Quando se apontam as falhas das experiências socialistas é comum ouvir-se a frase:
-
Este não é o socialismo verdadeiro! -
A
jornalista da Gazeta do Povo, Bruna Komarchesqui, se dispôs a discorrer sobre o
assunto.
O
que até agora se tem mostrado é que nenhum socialismo deu certo. Sobre as
tentativas que superam duas dezenas e o que se poderia concluir é que cem por
cento fracassou. O que se constata é que no entusiasmo inicial da implantação
de algum socialismo, os intelectuais se derretem em tecer elogios, mas quando
começam aparecer rachaduras no edifício, logo se apressam em se desculpar
dizendo que “este não é o verdadeiro socialismo”. Assim aconteceu com a Rússia,
Cuba, China, Coreia e outras.
O
socialismo tem falhas? Não. Não é o socialismo que tem falhas, mas ele próprio é a
falha. O socialismo é uma contradição “in terminis”, assim como vivo e morto.
Não podem existir simultaneamente socialismo e liberalismo.
O
controle democrático do poder? Esta ilusão foi muito bem estudada por Friedrich
Hayek. Este conclui que a realidade mostra que acontece o contrário, isto é, o
socialismo leva à concentração do poder nas mãos do Estado. Esta é a conclusão
do pensamento liberal. Curiosamente o lado socialista chega à mesma conclusão.
O partido, e no caso socialista é o poder visível do Estado, amordaça a
sociedade com suas tenazes e concentra em si todo poder. É a conclusão de
Robert Michels em os “Partidos Políticos.” Portanto, ambos chegam à idêntica
conclusão. Michels aponta razões práticas que evitam a renovação e o poder
continue sempre nas mãos dos mesmos.
• “Conforme
Michels a lógica democrática deveria reger-se pela substituição contínua dos
mais antigos pelos mais jovens para não deixar que os cargos de direção se
incrustem no poder. No entanto, o que acontece é exatamente o inverso. Os
partidos socialistas têm uma sólida organização, fazendo que a representação se
assente mais no passado que no presente. É a lei da inércia que leva a isso, uma
preguiça gregária que renova o mandato dos mesmos chefes. Contudo, isso não
ocorre por falta de normas. Há uma determinação de que, em cada congresso
anual, o partido deva renovar-se pelo voto secreto, bem como, com maioria
absoluta, todo o comitê de direção composto de sete pessoas. Entretanto, o que
se observa é que, em cada congresso, se distribui aos delegados cédulas
impressas com os nomes dos membros da direção anterior. Isso mostra não somente
uma continuidade de mandatos como também uma forma de pressão para
consegui-los”.(MALFATTI, S. A teoria das elites como uma ideologia para perpetuação no governo.
Revista Thaumazein v. 1, n. 2 (2008) ›
O socialismo tem falhas? Não é o socialismo
que tem falhas, mas ele próprio é a falha. O socialismo é uma contradição “in
terminis”, assim como vivo e morto. Não podem os dois existir politicamente
simultaneamente.
São
várias as tentativas de implantação do socialismo. São duas as formas
clássicas. A dita via “democrática” e a revolucionária. Ambas acabam sendo
violentas. Citaremos algumas experiências:
• Chile
Após
eleito e assumir o poder Salvador Allende promove, por decreto, a reforma
agrária, a nacionalização do cobre, carro chefe da exportação, estatização dos
bancos e indústrias.
As
consequências se fizeram sentir imediatamente. Aumento de desemprego, a moeda
se desvalorizava, a inflação atingia o teto de 381% e os produtos despareceram
das prateleiras.
Ao
autogolpe planejado, Pinochet promove um golpe militar e Allende se suicida.
• Alemanha Oriental
Após
a pacificação em 1949, os soviéticos, que ficaram com várias ocidentais, fundaram a República Democrática Alemã, com a
construção do Muro de Berlim como “proteção antifascista” dividindo a Alemanha
ao meio. A ocidental, liberal e democrática, e oriental socialista.
Quando
as duas foram reunificadas pela derrubada do Muro de Berlim se pôde ver a
defasagem da oriental: o PIB da oriental era apenas um terço da outra, não
havia parâmetros que aproximassem as duas em produtividade, tecnologia,
expectativa de vida e outros.
• Coreia do Norte
A
Coreia do Norte possui uma fachada liberal, como a realização periódica de
eleições. No entanto, a realidade mostra uma ditadura stalinista totalitária,
com um culto quase teocrático de A Coreia do Norte oficialmente se descreve
como um Estado socialista autossuficiente e formalmente realiza eleições.
Vários analistas, no entanto, classificam o governo do país como uma ditadura
stalinista totalitária, particularmente por conta do intenso culto de
personalidade em torno de Kim Il-sung e sua família.
Caracteriza-se
pela estagnação econômica, violação dos direitos humanos e liberdades públicas
e controle dos meios de divulgação.
Poderíamos
desfilar experiências socialistas. Preferimos buscar os passos geralmente seguidos pelos líderes
socialistas.
1º
Apresentação à sociedade do socialismo como um ideal perfeito: paz, bem estar
social e econômico. Seria um paraíso terrestre.
2º
Necessidade de pequenos ajustes: desapropriações, acomodações coletivas, comida
racionada.
3º
Eliminação dos inimigos do povo; fuzilamentos, prisões, deportações.
4º
Implantação da ditadura: fim das liberdades públicas.
5º
Instalação do totalitarismo: domínio da consciência - liberdades internas.
Assim
sucedeu na Rússia, China, Cuba e outras experiências socialistas.