sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

PLANEJAMENTO URBANO, UMA NECESSIDADE PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. José Maurício de Carvalho.



O país continua se desenvolvendo apesar da crise financeira mundial que já se arrasta há alguns anos e hoje afeta principalmente a Europa. O ritmo diminuiu, mas não entramos na estagnação que afeta outras nações do mundo. Infelizmente nosso desenvolvimento está longe de nos colocar próximos das sociedades mais avançadas do mundo e a simples redução do ritmo do crescimento traz as coisas para mais perto da realidade. Isto não significa também que somos submergentes como começaram a dizer há algumas semanas economistas e jornalistas de países mais adiantados. A atual avaliação é tão irreal como foi a anterior, apenas indica que eles conhecem pouco o país, tanto seus problemas como suas virtudes e potencialidades.
O desenvolvimento do Brasil afeta a vida de todos os seus habitantes, mas as cidades de porte médio, em especial as que se encontram em torno a cem mil habitantes são aquelas que sentem com maior impacto o processo atual. E os estudos de geografia humana mostram que o desenvolvimento está mesmo mais concentrado nesse tipo de cidade que estão recebendo produtos e serviços até pouco tempo fora do seu universo: hospitais especializados, universidades, pequenos shoppings, bons restaurantes, espetáculos  teatrais, condomínios fechados, centro de convenção, etc. Estas cidades são também aquelas que passam por um crescimento demográfico mais acentuado do que de outras áreas do país. Grandes Metrópoles e cidades pequenas, por exemplo, de modo geral não estão passando por um crescimento urbano tão acelerado como o que ocorre nas cidades mencionadas.
Esta situação afeta cidades por todo país de norte a sul. No país são centenas de cidades nesta situação. O desafio de continuar crescendo garantindo a atual qualidade de vida exige a urgente implementação de medidas de planejamento urbano em todas elas.
O que o corre nestas cidades é que cresce sem planejamento, a circulação de veículos se aproxima do congestionamento total, o transporte público é ruim. A preservação da área histórica está cada dia mais difícil, não há projeto de novos parques, praças ou jardins, nem preocupação com áreas permeáveis, nem arborização, nenhum cuidado com a volumetria das ruas e regiões, sem se falar em zoneamento urbano, tratamento de esgoto, qualidade da água oferecida à população. Geralmente o pouco cuidado que existe se concentra na área histórica por conta do trabalho voluntário dos membros dos Conselhos Municipais de Preservação do Patrimônio Cultural. Contudo, ações planejadas não podem se limitar à área histórica da cidade.
No final deste ano escolhemos os políticos que dirigirão a cidade nos próximos anos e este foi o desafio mais importante e urgente que enfrentamos. Todos nós escutamos o que eles tinham para oferecer, analisamos seus planos de governo. Agora vejamos o que eles farão. Não basta asfaltar uma rua aqui, fazer um passeio acolá, ou realizar pequenas obras pontualmente, tudo sem planejamento, sem cuidado especial com a área histórica, sem pensar o crescimento das outras áreas, enfim, sem zoneamento urbano e plano diretor. Planejar é verdadeiramente progresso e não, como sempre ouvi dizer, derrubar casas antigas, asfaltar sem estudo do impacto nas áreas históricas, construir edifícios sem nenhuma estrutura urbana para acolhê-los.  Estes desafios atuais das cidades precisam ser enfrentados por prefeitos e vereadores preparados para viver no século XXI. Caso contrário, em poucos anos enfrentaremos problemas que nunca tivemos ou que não precisaríamos ter e de correção muito difícil, se os governantes não tiverem determinação e competência de seguir os ditames da administração pública.

Postagens mais vistas