O Brasil vem
mudando nas últimas décadas, enfrentando antigos e novos desafios. É inevitável
que em momentos felizes se tenha a sensação de que as coisas andam melhor e o
mesmo ocorre nos períodos de dificuldade, quando se tem a impressão de que
andam piores. Foi o que se observou recentemente nas avaliações do país que foi
guindado, de uma hora para outra, à condição de cereja do bolo e dois anos
depois rebaixado para a condição de cronicamente atrasado.
Deixando de
lado avaliações extremas, entre os desafios de médio prazo, isto é, dos
próximos quatro anos estão o realizar a Copa da Fifa, em 2014 e as Olimpíadas,
em 2016. Isto não significa apenas concluir estádios e ginásios nos prazos
pactuados, mas resolver problemas graves de infra-estrutura como: ampliação e
modernização de portos, rodovias e aeroportos. Some-se a eles: melhorar os
serviços nos hotéis, restaurantes, o mobiliário urbano e controlar a violência.
A lista acima
não é inédita, a imprensa destaca ora um, ora outro ponto. Não estão aí os
desafios de sempre como: preservar a memória nacional e aspectos significativos
da cultura, manter a responsabilidade fiscal e a inflação sobre controle,
oferecer educação de qualidade para a juventude e serviços de saúde eficiente,
proteger as fronteiras, garantir o cumprimento das leis, combater a corrupção e
fazer funcionar a previdência pública, etc. Também estes problemas não são
desconhecidos.
O que não é
tão conhecido e comentado são problemas
de nossas raízes culturais responsáveis por nosso atraso e dificuldades. Se
começarmos a enfrentá-los os desafios de sempre e os próximos serão vencidos em
menos tempo e maior facilidade.
O primeiro é a necessidade de discutir e
incorporar moral social laica e consensual. Moral social laica (não religiosa)
e pactuada é distinta da religiosa que é importante para o crente e só para
ele. A consensual e laica não desobriga dos compromissos sociais mesmo quando
estão fora das convicções pessoais e religiosas.
O segundo é o sentido pessoal da responsabilidade,
isto é, enfrentar os problemas e não esperar que alguém o faça por mim. Não há nação forte sem que todos estejam
comprometidos com sua missão, não importa qual seja.
O terceiro é a crônica ineficiência do
serviço público e das empresas particulares, ancorada na falta de compromisso
com a qualidade e competência. O desleixo alimenta a ética do atalho quando o
que importa é descobrir quem é o responsável pelo que, para pedir privilégio no
atendimento, enquanto a coletividade permanece na desgraça. Isto consolida o
salve-se quem puder e a negligência imperdoável dos governantes com as
tragédias anunciadas.
O quarto é o gasto supérfluo e suntuário e
não o investimento que aumenta e consolida a riqueza.
O quinto é a enorme diferença entre ricos
e pobres, apesar dos esforços louváveis do atual governo para reduzi-la. A
sensação de que se paga muito imposto deve-se a que o funcionamento do Estado
depende efetivamente de poucos. A maioria contribui pouco e depende muito.
O sexto é a desorganização partidária com
arranjos impublicáveis, corrupção, coligações inviáveis e eleitoreiras. Isto
dito sem desconhecer a consolidação da democracia e do Estado de Direito nas
últimas três décadas.
O sétimo é o nível baixo de escolaridade
que alimenta a improdutividade e as diferenças sociais.
O oitavo é a falta de planejamento
eficiente e execução adequada o que leva ao improviso e o famoso ir-se safando
do vender o almoço para comprar a janta.
A lista não
está em ordem de importância, registra desafios. Alguns começam a ser
enfrentados, a maioria não. Sem enfrentá-los continuaremos longe de ser o país
que todos os brasileiros dizem sonhar. Ele não chegará a ser bom se sonharmos
com a vida do suíço e agirmos como o personagem conhecido por “malandro carioca”.
Nosso atraso nos aeroportos é complicado.
ResponderExcluirAnálise perfeita,não há o que falar,tudo foi minuciosamente colocado,não colocaste simplesmente o lado de um crítico mas,as grandes necessidades que nosso país carece para tornar-se o grande gigante,um país onde todos tenham acesso para usufruir das mesmas oportunidades.Não se trata de voltar ao passado,precisamos crescer muito para recuperar o tempo perdido.O Brasil precisa libertar-se das amarras de um passado de coronéis onde uma suposta elite manda e decide o que é melhor,para eles é claro.Estamos vivendo momentos de grandes mudanças,precisamos correr para que não fiquemos lisonjeados com o presente e, percamos o rumo de nossa história.Somos realmente um jovem país com dimensões gigantes,somos abençoados com tantas riquezas,uma natureza exuberante,tudo maravilhoso.Mas a tristeza das favelas,dos mendigos pelas ruas,dos índios roubados,das políticas publicas feitas para pobres,pois são pobres de conteúdo,esmolas que não emancipam. Precisamos saneamento,precisamos antes de tudo,muita esperança no amanhã,precisamos acordar e voltar a acreditar que somos humanos,que todos deveriam ser iguais com seus deveres e obrigações.Um país não precisa de excesso de leis, precisa que sejam cumpridas rigorosamente.A Copa,minha casa minha vida,os aeroportos etc vão tornar mais ricas as grandes empreiteiras.Somos um país rico de oportunidades,mas esta riqueza gira sempre a favor dos mais poderosos.Acho que cansamos chega do jeitinho brasileiro.
ResponderExcluirMuito bom é isto,precisamos acabar com a malandragem.
ResponderExcluirZé carioca e toda malandragem do jeitinho,depois das tragédias vão procurar culpados.
ResponderExcluirA hora de mudanças realmente é agora,não podemos cruzar os braços.
ResponderExcluirConcordo.Nação forte tem que ter todos comprometidos.
ResponderExcluirMuito explicativo.Ótimo.
ResponderExcluirMuito explicativo.Ótimo.
ResponderExcluirSão grandes os desafios,precisamos de união.
ResponderExcluirAnálise realista,perfeita.Ótima,parabéns.
ResponderExcluirO sétimo é o nível baixo de escolaridade que alimenta a improdutividade e as diferenças sociais.J.M.Carvalho,Concordo totalmente com sua análise e,a improdutividade vem da incapacidade da pessoa que não se reconhecer ser social,agente de mudanças.
ResponderExcluirConcordo sem educação não há progresso
ExcluirA união de todos os partidos para melhorar o Brasil seria perfeito, será utopia?
ResponderExcluirO povo tem que ajudar a fiscalizar,fazendo sua parte.
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