sexta-feira, 15 de maio de 2020

CORONAVIRUS – UM PLANO DE DISTANCIAMENTO PARA SAÚDE E ECONOMIA. Selvino Antonio Malfatti – professor titular de Ciência Política, da UFSM.












                     
                                                BRASIL - RS


O professor esloveno de Sociologia e Filosofia da universidade Ljubljana, autor do ensaio de “Virus”, analisando a atual situação da pandemia propõe que não se deve escolher entre economia e saúde para superar o atual dilema, mas refletir sobre a questão. Esta atitude pode levar a um meio termo que privilegie a ambas simultaneamente.
Conforme o autor, nos dias de hoje, sob a sombra do Coronavirus já não conseguirmos distinguir realidade de ficção. Estamos vivendo uma realidade ou estamos assistindo um filme? E mesmo que projetemos para o futuro nos perguntamos qual o filme que vamos ver, séries na TV ou outras narrativas. Tudo fica nebuloso e sombrio. Seria a combinação de uma sociedade liquida e sombria.
Confinados devemos reinventar outras formas de conviver, o uso dos recursos: econômico, social, psicológico, cultural e espiritual. Novas regras de mercado urgem, agora subordinadas à solidariedade, a redistribuição dos recursos. Os governos devem deixar de ser por demais liberais e mais intervencionistas, a limitação dos privilégios e mesmo corte em que pese os setores mais conservadores que se negam a abrir mão.
Em alguns lugares os armários já estão sem suprimentos, farmácias, embora continuem abastecidas, os idosos não podem chegar. Até quando a população vai aceitar viver na carência? Quem garante que de repente, hordas famintas não invadirão casas, mercados, supermercados e bancos? E o pior: invasão de hospitais buscando atendimento e remédios? Médicos e enfermeiros poderão ser agredidos e mesmo assassinados. Este é um cenário possível. E os governos, que farão neste caso? Execuções sumárias, pena de morte, prisões!
Mas pensemos que ainda temos tempo. Que podemos achar soluções razoáveis. Uma destas tentativas, por mais modesta que seja, pode ser válida ou ao menos é uma tentativas Trata-se do modelo jé implantado no Rio Grande do Sul, estado brasileiro, pelo governo do estado.
O Modelo gaúcho parece que vai ao encontro do pensamento de Zerek pois, colocando como objetivo principal a saúde, salva a economia através de estratégias. O centro da estratégia está em não fazer terra plana do território do Rio Grande e nem considerar a epidemia igual em intensidade em toda a área. Para tanto o território foi dividido em regiões e nessas regiões aplicam-se critérios baseados em desempenhos setoriais. É denominado de distanciamento social controlado. Prevê diferentes níveis de cuidados por região, num total de 20, cada uma delas com um índice, fixado por uma bandeira, possibilitando flexibilizar a mobilidade social de acordo com a resposta das variáveis como horários, modo de operação, número de funcionários, leitos disponíveis, testes, máscaras, mortes pela doença, internações etc. Cada sábado será feito um feedback para reavaliar o plano. Este tem a supervisão do Ministério da Saúde e em observação por órgãos mundiais da saúde e acompanhados por outros países interessados.
É uma alternativa mais flexível às experiências testadas em países europeus como Itália e Espanha que generalizaram a proibição de circulação de pessoas intrarregional  e interregional. A proposta teve um embasamento teórico de “Como reabrir economias nacionais durante a crise de Coronavirus”, da consultoria americana McKinsey&Company, e Restrição do Contato social durante a Pandemia de Covid-19.
Com isso se pretende conseguir chamar pessoas de volta ao trabalho mais rápido, preservar sua saúde e garantir sua subsistência.


8 comentários:

  1. Muito interessante, um conselho sensato.

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  2. Zenir Bom
    Perfeito, nem um extremo, nem outro, apenas a ponderação, a qual pode nos levar a sair dessa situação. Os extremismos nos levarão a sucumbir muito antes do esperado! Tempos difíceis, mas ainda bem que soluções como essa ainda podem ser postas em prática. Na torcida para que a situação evolua muito bem no.RS.

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  3. Estamos com dias tão difíceis,vivendo com tanta instabilidade, sem saber no que acreditar, medo, angústia e solidão.

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  4. Até quando a população vai suportar ser comandada e chicotada nos seus direitos.

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  5. Refletir a situação, tudo é novidade, nunca tivemos tantas dificuldades e falta de entendimento, um batalhão de pessoas inseguras e raivosas, como se estivessem num campo de futebol.

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  6. Não tem como achar normal prender as pessoas,a fome também mata.

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    1. A fome mata, o medo cria o pânico. Logo teremos o resultado do que está sendo feito com a saúde mental da população.

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  7. Temos que defender a vida, é o bem maior, mas não existe vida sem a proteção do trabalho a quem dele sobrevive.

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