sexta-feira, 2 de julho de 2021

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL VERSUS INTELIGÊNCIA HUMANA. Selvino Antonio Malfatti.

 


(Michael A. Salter, «Styrobot: Nothing Comes from Nothing» (2013), Galleries of Contemporary Arts, University of Colorado shadow)


Frank Pasquale publica a partir de três de junho “As novas leis da robótica". Prefaciando a obra, o diretor da Editora Luiss University Press , Giovanni Lo Storto e o vice-diretor do jornal Corriere della Sera, Daniele Manca.

Para esclarecer a obra os comentaristas apresentam uma lenda antiga de Jehuda Löw, um rabino que viveu em Praga no final do século XVI, considerado um grande sábio, filósofo e matemático, além de profundo conhecedor da Lei e do Talmude. Tão vastos eram seus conhecimentos que lhe possibilitaram construir um Golem, ser feito de barro e de pouca capacidade mental, somente o necessário para entender as ordens de seu criador. Em compensação a força bruta superava tudo para desencorajar qualquer inimigo do povo judeu.

O Golem poderia defender a comunidade dos inimigos e realizar tarefas simples do dia-a-dia. A chave da passividade e confiabilidade seria inserir uma tábua na sua boca, com os dizeres: “palavra de Deus”. Caso não fizesse isso a criatura  começaria a crescer e não pararia mais e fugiria do controle do criador. E foi o que aconteceu. Então, Mestre Löw, teve que interromper as rezas para dominar o Golem.

A estória do Mestre Löw é mais uma variante do mito antigo: o homem que cria o homem. Em que pese ser antigo o mito há alguns anos vislumbrou-se a possibilidade de criar o homem através da inteligência artificial. Isso graças à robótica que possibilitou sair do isolamento. Com isso se transpôs uma dimensão até então somente imaginada: o diálogo entre a máquina e o humano. No entanto há limites. Isto porque à máquina faltam dois ingredientes essenciais: 1º A máquina apenas aplica o que lhe programaram. Ela não tem pensamento abstrato que lhe possibilita criar do nada. 2º Falta-lhe o livre arbítrio dando-lhe poder de optar. Não está apta a escolher entre duas alternativas, indo contra a programação. Inteligência artificial não é coisa de máquinas que raciocinam sozinhas, “ex a se”. Ao Invés, seu pensamento é “ex machina” . Sua vontade já está pré-determinada pelo programador. (http://www.ceavi.udesc.br/arquivos/id_submenu/387/brigiane_machado_da_silva___marcos_vanderlinde.pdf).

Isaac Asimov (bioquímico e escritor americano nascido na União Soviética  (1920-1992), imaginou que as máquinas podiam ser mantidas na soleira da porta da casa, como cães de guarda. Vejamos as leis da robótica, conforme ele:

1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.

2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.

3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.

Mais tarde Asimov acrescentou a “Lei Zero”, acima de todas as outras: um robô não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal.

Atualmente sabemos que se algo de errado acontecer a culpa não será da maquina, mas de seu programador.

A máquina apenas obedece, nunca manda.

 

 


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