As relações entre descobridores e terras descobertas por
europeus no século XV passaram por algumas etapas. A primeira se caracteriza pelo
domínio do colonizador. Os colonizadores iam incorporando as terras aos seus
domínios. O espaço para os nativos diminuía sempre mais e eram empurrados para
as periferias quando não dizimados. Isto perdurou praticamente até o século XVII. 
Num segundo momento, começa surgir uma população de
mescla de nativos com os colonizadores. Eram mestiços, crioulos, cafuzos emergindo os conflitos pelos contínuos
atritos com os vindos das metrópoles. Os colonos de segunda geração já não
aceitam pura e simplesmente serem dominados e querem participar das decisões
sobre suas terras e bens. Boa parte se misceginavam com os nativos emergindo uma população que não era nem européia, nem nativa. Isto perdura até o século XVIII. Desta população nasce um sentimento de pertencimento que gerou um
desejo de autonomia e mesmo independência. Esta situação aflorou com toda
intensidade no século XIX culminando com a independência das antigas
colônias. A partir deste fato cortam-se os laços políticos, culturais,
econômicos e mesmo religiosos em alguns casos com as metrópoles. Isto perdura praticamente em
todo século XIX, findando no início do próximo século XX.
Inicia-se então uma volta, uma retomada dos laços entre a
pátria - mãe e a pátria - filho. De um modo geral foi o padrão seguido pelos
anglo-saxões, pelos lusos e castelhanos. Alguns deram mais ênfase aos aspectos
econômicos, científicos e tecnológicos, como os anglo-saxões e outros aos
humanistas como Portugal e Espanha.
Brasil e Portugal no século XX e XXI desenvolvem um trabalho
lento de redescoberta mútua. Portugal começa se enxergar no Brasil e este se
espelhar naquele. Neste momento o perfil mais maduro está na cultura. E é por
isso que vários projetos contemplam a aproximação para enriquecimento mútuo. 
É neste contexto que se realizam encontros, congressos,
jornadas e colóquios. Um deles é o colóquio Vicente Barreto e outro Antero de
Quental, ora em Portugal, ora no Brasil. O Colóquio Antero de Quental de 2013, realizado no Brasil, enfatizou a ética e a política em Brasil e Portugal, pari passu. O Colóquio Antero de Quental deste ano, também no Brasil, na UFSJ, em São João Del Rei, Minas Gerais, pretende inventariar
as mútuas influências na área do direito. Os temas e a programação,bem como os palestrantes constam abaixo. 
Programação
Completa do XI Colóquio Antero de Quental –UFSJ 
De 11 a 15 de maio de 2015 
2ª-feira -11/05/2015 –Palestra de abertura 
Abertura oficial do
evento 
Conferência de
abertura: 
1.     
Panorama
Geral da Filosofia jurídica luso-brasileira no século XX 
Dr. António Braz Teixeira
-Universidade Lusófona 
Debatedor: Dr. Rogério Medeiros -Desembargador do TJMG
2.     
A relação
entre moral e direito no anti-positivismo jurídico de Farias Brito 
Dr. Selvino Antônio Malfatti
-UFSM e Centro Universitário Franciscano 
Debatedor: Dr. Fábio Abreu Passos -IPTAN 
3.     
O pensamento
jurídico anti-positivista do jovem Paulo Merêa. 
Dr. Ernesto Castro Leal
-Universidade de Lisboa 
Debatedor: Dr. Selvino Malfatti -UFSM e Centro Universitário
Franciscano 
Novas formas de
positivismo jurídico 
4.     
O
pensamento jurídico de Abel Salazar.
Dr. Noberto Cunha -Universidade
do Minho 
Debatedor: Dr. Adelmo José da Silva -UFSJ 
5.     
O
pensamento jurídico de Pontes de Miranda
Dr. Adelmo José da Silva -UFSJ 
Debatedor: Dr. Julio Aguiar de Oliveira -UFOP 
3ª-feira –12/05/2015-
6.     
O
pensamento jurídico de Djacir de Menezes 
Dr. Ricardo Vélez Rodríguez
-UFJF 
Debatedor: Dr. Thomas da Rosa Bustamante -UFMG 
7.     
O pensamento
jurídico de José Hermano Saraiva
Dr. José Esteves Pereira
-Universidade Nova de Lisboa 
Debatedor: Dra. Mariah Brochado Ferreira -UFMG 
8.     
O pensamento
jurídico de António Manuel Hespanha
Dr. Thomas da Rosa Bustamante
-UFMG 
Debatedor: Prof. Paulo Roberto Andrade -UFSJ 
Neo-tomismo jurídico 
9.     
O neo-tomismo
jurídico de Tristão de Athayde 
Dr. José Luiz de Oliveira -UFSJ
Debatedor: Dr. Fábio Abreu Passos -IPTAN 
10. 
