Em solenidade em 15 de agosto de 2024, realizada na Basílica Nossa Senhora Medianeira, presidida pelo Arcebispo Leomar Antônio Brustolin, Nossa Senhora Medianeira foi coroada Rainha do Povo Gaúcho.
Por isso, a origem da comemoração e do consequente feriado de 15 de agosto deu-se por ter o Episcopado rio-grandense concedido o título de Rainha do Povo Gaúcho Nossa Senhora Medianeira. Para justificar tal título o episcopado busca os fundamentos na Sagrada Escritura, na tradição da Igreja e na história do povo gaúcho.
A devoção a Virgem Maria em Santa Maria, RS, tem duas
ramificações, embora se trate de devoção à mesma santa: Maria Medianeira e Mãe
Peregrina. Cada uma tem uma origem própria.
A devoção à Nossa Senhora Medianeira em Santa Maria tem
suas raízes em 1928, com o incentivo do Padre Inácio Rafael Valle, e se
popularizou após a concessão do título de festa própria pela diocese pelo Papa
Pio XI em 1929. A devoção à Mãe Peregrina, por sua vez, originou-se do
movimento de Schoenstatt e tem em João Luiz Pozzobon seu grande impulsionador,
com a primeira imagem peregrina sendo levada por ele em 1950.
A devoção à Medianeira popularizando-se através da
iniciativa religiosa em Santa Maria. A basílica, dedicada a essa devoção, foi
iniciada em 1935 e elevada à categoria de basílica em 1987.
Em 31 de maio de 2024, o Estado do Rio Grande do Sul foi
oficialmente consagrado à Virgem Maria sob esse título, culminando com o
decreto que determinou sua coroação como “Rainha do Povo Gaúcho”
A coroação pontifícia, além de um ato litúrgico, simboliza consolo e esperança em um momento de reconstrução e fé para muitos gaúchos, especialmente após as chuvas que afetaram a região com enchentes em muitos locais.
1. Medianeira - Fundamentação Teológica
A Igreja reconhece em Maria o papel singular de
Medianeira de todas as graças, associada intimamente à obra redentora de
Cristo, único Mediador entre Deus e os homens (cf. 1Tm 2,5).
2. Rainha – Fundamento teológico.
A Tradição eclesial, confirmada pelo Magistério, celebra Maria como Rainha do Céu e da Terra, por sua maternidade divina, sua perfeita união ao Filho e sua participação no Reino de Cristo (cf. Lumen Gentium, 59). A realeza de Maria não é de domínio político, mas de serviço materno e de intercessão constante.
3. Santa Maria como centro de fé do Rio Grande do Sul.
Desde o início do século XX, o povo gaúcho manifesta sua
fé e amor à Virgem sob o título de Medianeira, com centro de irradiação na
cidade de Santa Maria. A romaria anual, iniciada em 1930, tornou-se a maior
peregrinação mariana do estado, expressão visível de uma devoção profunda e
perseverante.
Em 1930, o Papa Pio XI proclamou Nossa Senhora Medianeira Padroeira principal do Rio Grande do Sul, conferindo-lhe um vínculo especial com esta terra e seu povo. Ao longo das décadas, essa devoção cresceu como expressão da identidade religiosa e cultural do Rio Grande do Sul.
4. Sentido Pastoral Pastoral do título.
A proclamação de Nossa Senhora Medianeira como Rainha do
Povo Gaúcho é um gesto pastoral de consagração e confiança. Reconhecemos nela a
Mãe e Intercessora que acompanha nossas famílias, fortalece nossa fé, inspira a
solidariedade e aponta sempre para Cristo, seu Filho e nosso Senhor.
Tal título é símbolo de unidade espiritual e convite a
seguir o exemplo de Maria em humildade, fidelidade e serviço, para que a
presença do Evangelho se mantenha viva nas cidades, campos e comunidades desta
terra.