O
peronismo mostrava-se imbatível não só na política institucional como na
cultura popular até o despontar de Javier Milei. Figura populista ao inverso
arrebatou a massas através de um discurso paradoxalmente liberal libertário. O
populismo geralmente floresce no aceno socialista. Javier Milei não promete
nada, apenas liberdade para cada um crescer como quer. È um verdadeiro choque
cultural depois de décadas de peronismo assistencialista que levou a Argentina
de país rico a indigente.
Com
55 anos nascido em Buenos Aires e licenciado
em Economia pela universidade de Belgrano . Como docente ministra a disciplina
de macroeconomia. Ganhou notoriedade como comentarista da política do momento
de seu país.
Ingressa
na política e elege-se deputado pela província de Buenos Aires pelo partido La
Liberdad Avanza até a renúncia em 2023 por ter sido eleito presidente.
A Argentina, parceira do Mercosul, entre os quatro maiores países da América do sul - Brasil, Argentina, Peru e Colômbia - ocupa o segundo lugar.
O presidente da Argentina, Javier
Milei define-se como um liberal libertário. Admirador da escola Austríaca de
economia defende a abolição do Estado substituído pelo sistema de livre mercado
e a organização social seria resultado da interação entre os indivíduos.
Apresentou-se ao eleitorado com propostas inovadoras como extinção do banco
central, dolarização da economia, privatização das estatais e implantação de
vouchers para educação e saúde.
Com a bandeira de um imediato combate à inflação e
aproveitando a rejeição ao kirchnerismo, bem como apoio de Donad Trump, obteve
significativas vantagens eleitorais nas legislativas de outubro último. Em que
pese as eleições serem para o legislativo, o que estava em cheque era o
executivo liderado por Milei. Dois anos de governo já dava para ver o resultado
se sua administração e por isso obteve 40% dos votos. Tirou cadeiras de todos
os partidos menos do partido “Províncias Unidas”, uma minoria. Com isso
consolidou-se. Seu partido não teve maioria absoluta, mas relativa sim. Terá
que negociar com outros partidos, mas basta com um deles.
Os argentinos tinham diante de si os resultados positivos
do programa liberal de Milei, qual seja, a redução radical da inflação que caiu
94 pontos, de 300% para 117%. Com este resultado consequentemente a pobreza
também diminuiu e a classe média, fator de equilíbrio também cresceu.
Evidentemente não foi um resultado conseguido de si mesmo, mas com a ajuda do
Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Não é demérito aceitar ajuda
internacional, ao contrário, reflete confiança por parte dos organismos
internacionais.
Para concluir seu programa nos dois anos que lhe restam
do mandato, 2027, terá que desregulamentar o mercado de trabalho e efetivar a
reforma tributária tarefa facilitada pelo apoio dos partidos de direita e
centro-direita. Somente se conseguido isto, a Argentina ingressará no rol dos países
avançados, ao status de moderno no estilo europeu.