sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

ESTE NÃO É O SOCIALISMO VERDADEIRO! Selvino Antonio Malfatti

 





Quando se apontam as falhas das experiências socialistas é comum ouvir-se a frase:

- Este não é o socialismo verdadeiro! - 

A jornalista da Gazeta do Povo, Bruna Komarchesqui, se dispôs a discorrer sobre o assunto.

O que até agora se tem mostrado é que nenhum socialismo deu certo. Sobre as tentativas que superam duas dezenas e o que se poderia concluir é que cem por cento fracassou. O que se constata é que no entusiasmo inicial da implantação de algum socialismo, os intelectuais se derretem em tecer elogios, mas quando começam aparecer rachaduras no edifício, logo se apressam em se desculpar dizendo que “este não é o verdadeiro socialismo”. Assim aconteceu com a Rússia, Cuba, China, Coreia e outras.

O socialismo tem falhas? Não. Não é o socialismo que tem falhas, mas ele próprio é a falha. O socialismo é uma contradição “in terminis”, assim como vivo e morto. Não podem existir simultaneamente socialismo e liberalismo.

O controle democrático do poder? Esta ilusão foi muito bem estudada por Friedrich Hayek. Este conclui que a realidade mostra que acontece o contrário, isto é, o socialismo leva à concentração do poder nas mãos do Estado. Esta é a conclusão do pensamento liberal. Curiosamente o lado socialista chega à mesma conclusão. O partido, e no caso socialista é o poder visível do Estado, amordaça a sociedade com suas tenazes e concentra em si todo poder. É a conclusão de Robert Michels em os “Partidos Políticos.” Portanto, ambos chegam à idêntica conclusão. Michels aponta razões práticas que evitam a renovação e o poder continue sempre nas mãos dos mesmos.

       “Conforme Michels a lógica democrática deveria reger-se pela substituição contínua dos mais antigos pelos mais jovens para não deixar que os cargos de direção se incrustem no poder. No entanto, o que acontece é exatamente o inverso. Os partidos socialistas têm uma sólida organização, fazendo que a representação se assente mais no passado que no presente. É a lei da inércia que leva a isso, uma preguiça gregária que renova o mandato dos mesmos chefes. Contudo, isso não ocorre por falta de normas. Há uma determinação de que, em cada congresso anual, o partido deva renovar-se pelo voto secreto, bem como, com maioria absoluta, todo o comitê de direção composto de sete pessoas. Entretanto, o que se observa é que, em cada congresso, se distribui aos delegados cédulas impressas com os nomes dos membros da direção anterior. Isso mostra não somente uma continuidade de mandatos como também uma forma de pressão para consegui-los”.(MALFATTI, S. A teoria das elites como  uma ideologia para perpetuação no governo. Revista Thaumazein v. 1, n. 2 (2008) ›

 

 O socialismo tem falhas? Não é o socialismo que tem falhas, mas ele próprio é a falha. O socialismo é uma contradição “in terminis”, assim como vivo e morto. Não podem os dois existir politicamente simultaneamente.

São várias as tentativas de implantação do socialismo. São duas as formas clássicas. A dita via “democrática” e a revolucionária. Ambas acabam sendo violentas. Citaremos algumas experiências:

      Chile

Após eleito e assumir o poder Salvador Allende promove, por decreto, a reforma agrária, a nacionalização do cobre, carro chefe da exportação, estatização dos bancos e indústrias.

As consequências se fizeram sentir imediatamente. Aumento de desemprego, a moeda se desvalorizava, a inflação atingia o teto de 381% e os produtos despareceram das prateleiras.

Ao autogolpe planejado, Pinochet promove um golpe militar e Allende se suicida.

      Alemanha Oriental

Após a pacificação em 1949, os soviéticos, que ficaram com várias ocidentais,  fundaram a República Democrática Alemã, com a construção do Muro de Berlim como “proteção antifascista” dividindo a Alemanha ao meio. A ocidental, liberal e democrática, e oriental socialista.

Quando as duas foram reunificadas pela derrubada do Muro de Berlim se pôde ver a defasagem da oriental: o PIB da oriental era apenas um terço da outra, não havia parâmetros que aproximassem as duas em produtividade, tecnologia, expectativa de vida e outros.

      Coreia do Norte

A Coreia do Norte possui uma fachada liberal, como a realização periódica de eleições. No entanto, a realidade mostra uma ditadura stalinista totalitária, com um culto quase teocrático de A Coreia do Norte oficialmente se descreve como um Estado socialista autossuficiente e formalmente realiza eleições. Vários analistas, no entanto, classificam o governo do país como uma ditadura stalinista totalitária, particularmente por conta do intenso culto de personalidade em torno de Kim Il-sung e sua família.

Caracteriza-se pela estagnação econômica, violação dos direitos humanos e liberdades públicas e controle dos meios de divulgação.

Poderíamos desfilar experiências socialistas. Preferimos buscar os passos  geralmente seguidos pelos líderes socialistas.

1º Apresentação à sociedade do socialismo como um ideal perfeito: paz, bem estar social e econômico. Seria um paraíso terrestre.

2º Necessidade de pequenos ajustes: desapropriações, acomodações coletivas, comida racionada.

3º Eliminação dos inimigos do povo; fuzilamentos, prisões, deportações.

4º Implantação da ditadura: fim das liberdades públicas.

5º Instalação do totalitarismo: domínio da consciência - liberdades internas.

Assim sucedeu na Rússia, China, Cuba e outras experiências socialistas.

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