Temos vivido tempos difíceis. Não porque o
mundo não tenha mais máquinas e apetrechos que tornaram a rotina menos custosa,
mas porque as categorias com as quais pensávamos a realidade já não servem para
entender a realidade emergente. Assim, direita e esquerda, conservador e
progressista, cristão e não cristãos, não são mais a mesma coisa de cinquenta
anos. Numa Guerra do Estado Islâmico contra um ditador cruel e sanguinário, não
há o que apoiar ou dizer quem está certo. E o que dizer da reação de Israel
contra um grupo terrorista e sanguinário? Como apoiar a Guerra em Gaza? Como
condenar a ação do governo de Israel depois da agressão que sofreram? Nesse mundo confuso, cheio de contradições e
paradoxos, a figura débil do Papa Francisco, sua voz sensata e suave exortando a
paz é um sopro de equilíbrio. Apesar das diferenças que temos precisamos viver
em paz. A guerra propaga o sofrimento e pode levar ao fim da humanidade.
Temos vivido tempos difíceis. Não porque não
seja necessário estudar o passado, compreender suas lições, aprender com seus
erros, mas porque muita gente resolveu repetir aquela vida. Uma nova vida pede
novas respostas, mas alguns passaram a chamar conservadorismo a perseguição aos
homossexuais e outras minorias, a condenar políticas públicas de ajuda aos mais
pobres. Esses anacrônicos repetem Caim (Gn. 4, 9): “por acaso sou guarda do meu
irmão?” Sim, responde o Papa Francisco, nossa consciência deve nos responsabilizar
pelo destino dos irmãos mais frágeis. Não porque somos iguais, não precisamos
sê-lo, mas porque é necessário preservar a dignidade do outro. Lembra-nos Tiago
(2:14-17): “Assim é a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.” Ou
ainda mais claramente o disse o Mestre de Nazaré (Jo. 4-20): “Se alguém
declarar: Eu amo a Deus, porém odiar a seu irmão é mentiroso,
porquanto quem não ama a seu irmão,
a quem vê, não pode amar a Deus,
a quem não enxerga.” Obrigado Papa Francisco por mostrar que se
responsabilizar pelo outro é princípio ético necessário e não comunismo.
Temos vivido tempos difíceis. Não porque não
se possa encontrar na fé uma resposta transcendente para a realidade, mas
porque a fé em Deus, em Cristo para os cristãos, não significa abandonar a
racionalidade, a ciência ou o estudo. Uma fé somente é autêntica se for
meditada e não contrariar as regras da natureza, nem a fraternidade. Essa
última é a raiz de todos os modelos éticos do ocidente. Assim, uma fé que
desdenha a ciência e não considera as críticas de uma razão sensata, evolui
para uma teocracia fanática e irracional, contrariando a evolução axiológica,
jurídica e política do ocidente. E o tradicionalismo que daí emerge, longe de
ser fé pura e verdadeira só serve para justificar uma moral irracional. É o
Papa Francisco a voz equilibrada da fé que defende a Ciência, a Filosofia, a
moral meditada e dialoga com outros religiosos de boa vontade. Francisco
defende as religiões que tornam as pessoas melhores para Deus. Isso não significa
abrir mão de sua fé e das verdades cristãs, mas o reconhecimento de que Jesus
não é de ninguém. Francisco segue o mestre que diante da reclamação dos
discípulos, surpreendeu com uma resposta inusitada (Mc. 9, 40): “Quem não é
contra nós, está a nosso favor”.
Temos vivido tempos difíceis, não porque as
igrejas não possam ser mantidas pelos fieis, mas porque criou-se um falso
cristianismo que serve para enriquecer pastores e propor um ideal de
enriquecimento, empreendedorismo e vida principesca, que nada tem a ver com a
mensagem evangélica. Não porque Deus nos queira pobres e miseráveis, mas porque
o propósito das Igrejas não é enriquecer pastores, como não é dar vida de
príncipe aos cardeais romanos. Obrigado Papa Francisco porque sua vida, sua
roupa, seus costumes são simples como os de seu Mestre. Enfim, viver como um
homem simples e sem luxos em meio aos bens não significa ser miserável.
E há também a se agradecer ao Espírito Santo
por nos ter dado um Papa tão necessário para esses dias difíceis. Tempos
líquidos onde tudo muda rapidamente e nada parece seguro. Que os homens de boa
vontade sejam capazes de ouvi-lo antes que algum desastre maior nos agrida em
nossa humanidade. Se o desastre surgir, um novo Hitler por exemplo, teremos que
viver como bandidos que não querem lembrar o mal feito depois de praticá-lo.
Tempos difíceis, a história da humanidade é isto mesmo, o desequilibrado e o equilíbrio, a gangorra dos poderosos.
ResponderExcluirAcho que o papa trás uma mensagem de paz.
ResponderExcluirAssim deve ser, é o representante da igreja católica.
A falta de FÉ de muitos está destruindo os valores, só Jesus voltando para voltar a esperança.
ResponderExcluirGratidão so Espírito Santo, por ser luz.
ResponderExcluirLindas palavras, mas como dizia meu avô, no papel está bonito, questão é a prática.
Deus fez a todos irmãos.
ResponderExcluirMas o que Deus ensinou em seus mandamentos foi esquecido.
Então, meu irmão, tiraram Deus das escolas, doutrinaram, nossos filhos que se transformaram em soldadinhos do partido.
ResponderExcluirE agora o PAPA, vai mudar?
Só o tempo para mudar o que foi enraizado.
Não adianta apelar ao PAPA, cada um faça sua parte, o que plantamos, vamos colher.
ExcluirFui professor, mostrei CAMINHOS, dentro da verdade de CRISTO.
Cabe a cada pessoa promover a paz, começando em sua família.
ResponderExcluirNão adianta apelar ao PAPA, cada um faça sua parte, o que plantamos, vamos colher.
ResponderExcluirFui professor, mostrei CAMINHOS, dentro da verdade de CRISTO.
ResponderExcluirMelhor pedir a volta de Jesus Cristo.
O Papa não dá conta de tanta falta de FÉ.