O
pensamento jurídico de Leonardo van Acker
Prof. Paulo Roberto Andrade de
Almeida -UFSJ 
Debatedor: Dra. Constança Marcondes Cesar -UFS 
11. 
O
pensamento jurídico de Manoel Gomes da Silva
Dr. Pedro Barbas Homem
-Universidade de Lisboa 
Debatedor: Dr. José Esteves Pereira -Universidade Nova de Lisboa 
4ª-feira –13/05/2015 -
12. 
O
neo-tomismo jurídico de Mário Bigotte Chorão 
Prof.
Dr. Julio Aguiar de Oliveira -UFOP 
Debatedor: Dr. Fernando Armando Ribeiro -TJMG 
13. 
O
neo-tomismo jurídico de José Pedro Galvão de Sousa
Dr. Silvio Firmo do Nascimento
-IPTAN 
Debatedor: Dr. José Luiz de Oliveira -UFSJ 
Culturalismo jurídico 
14. 
O
culturalismo de Alcides Bezerra
Dr. Arsênio Correa -IBF 
Debatedor: Antônio Paim -IBF 
15. 
O
tridimensionalismo jurídico de Miguel Reale
Dr. José Mauricio de Carvalho
-UFSJ 
Debatedor: Antônio Paim -IBF 
16. 
O
pensamento jurídico de Evaristo de Moraes Filho
Dr. Rogério Medeiros -TJMG 
Debatedor: Dr. José Carlos Henriques -FUPAC/Itabirito 
17. 
Ordem e
hermenêutica a partir do pensamento de Nelson Saldanha
Dr. Fernando Armando Ribeiro
-TJMG 
Debatedor: Dr. António Braz Teixeira -Universidade Lusófona 
18. 
O
ecletismo jurídico de Goffredo Telles Júnior
Dr. Fábio Abreu dos Passos
–IPTAN 
Debatedor: Dr. Selvino Malfatti –UFSM 
5ª-feira –14/05/2015 -
Do neo-kantismo à
fenomenologia jurídica 
19.  O pensamento jurídico de Cabral de Moncada 
Prof. Bernardo Gomes Barbosa
Nogueira -Centro Universitário Newton Paiva 
Debatedor: Dr. Rogério Picoli -UFSJ 
20. 
O pensamento
jurídico de Lourival Vilanova 
Profa. Dra. Mariah Brochado
Ferreira -UFMG 
Debatedor: Dr. Luiz Paulo Rouanet -UFSJ 
21. 
O
pensamento jurídico de Eduardo Abranches de Soveral
Prof. José Carlos Henriques
-FUPAC/Itabirito 
Debatedor: Dr. José Esteves Pereira -Universidade Nova de Lisboa 
6ª-feira –15/05/2015 –
22. 
O
pensamento jurídico de Aquiles Cortes Guimarães
Dra. Constança Marcondes Cesar
-UFS 
Debatedor: Dr. Norberto Cunha –Universidade do Minho 
Perspectiva existencial e
raciovitalista 
23. 
O
pensamento jurídico de Delfim Santos
Dr. Manuel Cândido Pimentel
-UCP 
Debatedor: Dr. Rodrigo Correa -UFSJ 
24. 
O
pensamento jurídico de António José Brandão
Dra. Ana Paula Loureiro
-Universidade de Lisboa 
Debatedor: Prof. Bernardo Gomes B. Nogueira -Centro Universitário
Newton Paiva 
25. 
O pensamento
jurídico de L. Machado Neto
Dr. Paulo Ferreira da Cunha
-Universidade do Porto 
Debatedor: Dra. Mariah Brochado Ferreira -UFMG 
26. 
O pensamento
jurídico de Aloysio Ferraz
Dr. António Braz Teixeira
-Universidade Lusófona 
Debatedor: Dr. Paulo Ferreira da Cunha -Universidade do Porto 
16 h -Mesa Redonda de
encerramento do XI Colóquio Antero de Quental 
Dr. António Braz Teixeira
-Universidade Lusófona 
Dr. José Esteves Pereira
-Universidade Nova de Lisboa
Dr. José Mauricio de Carvalho -Universidade Federal de São João del-Rei
Dr. José Mauricio de Carvalho -Universidade Federal de São João del-Rei

Importante esta troca de conhecimentos.
ResponderExcluirÉ importante saber que pessoas se reúnem para falar de cultura e transmitir conhecimento. Grande figuras, que seja muito proveitosa.
ResponderExcluirÉ muito trabalho e estudo. Felicidades no intercambio.
ResponderExcluirGrandes figuras. Muito interessante.
ResponderExcluirÉ uma forma de comunicação. Que renda frutos, serão grandes mestres. PARABÉNS
ResponderExcluirA importância desta relação de trocas e informações será o conhecimento socializado de dois países unidos por uma mesma historia.
ResponderExcluirMuito interessante o câmbio de conhecimentos.
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