Reitor -Franco Anelli - Corriere
A
Universidade Católica do Sagrado Coração, de Milão, completará em dezembro
próximo cem anos. Emersa de um grupo de intelectuais liderados pelo Padre
Agostino Gemelli, em 1921, com o objetivo de trazer de volta ao país o debate
cultural, leia-e humanista. Atualmente atinge uma dimensão de cinco localidades, quase quarenta
mil alunos e doze faculdades.
Para
o reitor Franco Anelli o novo objetivo após os cem anos é “formar alunos
capazes de elaborar um pensamento crítico e, portanto, livre”. E mais:
“criatividade, pensamento critico. Para a universidade, o futuro é agora”.
Grandes
líderes políticos frequentaram a universidade católica. Ainda se continuam
presentes como o presidente da República Sergio Mattarella que nesta data
inaugura o presente ano letivo. Dentre as pessoas de destaque podem ser
citadas: Romano Prodi, Lorenzo Ornaghi, Amintore Fanfani, Ciriaco de Mita entre
outros.
É a
maior universidade privada da Europa e do mundo em número de inscritos. Pelo
sistema internacional de classificação foi-lhe concedido cinco estrelas em:
empregabilidade, ensino, instalações e engajamento.
Três
pensamentos constituem o “Leitmotiv” da universidade projetada para o futuro
conforme Franco Anelli: crítica, criatividade e liberdade. Pela crítica
pretende-se chegar à ordem superior, originária à própria etimologia da
palavra: separar e distinguir. No momento que se tiver diante de si o
pensamento claro, será possível ser criativo e eleger as alternativas que se
considerarem melhores e com isso ser livre.
O
próximo passo, para enfrentar o futuro, será introduzir a diversidade
diferenciando-se do passado. Aos docentes será possibilitado o acesso de
ferramentas tecnológicas, mantendo o cuidado de não se preocupar como usar as
ferramentas, mas usá-las no serviço da inovação e construir cursos de formas diferenciadas.
Outra
mudança que deverá advir é a respeito dos conteúdos, isto é, o quê ensinar.
Para tanto é preciso introduzir uma nova interpretação da realidade. O século
XX já é passado, agora temos uma sociedade fundada no digital, novos objetos de
troca, processos novos de tomadas de decisões e consensos, inclusive novo
acesso aos cargos políticos. Novas realidades devem ser compreendidas e para
tanto novas habilidades serão construídas. Devemos lançar o desafio da
perspicácia para perceber o que ofertar para a nova realidade. Entender o que
está por vir e ofertar habilidades para poder geri-las. Em outras palavras: é
preciso antecipar-se ao futuro.
Para
o reitor da universidade, estar atualizado hoje significa ser capaz de pensar,
ser original e criativo. Não basta encher a cabeça das pessoas de noções, mas
que saibam processá-las. Para tanto é preciso desenvolver a independência de
pensamento, o dom da crítica e uma vocação de originalidade.
No
momento atual temos uma crise de competências. O trabalho de vários
profissionais está sendo posto em cheque como de médicos ou de professores. Mas
para reconhecer as habilidades dos outros é preciso ter suas próprias. Para
enfrentar as dificuldades que se apresentam são necessárias habilidades. E isto
se consegue através da educação que transmita informação, noções, mas,
sobretudo ferramentas para que a própria pessoa possa descobrir os meios para
desenvolver a criatividade, sem se descuidar de submeter crítica. (Franco
Anelli: «Creatività, pensiero critico. Per l’università il futuro è ora, di
ANNACHIARA SACCHI – Corriere dela Sera).
As
sugestões do Reitor nos apontam algumas direções para o ensino do futuro da universidade católica:
- o
uso de tecnologias digitais.
- a
adoção de novas metodologias
-
novos enfoques nas relações humanas incorporando a diversidade.
- uso
de dados coletados
- trabalho
com projetos
- ensino híbrido (blended learning) ou, on-off
-
Complementariedade entre ensino presencial e à distância
-
Gestão administrativa do ensino
Pessoalmente penso que é um ensino essencialmente tecnicista e mecanicista: onde está o lugar do humano objetivo primeiro da universidade? (só a maquina ensina e avalia). O que acontece na avaliação? Uma máquina alimentada por um programador mecânico exige de um humano respostas elaboradas por um programador.
Tal proposta não rompe com a tradição humanista de uma universidade católica?
Terá abandonado ao adversário o baluarte do humanismo rendendo-se ao tecnicismo?
Perfeito, desenvolver independência de pensamentos, este é o papel da Universidade que forma cidadãos.
ResponderExcluirSim, importante entender seu alerta, professor.
ExcluirGrande provocação, onde está o lugar do humano?
ResponderExcluirMuito bom.
ExcluirCriatividade e liberdade de pensamentos,desenvolvimento de projetos que beneficiem a sociedade.
ResponderExcluirSerá a opção certa.
Vc lembra? Universidade é um espaço para formação e não doutrinação.
ResponderExcluirMentes livres e ávidas por conhecimento.
E para não falar no Brasil, vamos esclarecer, estamos atentos as verdades.
ResponderExcluirNo Brasil, universidade pública, paga com dinheiro público fazendo política e passeatas na pandemia; precisamos de mentes sem doutrinação dando respostas com bons projetos a população.
ResponderExcluirConcordo, universidade pública, formando profissionais capacitados.
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