Na pesquisa sociológica Max Weber utilizava ou propunha
um método diferente mas muito eficaz. Dizia ele que se poderia partir de uma
concepção ideal e através dela medir a realidade social. Por isso seria
necessário se perguntar como seria um tipo ideal, por exemplo, de santo, de
pecador, de administrador e assim por diante. Evidentemente não existe na realidade, mas apenas como tipo ideal. Este mesmo método poderia ser
aplicado à política. Daí a questão: qual seria um tipo ideal de candidato?
Conforme o cientista em política da UNICAMP, Valeriano
Costa, os candidatos deveriam reunir alguns traços característicos para que
fossem bons políticos. Evidentemente nem todos teriam todos e muito menos todos
seriam idênticos. São pessoas ideais que a realidade não as reproduz
integralmente. Este é apenas um método para facilitar as escolhas pessoais ao
se confrontarem candidatos reais. Nós temos uma imagem ideal com a qual
comparamos o nosso candidato real. Um candidato ideal deveria congregar as
seguintes qualidades: Poderíamos dividi-las em teóricas e práticas.
A. Teóricas
1. Trajetória
de vida limpa. Ter um passado público e privado inatacável. Livre de envolvimento
com atividades condenadas pela lei, pela moral e pela ética.
2. Agir
com transparência. Seria mais ou menos o que propunha a moral positivista: “agir
às claras”. A vida deste candidato está sempre disponível.
3. Autenticidade.
Significa uma e mesma identidade: a do cidadão comum e daquele que vai pleitear
um cargo público.
B. Práticas
1. Noções
de gestão. Saber administrar, a começar pela própria família, escola ou
empresa.
2. Conhecer
a realidade. Ser alguém que tenha um mapa espelhando a realidade do município.
A sede, os distritos, bairros, vilas e interior.
3. Escolaridade.
Atualmente para qualquer emprego se exige um mínimo de escolaridade. Na
política este mínimo poderia ser o segundo grau, sem se falar nos rudimentos da
informática.
4. Empreendorismo.
Ser observador e administrador. Enxergar a possibilidade e decidir-se por ela.
5. Praticidade.
Não perder-se em conjeturas estéreis.
Ser realista.
6. Governabilidade.
Ter uma sustentação social e política.
7. Legitimidade.
Esta significa que a negociação implicará numa aceitação da maior parte
possível na qual todos e quase todos ganham.
O eleitor ainda deverá levar em conta outro aspecto. Se o
candidato for para o executivo deverá preencher um perfil, se for para o
legislativo outro. Para o executivo exige-se que o candidato seja um
administrador, enquanto para o legislativo um negociador. Um deve ser gerente,
outro fiscal. Os papéis não podem ser invertidos sob pena de nenhum deles cumprirem
suas funções. Um vereador não pode
prometer que irá construir uma ponte, nem o prefeito dizer que vigiará os
gastos da câmara de vereadores.