sexta-feira, 31 de março de 2023

A GAIOLA DOS HOMENS E O UNIVERSO. Selvino Antonio Malfatti

 

 




De tempos em tempos a humanidade é presenteada com homens de ciência. Na antiguidade destacaram-se Tales de Mileto e Pitágoras. Já na idade Média evidencia-se Nicolau de Cusa e Nicolau Copérnico. Já na idade moderna Galileu e Copérnico e na idade contemporânea Einstein e Hawking.

E se nosso mundo humano se limitasse a uma gaiola através da qual pudéssemos contemplar o universo lá fora. Uma gaiola sempre menor, carente de tudo, desde o ar, alimento, espaço. Uma gaiola que inevitavelmente teremos que nos livrar um dia ou outro e soltar-nos no espaço do cosmos como paraquedistas. Dizia ele:

«Devido à mudança do clima e ao progressivo esgotamento dos recursos temos de procurar outro lugar. E o único lugar para onde podemos ir são outros mundos, outros sistemas solares. Sair e nos espalhar pode ser o único caminho a seguir que pode nos salvar de nós mesmos. “Estou convencido de que a humanidade deve deixar a Terra.”

Estas são as palavras de Stephen W. Hawking nascido em 8 de janeiro de 1942 e falecido em 14 de março de 2018.

A vida reservou-lhe dois desafios. O primeiro foi vencer fisicamente as limitações impostas ao corpo. Era portador de esclerose, que degenerava os músculos, mas não as funções cerebrais. Teve que adaptar um sintetizador de voz para comunicação. Foi perdendo os movimentos de braços e pernas, a musculatura voluntária, não conseguindo nem manter a cabeça erguida. Com isto a mobilidade era praticamente nula. A doença o deixou mudo e dependente dos gestos. Quanto mais o corpo o aprisionava, tanto mais seu espírito se libertava e nunca a ciência foi tão útil para pensar, escrever, falar – através de um computador que lhe descortinava o universo. Preso e dependente de uma máquina nem por isso levou uma vida de misantropo e muito menos de misógino. Casou com Jane, cristã fervorosa, alertando o filósofo de que Deus para ela sempre viria em primeiro lugar. Ao que ele respondeu:

- Não me incomoda ficar em segundo lugar depois Deus.

Depois que Jane se separou do outro casamento o físico retorna para ela e seus três filhos.

O universo dos poetas era um espetáculo, dos filósofos um enigma, mas para Hawking um desafio. E enfrentou um inexplorado: os buracos negros do universo. Os monstros que engoliam estrelas.

Perscrutando os mistérios do universo, era inevitável que sua curiosidade fosse atraída pelo mais intrigante enigma, os buracos negros, os monstros do céu gerados pela morte de algumas estrelas, capazes de engolir matéria e luz, tornando-se uma mancha escura.

Geralmente a filosofia começa onde não há ciência e termina onde ela começa. É um conhecimento pré-científico e pós-científico. E foi isto que aconteceu com o físico Hawking. Quando acabou a ciência procurou a filosofia e se perguntou que teoria poderia explicar tudo? E chegou à conclusão que nem a filosofia seria capaz de dar uma resposta.

7 comentários:

  1. Muito esclarecedor, as perguntas estão martelando na cabeças, mas as respostas, nem sempre encontramos.

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  2. E nós reclamamos tanto, um homem extraordinário lutando, vencendo limitações e contribuindo para a humanidade, com suas pesquisas.

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  3. Concordo, a humanidade deve deixar a terra, não soube cuida-la, destruiu a natureza.

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  4. Poderia ter sido um sofredor, se achando vítima, mas foi extraordinário, viveu limitado fisicamente, mas entendeu que o espírito é imortal e livre para outros mundos.

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  5. A gaiola dos homens, sair da bolha, ver o sentido maior da vida.

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  6. ,Como a dor pode transformar?
    Um corpo sofrendo e uma alma liberta, incrível.
    Perfeita sua análise.

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  7. Gostei, monstros que engolem estrelas, para o cientista pesquisa.

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