sábado, 8 de julho de 2017

AS SERVAS. .Selvino Antonio Malfatti.


















O livro The Handmaid's Tale (A Serva) vem vencendo décadas de publicações e republicações sucessivamente. Depois de ser encenado para cinema, agora será levado à TV italiana como novela com o título: La Ancella.

Pergunta-se: por que levar à TV uma obra que já carrega algumas décadas? Evidentemente a cima de tudo pelo seu valor cultural. Mas se pode ler nas entrelinhas outras razões. Estou pensando que se se mostrar um lado da moeda pode- se indagar pelo outro. Refiro-me à escalada de atos terroristas acontecendo na Europa devido ao fanatismo de um grupo religioso. No livro citado o fanatismo imaginariamente proveio de cristãos, mas, na Europa, concretamente, o que está acontecendo hoje é com muçulmanos. No livro o regime decorrente é totalitário, direcionado contra as mulheres. No entanto, em minhas viagens pelo mundo de civilização islâmica, no mínimo, de fato que se constata é a desigualdade escancarada em relação ao homem e à mulher.  Elas não são portadoras dos mesmos direitos que os homens. A começar que aos homens é permitida a poligamia, mas as mulheres estão proibidas de poliandria. Ao estupro, por exemplo, é plicada a pena de apedrejamento.  Os homens podem ocupar todos os cargos, as mulheres um mínimo. Não se vê contato entre homens e mulheres.É dificílimo ver mulheres trabalharem no comércio, praticamente só homens. Na dimensão religiosa nem se pode falar. 
São algumas hipóteses que se podem levantar sobre as razões levar a obra aos canais de televisão. Mas parece que a mais provável é um alerta.

A trama é relativamente simples, mas as questões abordadas envolvem a ética, a política, e o direito e, evidentemente, a filosofia.
Desenvolve-se tendo como cenário os Estados Unidos da América, país devastado pelas guerras e radiações atômicas. Os sobreviventes são raros, mormente as mulheres. Os que detêm o poder resolvem impor a procriação obrigando as mulheres a gerarem. Para tanto estabelecem um total controle sobre o sexo feminino nos moldes de um Estado totalitário. As poucas mulheres que sobraram com capacidade para procriarem, as servas, são constrangidas à procriação coercitiva, enquanto as demais são reduzidas à escravidão. A mulher, sem nome, passa a ser denominada de “Offred” , isto é,  “Dofred”, seu patrão, e apenas se sabe que vive na República de Gilead e que pode afastar-se de casa somente uma vez por mês, para ir ao mercado. Os produtos comprados não têm nomes, mas apenas desenhos, pois não é permitido às mulheres lerem. Aparentemente, “Dofred” está resignada ao seu destino. Internamente, porém, lembra-se de seu passado, sabe seu verdadeiro nome, e para sacudir o jugo pede para engravidar, pois esta é a única esperança de salvação.
O livro pode ser dividido em cinco itens:

11. O Enredo.

A devastação das guerras e a poluição são os elementos predominantes. Neste ambiente, um grupo de extremistas cristãos toma o poder e implanta um estado totalitário em que as mulheres são despojadas de todos os direitos.
São divididas em categorias: esposas, filhas, não-mulheres e servas., todas propriedade dos homens e a eles submetidas. Não podem ler, sair sozinhas de casa e proibidas de trabalharem. As que recebem o pior tratamento são as servas, as únicas férteis de todas das categorias, reduzidas a animais de procriação.
No topo da hierarquia social e política do Gilead está o Comandante da República. Calcado no preceito bíblico, segundo o qual, os maridos que tivessem mulheres estéreis poderiam relacionar-se com as próprias servas para gerarem filhos. Louvados neste preceito bíblico os Comandantes apropriavam-se de servas, mulheres férteis, num regime de completa escravidão com o único objetivo de procriação.


 2. A Serva
Em torno da figura de Offred e seu patrão, o Comandante, é contado o relacionamento com as demais servas e do Comandante com sua esposa.
Offfred, a Serva, lembra como era a vida anterior e está determinada não somente sobreviver como encontrar a filha desaparecida.
 3. Cenas chocantes
Logo após a publicação do livro algumas escolas simplesmente rejeitaram o livro e o proibiram devido a cenas de realismo por demais cruéis como é a cena da mutilação sexual.
 4. A questão do feminismo
Após a publicação, o livro tornou-se um baluarte do feminismo, inclusive algumas mulheres tatuavam-se com frases recorrentes do livro. Contudo os próprios intérpretes das figuras feministas, como de Offred, negam a intenção, afirmando que a personagem é apenas uma figura humana, sem nenhuma conotação política.
 5.  Conteúdos
5.1.        Política.
Enquanto numa utopia do tipo platônica ou de Morus se imagina um estado imaginário ideal, na Gilead se vive em extrema opressão, por isso pode ser caracterizada como uma distopia. Os comandantes, mais precisamente, o Comandante, têm a todos submetidos, mormente as mulheres. Estas, até mesmo religiosamente, devem ser rezar para que o Comandante engravide o máximo de servas.
5.2.        Ética
Esta é absoluta, pois não há meio termo ou a possibilidade de consenso. É uma ética só, a qual todos devem praticá-la. Tem como pano de fundo de que os fins justificam os meios.  As mulheres não podem trabalhar, não podem aprender a ler, não podem possuir nada. Para cada categoria de mulheres havia uma cor nas vestimentas e era absolutamente proibido usar outra cor.
5.3.        Direito
A antiga constituição foi queimada. Em vez de Estado de direito é Estado de dever, isto é, policialesco. As mulheres férteis, as servas, são obrigadas a gerarem filhos. É um Estado totalitário no qual ninguém tem direito algum.




6 comentários:

  1. Que retrocesso, será que o público aceitará.

    ResponderExcluir
  2. Muito triste.
    Uma cultura burra.

    ResponderExcluir
  3. Isto é uma história de terrorismo.
    Horrível.

    ResponderExcluir
  4. Para nós é algo inaceitável.
    Seja lá da forma que se apresentar.

    ResponderExcluir
  5. Para nós brasileiros ficamos com o estado do DEVER, seria ótimo aplicar regras é uma lei que se aplicase a todos.

    ResponderExcluir

Postagens mais vistas