Se partirmos da constatação de que existimos, de imediato veremos a precariedade de nossa existência. Conseguiremos recuar até o instante de nossa consciência, de nossa interioridade que, iluminada, toma consciência de si? Estamos suspensos, sem ser e com desejo de mendigos de tê-lo. Quando ocorreu o acender de nossa consciência? Para a maioria tudo se esvanece no passado longínquo o qual não se consegue identificar. Caminhamos sobre o Nada, como o Mestre caminhava sobre as águas.
Alguns têm a felicidade ou não, de despertar cedo para a consciência. Eu fui um deles devido à religiosidade dos pais. Nas aulas de Catecismo, uma das primeiras perguntas a nós feita e ainda presente, foi ponto de partida para a consciência.
- Para que vivemos na terra? E a resposta nos tirava do marasmo do nada:
- Para amar e servir a Deus e assim salvar nossa alma.
É para isto que existimos, nos dizia o Catecismo. Depois até poderá ter mudado, mas foi dado o choque do despertar e despertamos. Isto pode acontecer pela mística, filosofia, testemunho e outros.
Alguns têm a felicidade ou não, de despertar cedo para a consciência. Eu fui um deles devido à religiosidade dos pais. Nas aulas de Catecismo, uma das primeiras perguntas a nós feita e ainda presente, foi ponto de partida para a consciência.
- Para que vivemos na terra? E a resposta nos tirava do marasmo do nada:
- Para amar e servir a Deus e assim salvar nossa alma.
É para isto que existimos, nos dizia o Catecismo. Depois até poderá ter mudado, mas foi dado o choque do despertar e despertamos. Isto pode acontecer pela mística, filosofia, testemunho e outros.
O que nos consola como reduto último é a Esperança. Entre o Ser e o Nada, perigosamente suspenso sobre a Morte, o homem consegue viver porque se recusa cortar o fio da Esperança. Se este for rompido, cairemos no Nada. Os acenos das Angústias, do Cuidado, da Náusea, na verdade, são apenas acenos do desespero, pois são formas de cortejar o Nada, de quem pendula entre a Morte.
A Luz pode ser a metáfora da vida, enquanto a Noite é a da Morte. O primeiro um ser-em-si e o segundo o não ser. Esta dualidade reflete-se na gnosiologia, na relação entre sujeito e objeto. No ato do conhecimento, o sujeito não só contempla o objeto, mas também o objetiva. A relação imediata que surge é uma bipolaridade de eu- isto. Neste primeiro contato sujeito-objeto, é estabelecida uma relação fria. O primeiro ignorando a concretude do segundo e este reduzindo ao mínimo sua concretude. Dessa relação surge uma metafísica materialista ou mesmo estruturalista. A relação sujeito-objeto nos leva a renunciar ao conhecimento da Vida, do Homem e do Espírito, pois há um sujeito diante de uma coisa e vice-versa. Será possível outra relação? É possível desde que a relação que se estabeleça seja de natureza Eu-Tu , Nós-Ele, Eu-Vós. Esta relação muda a natureza, pois em vez de objetos, coisas, há relações de sujeitos intersubjetivos. Com essa relação é possível captar a vida, o espírito e o Homem concreto. O existente humano é o ser-em-si em trânsito, na busca do Ser-em-Si-para-Si. Então, talvez, a esperança substitua a culpa e liberte o ser humano.