sexta-feira, 16 de setembro de 2011

EM PORTUGAL. Selvino Antonio Malfatti.

































1.     Lisboa
Aproveitando a estada na Espanha, no Congresso em Cadiz, dei uma escapadinha até Portugal. Uma, para matar a saudade, pois fiz meu pósdoutoramento em Lisboa e outra, para que minha esposa conhecesse este belo país.
Iniciamos nosso passeio em Lisboa no dia 11 de setembro conhecendo a Baixa. O nome corresponde à posição geográfica deste bairro por que fica na parte mais baixa da cidade, entre o Castelo e o Chiado. Uma das atrações é o Elevador de Santa Justa que transporta pessoas para a parte alta de Lisboa. Caminhando pela Baixa se pode chegar ao Rossio e conhecer o Arco da Vitória e a fervilhante Praça do Comércio. Nesta, pululam cafés, lojas, livrarias e toda sorte de atividade comercial. O detalhe é que o povo daqui é muito pacato e sem pressa. Se sentar à mesa para comer ou beber alguma coisa, tem que ter muita paciência para ser atendido, servido e depois acertar. Tudo é lento mas, em compensação, muito educado e polido.
Andando em direção à Avenida Liberdade se encontra o Monumento dos Restauradores e o Arco da Vitória, bem como uma estátua eqüestre de D. José. É um ambiente amplo, e, digamos, acolhedor.
No dia 12, nos dirigimos para os bairros de Castelo e Alfama. O primeiro fica numa posição privilegiada bem no alto da colina da qual se pode contemplar toda Lisboa. Antigamente foi uma posição excepcionalmente estratégica para defesa, pois de cima se pode vigiar toda Lisboa e a entrada do Tejo.  Depois de percorrer o Castelo, se desce a Alfama, que significa escaldante. Um local comovente. Verdadeiras ruelas levam a pontos turísticos belíssimos como o Miradouro de Santa Luzia e o Mosteiro de São Vicente de Fora. Daí se segue para Campo de Santa Clara e Feira da Ladra, conhecida pelas de suas antiguidades. Na medida em que se descem as escadinhas, que são centenas e centenas, os cenários se abrem a nossa frente. Em alguns pontos, abrindo os braços, se pode tocar os dois lados da rua. Neste percurso surgem paisagens encantadoras, como a Igreja de São Miguel, a Igreja de Santo Estevão, a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios e a famosa Casa do Fado. Deste ponto, dirigindo-se à Baixa, há uma curiosa construção chamada Casa dos Bicos, cheia de bicos cujas paredes parecem esmeraldas.
Para o dia 13 reservamos o Chiado, a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerônimos. No Chiado, numa pequena praça está a estátua de Fernando Pessoa sentado à mesa, defronte do Café, A Brasileira. Pode-se visitar neste bairro o Teatro Trindade, o Museu São Roque e a Capela de São João Batista, sem deixar de mencionar o Teatro Municipal São Carlos.
Dirigindo-se à beira do rio Tejo, depara-se com o Mosteiro dos Jerônimos e com a vedete de Lisboa, a Torre de Belém. O Mosteiro levou um século para ser construído. É uma obra imponente que resistiu ao Terremoto de Lisboa do século XVIII e permanece ainda intato. Vale uma visita interna de um meio dia, no mínimo. A Torre de Belém é certamente uma  obra prima, como se pode ver na foto a cima. Em estilo gótico foi construída como fortificação para proteger Lisboa da ação dos piratas ingleses e holandeses. Ainda próximo à Torre fica o Padrão dos Descobrimentos, dedicado aos grandes descobrimentos dos portugueses no século XVI.

2.    Porto
No dia 14 de setembro tomamos um trem Alfa e fomos ao Porto. Estes trens são de alta velocidade. O trajeto entre Lisboa e Porto durou aproximadamente 2 horas e meia. No meio do caminho o chefe de trem pediu desculpas aos passageiros por estar 2 minutos atrasados devido a obras na linha...
No Porto iniciamos nosso passeio turístico na Estação de São Bento, na Praça da Liberdade. Nesta praça há uma estátua de D. Pedro IV, o nosso D. Pedro I do Brasil. No prédio da Estação o que tem de interessante são as aproximadamente 20 mil pinturas em azulejo, retratando a vida quotidiana de Portugal. É uma verdadeira obra prima. Daí fomos diretamente a Torre dos Clérigos, uma das Igrejas mais fotografadas do Porto, tipo Torre de Belém de Lisboa, também vista na foto, ao lado da Torre de Belém.
Daí, descendo por ruelas estreitíssimas, vêm-se penduradas roupas nos varais, evidentemente por que dentro das casas não entra uma réstia de sol. Mas o que chega dar medo é que, pelo lado de fora das casas, emaranhados de fios elétricos, quase destapados, é um perigo iminente. Qualquer curto provocará um incêndio de conseqüências imprevisíveis, pois naquelas ruelas não entram carros, muito menos bombeiros.
Chega-se à Catedral da Sé e de seu Largo tem-se uma visão deslumbrante de toda Cidade do Porto, inclusive do rio Douro.
Terminamos o passeio às margens do Douro, cheio de barcos com turistas a bordo. Neste momento a gente para, confronta o que vê fora e o que sente por dentro, fica sem assunto, vazio e, ao mesmo tempo, tomado e absorto de tudo.


Postagens mais vistas