O Papa Francisco diz que na narrativa da Paixão
identifica três Vergonhas.
A
primeira acontece com Pedro. Quando ouve o galo cantar sente
algo dentro de si. Chora e se envergonha.
A
segunda aparece com o bom ladrão. Diz ele: nós estamos aqui
por que somos culpados. Então, sente-se culpado e envergonhado. A vergonha
abre-lhe o paraíso.
A
terceira abate-se sobre Judas. Diz aos sacerdotes: pequei
por que traí o sangue inocente. Os sacerdotes o mandam embora. E Judas sai envergonhado
e com a culpa latejando na consciência. Não conseguindo livrar-se da vergonha
da culpa, enforca-se.
.
.
Como explicar antropologicamente a culpa? Por mais que
alguém se examine, não a encontra e ela persiste dentro de dele.
O cristianismo soluciona através do dogma de culpa
original.
Se a causa de todas as culpas é a primeira culpa da qual
não sou culpado porque então sou culpado? Se a culpa for estrutural como
solucionar com a conjuntura? Se a culpa é institucional como posso eliminá-la?
Embora não se tenha lembrança dívida com alguém e nem tenha
causado algum desagrado, mesmo assim persiste a culpa, A culpa, a cima
de tudo, não é uma razão, mas sentimento. É algo do qual queremos livrar-nos.
Apesar de alguém ter certeza de que pode ser feliz, não o é porque subsiste o
sentimento de culpa. Junto com a culpa vem o remorso que mata, por dentro, a
esperança de felicidade. Por mais que se queira explicar a si mesmo que não há
motivo de culpa, ela reaparece enchendo a alma. É como Caim que vaga pelas florestas,
corroído de remorso pela morte do irmão Abel. Neste caso há uma causa, o
assassinato do irmão.
E quando sem causa se sente a culpa? Desde que o homem teve consciência de si, sentiu-se culpado. Por que um pagão como Anaximandro diria que não há culpa maior do que o de ter nascido? Por que Platão diria que a culpa é por não conhecer a verdade? Assim se pode desfilar os grandes pensadores da humanidade como Rousseau que encontrou a sociedade seu bode expiatório. Se não fosse a sociedade o homem poderia ir ao encontro de seus desejos, satisfazer suas paixões, entregar-se à felicidade da vida, sem culpa, se não fosse a sociedade. O indivíduo é bom, não tem culpa. A sociedade é má, a culpada.
E quando sem causa se sente a culpa? Desde que o homem teve consciência de si, sentiu-se culpado. Por que um pagão como Anaximandro diria que não há culpa maior do que o de ter nascido? Por que Platão diria que a culpa é por não conhecer a verdade? Assim se pode desfilar os grandes pensadores da humanidade como Rousseau que encontrou a sociedade seu bode expiatório. Se não fosse a sociedade o homem poderia ir ao encontro de seus desejos, satisfazer suas paixões, entregar-se à felicidade da vida, sem culpa, se não fosse a sociedade. O indivíduo é bom, não tem culpa. A sociedade é má, a culpada.
Nietzsche, na mesma linha, vê na sociedade não só
estratégias de controle, mas formas de poder. Há os que querem demonstrar que o
mundo não é como deveria ser. Eles dizem aos homens o que devem fazer, como se
portar, até mesmo ordenando-lhe agir contra a sua natureza. O próprio Deus
seria um desses pretensos idealizadores de felicidade. Mas todos estão mortos:
monarcas, nobres,inclusive Deus. Mas algo sobreviveu: o sentimento de culpa.
Já Freud tira Deus do céu e o acomoda no coração do
homem. Nele faz o papel de juiz, o Superego. Este impõe ao homem um código
moral que inevitavelmente é transgredido, engendrando o sentimento de culpa.
E os filósofos da
existência, como veem a culpa. Para Jaspers é uma situação limite, dela o homem
não pode furtar-se. Heidegger vê na culpa um modo de ser do ser-aí, uma
atribuição substancial do ser humano. Em última análise, em ambos a culpa é um
trajeto inexorável. Tudo o que o homem fizer, ele pode ter certeza que será
culpado. Se fizer o bem, ou se fizer o mal, ou mesmo se não fizer nada,
sentir-se-á culpado. A culpa é a condição humana. E o pior dos enigmas da culpa: quanto menos culpado se é, mais culpa se sente. Um santo se sente mais culpado que um assassino psicopata
Tudo está na forma perversa de como fomos criados, a religião nos liberta e nos aprisiona.
ResponderExcluirAbençoado PAPA,
ResponderExcluirAs culpas travam nossa felicidade, as vezes vivemos uma vida rotineira, amarga pela culpa.
Então, estaremos sempre em sofrimento, a culpa por não ter culpa.
ResponderExcluirQuanto mais repreensão, mais culpa, antigamente as crianças se sentiam culpadas por terem nascido, a pobreza não tinha o pão para dividir.
ResponderExcluirEntão a culpa é condição humana, vamos viver e procurar ser felizes.
O remorso não pode matar a felicidade, se assim for a felicidade não está valorizada.
ResponderExcluirPara vivermos felizes temos que fazer escolhas, descartar o que não nos acrescenta pessoas ou coisas.
A culpa é uma dor pelo que acreditamos errado, só devemos trocar o jeito de olhar, o que nos faz bem, não nos trás culpa.
ResponderExcluirDeus nos fez livres, a culpa foi criada para sermos dominados, escravidão aos dominados, sempre culpados.
ResponderExcluirNós dias de hoje, culpa e vergonha são assuntos que não despertam interesse, hoje o assunto é levar vantagens, ser esperto.
ResponderExcluirVeja só o momento político que vivemos.
Culpa nos tira o direito a felicidade.
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