sexta-feira, 15 de agosto de 2025

NOSSA SENHORA MEDIANEIRA, RAINHA DO POVO GAÚCHO. Org. por Selvino Antonio Malfatti

 


Em solenidade em 15 de agosto de 2024,  realizada na Basílica Nossa Senhora Medianeira, presidida pelo Arcebispo Leomar Antônio Brustolin, Nossa Senhora Medianeira foi coroada Rainha do Povo Gaúcho.

Por isso, a origem da comemoração e do consequente feriado de 15 de agosto deu-se por ter o Episcopado rio-grandense concedido o título de Rainha do Povo Gaúcho Nossa Senhora Medianeira. Para justificar tal título o episcopado busca os fundamentos na Sagrada Escritura, na tradição da Igreja e na história do povo gaúcho.

A devoção a Virgem Maria em Santa Maria, RS, tem duas ramificações, embora se trate de devoção à mesma santa: Maria Medianeira e Mãe Peregrina. Cada uma tem uma origem própria.

A devoção à Nossa Senhora Medianeira em Santa Maria tem suas raízes em 1928, com o incentivo do Padre Inácio Rafael Valle, e se popularizou após a concessão do título de festa própria pela diocese pelo Papa Pio XI em 1929. A devoção à Mãe Peregrina, por sua vez, originou-se do movimento de Schoenstatt e tem em João Luiz Pozzobon seu grande impulsionador, com a primeira imagem peregrina sendo levada por ele em 1950.

A devoção à Medianeira popularizando-se através da iniciativa religiosa em Santa Maria. A basílica, dedicada a essa devoção, foi iniciada em 1935 e elevada à categoria de basílica em 1987.

Em 31 de maio de 2024, o Estado do Rio Grande do Sul foi oficialmente consagrado à Virgem Maria sob esse título, culminando com o decreto que determinou sua coroação como “Rainha do Povo Gaúcho”

A coroação pontifícia, além de um ato litúrgico, simboliza consolo e esperança em um momento de reconstrução e fé para muitos gaúchos, especialmente após as chuvas que afetaram a região com enchentes em muitos locais.

1. Medianeira - Fundamentação Teológica

A Igreja reconhece em Maria o papel singular de Medianeira de todas as graças, associada intimamente à obra redentora de Cristo, único Mediador entre Deus e os homens (cf. 1Tm 2,5).

2. Rainha – Fundamento teológico.

A Tradição eclesial, confirmada pelo Magistério, celebra Maria como Rainha do Céu e da Terra, por sua maternidade divina, sua perfeita união ao Filho e sua participação no Reino de Cristo (cf. Lumen Gentium, 59). A realeza de Maria não é de domínio político, mas de serviço materno e de intercessão constante.

3. Santa Maria como centro de fé do Rio Grande do Sul.

Desde o início do século XX, o povo gaúcho manifesta sua fé e amor à Virgem sob o título de Medianeira, com centro de irradiação na cidade de Santa Maria. A romaria anual, iniciada em 1930, tornou-se a maior peregrinação mariana do estado, expressão visível de uma devoção profunda e perseverante.

Em 1930, o Papa Pio XI proclamou Nossa Senhora Medianeira Padroeira principal do Rio Grande do Sul, conferindo-lhe um vínculo especial com esta terra e seu povo. Ao longo das décadas, essa devoção cresceu como expressão da identidade religiosa e cultural do Rio Grande do Sul.

4. Sentido Pastoral Pastoral do título.

A proclamação de Nossa Senhora Medianeira como Rainha do Povo Gaúcho é um gesto pastoral de consagração e confiança. Reconhecemos nela a Mãe e Intercessora que acompanha nossas famílias, fortalece nossa fé, inspira a solidariedade e aponta sempre para Cristo, seu Filho e nosso Senhor.

Tal título é símbolo de unidade espiritual e convite a seguir o exemplo de Maria em humildade, fidelidade e serviço, para que a presença do Evangelho se mantenha viva nas cidades, campos e comunidades desta terra.


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