sexta-feira, 13 de julho de 2012

CANDIDATO IDEAL E ELEITOR REALISTA. Selvino Antonio Malfatti



Na pesquisa sociológica Max Weber utilizava ou propunha um método diferente mas muito eficaz. Dizia ele que se poderia partir de uma concepção ideal e através dela medir a realidade social. Por isso seria necessário se perguntar como seria um tipo ideal, por exemplo, de santo, de pecador, de administrador e assim por diante. Evidentemente não existe na realidade, mas apenas como tipo ideal. Este mesmo método poderia ser aplicado à política. Daí a questão: qual seria um tipo ideal de candidato?
Conforme o cientista em política da UNICAMP, Valeriano Costa, os candidatos deveriam reunir alguns traços característicos para que fossem bons políticos. Evidentemente nem todos teriam todos e muito menos todos seriam idênticos. São pessoas ideais que a realidade não as reproduz integralmente. Este é apenas um método para facilitar as escolhas pessoais ao se confrontarem candidatos reais. Nós temos uma imagem ideal com a qual comparamos o nosso candidato real. Um candidato ideal deveria congregar as seguintes qualidades: Poderíamos dividi-las em teóricas e práticas.
A.   Teóricas

1.    Trajetória de vida limpa. Ter um passado público e privado inatacável. Livre de envolvimento com atividades condenadas pela lei, pela moral e pela ética.
2.    Agir com transparência. Seria mais ou menos o que propunha a moral positivista: “agir às claras”. A vida deste candidato está sempre disponível.
3.    Autenticidade. Significa uma e mesma identidade: a do cidadão comum e daquele que vai pleitear um cargo público.

B.   Práticas
1.    Noções de gestão. Saber administrar, a começar pela própria família, escola ou empresa.
2.    Conhecer a realidade. Ser alguém que tenha um mapa espelhando a realidade do município. A sede, os distritos, bairros, vilas e interior.
3.    Escolaridade. Atualmente para qualquer emprego se exige um mínimo de escolaridade. Na política este mínimo poderia ser o segundo grau, sem se falar nos rudimentos da informática.
4.    Empreendorismo. Ser observador e administrador. Enxergar a possibilidade e decidir-se por ela.
5.    Praticidade.  Não perder-se em conjeturas estéreis. Ser realista.
6.    Governabilidade. Ter uma sustentação social e política.
7.    Legitimidade. Esta significa que a negociação implicará numa aceitação da maior parte possível na qual todos e quase todos ganham.
O eleitor ainda deverá levar em conta outro aspecto. Se o candidato for para o executivo deverá preencher um perfil, se for para o legislativo outro. Para o executivo exige-se que o candidato seja um administrador, enquanto para o legislativo um negociador. Um deve ser gerente, outro fiscal. Os papéis não podem ser invertidos sob pena de nenhum deles cumprirem suas funções.  Um vereador não pode prometer que irá construir uma ponte, nem o prefeito dizer que vigiará os gastos da câmara de vereadores.


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