A nova Encíclica
de Francisco I insere-se na vertente franciscana do
pensamento cristão. Com efeito, o franciscano Dun Scotus enfatiza o papel da
vontade colocando-a em supremacia em relação à razão. Da mesma forma São
Francisco é todo amor em relação à razão. Não pode ser esquecido Santo
Agostinho quando proclama: “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. O fundamento geral e próximo é o evangelho de São João.
O título da Encíclica Dilexit vos consta do livro de São
João, capítulo 3 e em outras passagens bíblicas. A linha de pensamento
dirige-se, não à razão, mas ao coração, por isso enfatiza a caridade e com ela quer enfrentar os desafios contemporâneos. Destacas o amor na vida da Igreja e
dos fiéis lembrando as palavras de Jesus: “amou-vos até o fim.”
Destacamos os principais pontos:
O amor é o coração da Igreja e de toda a sua ação. O amor
não é algo teórico, mas concreto que se manifesta através das obras de
misericórdia que se concretizam no serviço aos pobres e marginalizados.
A caridade através da qual busca a justiça social. Esta caridade não apenas visa a ajuda material, mas trem em mente a justiça social.
A igreja deve estar atenta às necessidades dos vulneráveis e esforçar-se para
promover um mundo amis justo.
Um dos temas mais badalados internacionalmente é o meio
ambiente. A solução é novamente o amor para cuidar da criação da criação. Cita,
para tanto a própria Encíclica: Laudato Si. Este amor deverá se estender a
todas as criaturas.
Os povos devem procurar a unidade e a fraternidade
através do amor. Este promoverá a fraternidade
e o respeito mútuo, inclusive entre as religiões.
Cristo é o exemplo do amor sacrificial. O papa exorta os
cristãos a seguirem seu exemplo para sua entrega ao próximo.
Estes são os principais temas abordados pelo papa. Concluindo, quer uma igreja voltada para o serviço social, com justiça social e o cuidado com o ambiente, através do amor.
Encíclica:
“Ele
nos amou”, diz São Paulo, referindo-se a Cristo (Rm 8,37), para nos ajudar a
descobrir que nada “poderá nos separar” daquele amor (Rm 8,39). Paulo afirmou
isto com certeza porque o próprio Cristo tinha assegurado aos seus discípulos:
“Eu vos amei” (Jo 15, 9.12). Ele também nos disse: “Eu os chamo de amigos” (Jo
15,15). O seu coração aberto precede-nos e espera-nos sem condições, sem exigir
um pré-requisito para poder amar-nos e oferecer-nos a sua amizade: “ele nos
amou primeiro” (1 Jo 4, 10). Graças a Jesus “conhecemos o amor que Deus tem por
nós e acreditamos” nesse amor (1Jo 4,16).( CARTA ENCÍCLICA, DILEXIT NOS, Santo Padre
Francisco)