a pedagogia da escola de Dom Bosco e em segundo sua tese de mestrado: “Um Modelo de Universidade”. A publicação de seus estados fez com que as teses de uma educação puramente pragmática, de modelo anglo-saxônico, fossem mitigadas recebendo ingredientes humanistas.

Outra contribuição de Prota para a educação foi a necessidade de ênfase nas filosofias nacionais. Havia uma crença generalizada que existia uma filosofia universal e quando não se enquadrasse nesses parâmetros não era considerado saber filosófico. Para Prota a noção de filosofia universal estava atrelada a uma filosofia puramente racional, a adoção do latim como língua oficial da filosofia e a não percepção da filosofia como problema, caminho este desbravado por Hartmann e Mondolfo. A partir do momento que a experiência foi convidada a falar, contrapondo-se ao puramente racional, o latim foi sendo abandonado fazendo-se filosofia com as línguas nacionais e a percepção de que cada país mirava um problema específico, surge a valorização das filosofias nacionais. A experiência foi consagrada no universo científico com os filósofos, Galileu, Newton e Suárez, Scot e Ockham. O abandono do latim foi concomitante ao surgimento das línguas vernáculas, nova forma de comunicação do saber. A questão do problema levou ao pressuposto do elemento subjacente em cada sociedade: a cultura. Como exemplo, Prota menciona a filosofia inglesa dando ênfase à ciência, os franceses preocuparam-se com o racionalismo, a Espanha debruçou-se sobre o raciovitalismo, os italianos preocuparam-se com a realidade espiritual, os alemães com o sistema, Portugal com Deus e o Brasil com a cultura. Disso decorre que o que se acreditava que fosse filosofia universal, na verdade não passava de um problema nacional e, portanto, uma filosofia nacional. O estudo do pensamento brasileiro, o despertar das humanidades e a visualização das filosofias nacionais foram as três grandes contribuições de Prota. 

Postagens mais vistas