Ingleses e americanos batizaram o Fake News e os
brasileiros inventaram a Fofoca. O
Fake News tem uma longa história, desde Tarquínio o Soberbo aos nossos dias, e
se caracteriza em difundir notícias falsas. A Fofoca não tem data de início
preciso, mas as primeiras notícias de fofocas são originárias de reuniões em
locais exclusivas de mulheres, como de lavadeiras ou cozinheiras, sem querer dizer com isso que são originárias delas. Existe muito homem fofoqueiro escondido por aí.
No Brasil, fakes e fofocas se confundem e nem sempre se consegue
separá-las. Vejamos algumas: D. Joao VI herdou a fama de comedor de coxinha de
galinha, D. Carlota Joaquina teria se envolvida com numerosas aventuras
extraconjugais. De D. Joao VI ainda se diz que escondeu uma filha bastarda. D.
Pedro, alvo também de fakes, contra atacava espalhando notícias falsas em
jornais usando pseudónimo. Já no período getuliano, na eleição entre Eurico e
Eduardo Gomes, este num discurso falou em “malta de desocupados”. Os
partidários de Eurico difundiram a ideia que se referia a trabalhadores “marmiteiros,
negros, espíritas, pobres e mulheres que trabalham fora de casa”. Eduardo Gomes
foi derrotado.
Provavelmente foi com a eleição de Jair Bolsonaro que recrudesceu
a difusão de Fofocas e Notícias falsas e a radicalização ideológica. Os
perdedores, despeitados pela derrota nas urnas, depois de quinze anos no poder,
foram para o ataque na mídia. Os vencedores, acuados pelos perdedores,
revidaram contra atacando. No momento assistimos a uma verdadeira guerra civil
virtual entre perdedores e vencedores, transpondo o limiar de fakes e fofocas,
para ingressar no campo ideológico e agressão moral e física.
Pode-se dizer que a eleição do Presidente do Brasil. Jair
Bolsonaro, bem como seu governo, provocou um divisor de águas nas redes sociais
entre partidários da ideologia liberal-democrata e os da ideologia socialista
de várias colorações: os primeiros, favoráveis ao Presidente e os segundos
contra. Estes últimos atacam sistematicamente o presidente e seu governo e os
favoráveis defendem-se justificando os atos do Presidente. Já se perdeu a
neutralidade da análise e os dois lados se engalfinham numa luta de destruição
do adversário.
A análise poderia abranger vários enfoques como
econômico, educacional, política externa, ações sociais entre outras. Devido à
presença de Bolsonaro à reunião da ONU e sua fala inaugural, destacamos alguns
tópicos como protótipos de divisores político-ideológicos. O discurso presidencial
privilegiou a Amazônia.
Atacou a internacionalização, defendeu a soberania, acenou para a integração indígena, condenou a globalismo socialista e defendeu a cooperação. Atacou o interesse estrangeiro dizendo que sua presença na Amazônia não é para defender o índio, mas interesse pelas riquezas.
Atacou a internacionalização, defendeu a soberania, acenou para a integração indígena, condenou a globalismo socialista e defendeu a cooperação. Atacou o interesse estrangeiro dizendo que sua presença na Amazônia não é para defender o índio, mas interesse pelas riquezas.
E o ataque à politica ambiental de Bolsonaro serviria,
como exemplo, é utilizar-se de
argumentos colocados na boca do Cacique Raoni Metuktire afirmando que:
- os índios seriam povos originários da floresta;
- seriam portadores de sabedoria ancestral;
- preveriam o futuro da natureza e humana;
- grande tradição da humanidade (espíritos, vida,
floresta, rios e toda natureza);
- implantariam uma nova cosmologia e biologia etc
Os partidários de Bolsonaro se perguntam: é possível um
índio filosofar desse jeito, usando argumentos de uma filosofia oriental? E
acrescentam:
- Os presidentes antecessores eram socialistas, desviaram
milhões de dólares, comprando parte da mídia e parte do parlamento;
- O objetivo último seria vencer a eleição, instalar um poder absoluto e totalitário
- A previsão não se cumpriu e por isso estão inconformados por que foram julgados e
punidos.
O que acontecerá se os espíritos não se apazigarem e a paz não voltar?
O que acontecerá se os espíritos não se apazigarem e a paz não voltar?