sexta-feira, 4 de julho de 2025

A LINGUAGEM DO FUTURO. Selvino Antonio Malfatti

 



A tendência indica cenários de que no futuro falaremos como e com algoritmos. E provavelmente será inglês. Na verdade todos já estamos nos comportando um pouco chatot, mas felizes porque conseguimos entender a metalinguagem.

Num restaurante os personagens serão waiter e custumer e os conteúdos , order e meal etc. Não é diferente em viagens, congressos, aulas, nas ruas.

O Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano constatou que canais acadêmicos como Youtube estão usando repetidamente palavras como “meticulous", "kingdom", "deepen" and "expert (meticuloso, reino, aprofunda e especialista). Em poucos segundos nos tornamos especialistas em conteúdos que estudiosos de renome levaram anos para entender. Daí surge a pergunta: como agiremos no futuro? Manteremos algum elo com o que precedeu? Ou cortaremos totalmente os vínculos do mundo anterior à internet? Será que nos desvencilharemos e abandonaremos a carcaça pré-internet e flutuaremos livremente no mundo liquido, conforme Baumann?

A comunicação do futuro será digital e se resumirá em algumas palavras chaves usadas em qualquer ambiente, Duas pessoas falando uma ao lado da outra usarão seu tablete para dialogar em qualquer língua, pois o tradutor fará o translado instantaneamente. Adeus estudo de línguas. Basta saber uma que todos entenderão na sua própria. Repetir-se-á Pentecostes? Os apóstolos falavam hebraico e a multidão ouvia na sua própria língua.

Que fim levará a literatura? Praticamente todos os livros mais significativos estão disponíveis na internet. E os literatos? Basta pedir a IA qualquer conto com enredo e detalhes e formato, chamados de pronts, que em questão de segundos a Inteligência Artificial atenderá. E as enciclopédias servirão para mais nada. Qualquer celular com internet dispõe de todos os dados necessários. E as bibliotecas físicas? Tudo atualmente está online e qualquer computador tem acesso. Serão museus. E a Bíblia, o Alcorão, a Torá e os Vedas exibidos publicamente pelos pregadores. Todos online, os remanescentes físicos, relíquias do passado.

Conforme o fundador da Inteligência Artificial, Sam Altman, a mais terrível previsão prevista é a extinção de centenas de classes de empregos que serão substituídos pela IA. Serão eliminados como os acendedores de lampião do passado. Ninguém mais quer saber deles[i].

Abaixo uma tabela elaborada pela IA sobre o futuro de algumas classes de emprego.



Disso se pode concluir de momento:

“A sensação é de que tudo vai mudar para que nada mude: todos nós ainda pareceremos felizes no Facebook, todos de férias no Instagram, todos zangados no X, todos "especialistas" no TikTok, mas todos procurando um novo emprego no LinkedIn”. ( Massimo Sideri, Corriere dela Sera)

 



[i] A Microsoft anunciou nesta quarta-feira (2) que demitirá quase 4% de seus funcionários (6.000), no mais recente corte de empregos enquanto a gigante da tecnologia busca conter custos em meio a pesados investimentos em infraestrutura de inteligência artificial.

 

 

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