sexta-feira, 8 de junho de 2018

ASSÉDIO NA ACADEMIA DO NOBEL – O ATAQUE À IGUALDADE. Selvino Antonio Malfatti.






O Prêmio Nobel é concedido anualmente a pessoas que contribuíram com pesquisas significativas nos campos do conhecimento de física, química, fisiologia ou medicina, literatura, paz e ciências econômicas. É considerado o mais prestigioso prêmio atribuído a alguém. Leva este nome devido ao inventor sueco Alfred Nobel que os criou em 1895. Os prêmios são concedidos pela Academia sueca que está instalada no edifício da Bolsa de Estocolmo, juntamente com a Biblioteca Nobel e o Museu Nobel. É composta por 18 membros, metade deles escritores. 

Tudo corria de conformidade com o previsto para a entrega do prêmio de literatura no final do ano. No entanto, entre os meses de abril e maio irrompe a notícia de escândalos sexuais. Foi uma ducha de água fria na animação da distribuição dos prêmios.
O estopim aconteceu quando Jean-Claude Arnault, dramaturgo e fotógrafo, um dos homens com mais poder no cenário artístico, devido a suas ligações com a Academia da Suécia. Durante uma festa agrediu sexualmente a Gabriella Hakansson. Não foi somente com sua vítima que se envolveu Arnault. Antes e depois, durante uma década, atacava suas presas valendo-se do prestígio dentro da Academia, autodenominando-se de acadêmico “19”, como se fosse membro da Academia.

Arnault conseguiu balançar os alicerces da bicentenária instituição. Já em novembro, 18 mulheres o acusaram publicamente no diário Dagens Nyheter de assédio com agressões e violência. Os abusos ocorriam nas dependências da Academia. Valia-se de seu papel de líder artístico. Uma artista de nome Alli foi obrigada a manter relações com Amault. Embora tenha mandado uma carta ao Conselho Cultural de Estocolmo, jamais teve retorno.

Quando a crise explodiu o argumento que fundamentou a condenação do comportamento de Amault não foi moral, nem ético e muito menos teológico . A condenação fundamentou-se sobre um argumento político, qual seja, a IGUALDADE de gênero. Na Suécia, após longa luta, conseguiu-se a igualdade e disso as mulheres suecas não abrem mão.

No entanto, geneticamente,a igualdade política foi precedida pelas dimensões citadas anteriormente. Primeiramente a igualdade de origem, a divina. Ambos, homem e mulher, foram criados por Deus. A reflexão sobre isto levou à conclusão da igualdade de dignidade, pois moralmente ambos são portadores da racionalidade. O esforço para encontrar os fundamentos  da convivência social levou à igualdade política, pois esta era a situação em estado de natureza. O passo seguinte foi consagrar a igualdade jurídica dentro de um regime democrático. De posse destes princípios adveio a última igualdade até o momento: a igualdade universal.

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”


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