sexta-feira, 9 de agosto de 2024

SEXO DE JOVENS CATÓLICOS E EVANGÉLICOS. Selvino Antonio Malfatti

 



Sexo, o que é? Tentemos partir do conceito mais simples ao mais complexo. O primeiro e mais simples é um ato conjuntivo entre os órgãos de um ser masculino e um feminino. O mais complexo seria qualquer ato tanto masculino como feminino de origem ou fim libidinoso.

No passado embora houvesse “perversões” sexuais como; incesto, homossexualidade, zoofilia, pedofilia, pederastia, fetichismo, sadomasoquismo, transvestismo, narcisismo, autoerotismo, coprofilia, necrofilia, exibicionismo, voyeurismo, mutilações sexuais, o considerado normal era o sexo entre um ser masculino e um feminino. Atualmente, além das citadas práticas, a variedade é inumerável em quantidade e inqualificável nas formas.

Sexo sempre mereceu um controle de fora, desde as normas religiosas no passado até o controle próprio, o autocontrole atual.

Em que pese Aristóteles associar o sexo ao amor evidentemente não é mais exclusivamente assim nos dias atuais. Da mesma forma Tomás de Aquino vincula o sexo à finalidade do órgão que é a procriação.

A análise sociológica revela em contrapartida o sexo com objetivo exclusivo de prazer. Este será nosso foco(socióloga francesa Marion Maudet -No começo era o casal. Sexualidade, Amor e Religião entre os Jovens ).

Ainda a religião oferece resistências ao sexo como prazer. Sua orientação segue a raiz filosófica do amor e da procriação. Isto cria um conflito de consciência com a realidade social.

Faremos uma reflexão sobre esta realidade analisando principalmente duas vertentes religiosas cristãs no Brasil: os jovens católicos e evangélicos praticantes . Escolhemos população de 12 a 25 anos. Em ambos os grupos religiosos as orientações são recebidas nos centros religiosos como paróquias para os católicos e igrejas para os evangélicos.

Primeiramente os católicos. A partir de 1970 a vida sexual dos jovens católicos praticantes tem se aproximado dos não praticantes e não católicos. São as práticas mais comuns condenadas pela Igreja e praticadas em larga escala pelos jovens: masturbação, uso de contraceptivos, consumo de pornografia. O mesmo se pode dizer da primeira experiência sexual. Os jovens católicos portam-se como se não houvesse orientação religiosa. Em ambos, católicos e evangélicos, concordam que sexo antes do casamento é lícito.

Uma mudança ocorre com os jovens  quando chegam aos 25 anos.  Demonstram um apego mútuo do casal, valorizam o casamento e a fidelidade conjugal. A sexualidade é praticada no âmbito do casal e é neste ambiente que é legítima e satisfatória. As práticas sexuais modernas como “hookups”, poliamor são rechaçadas pelos casais que já veem no parceiro um futuro marido ou esposa. A orientação católica acompanha seus crentes neste processo por meio de cursos de preparação ao matrimônio, retiros espirituais e grupos de apoio.

E a questão da homossexualidade? Alguns jovens católicos praticantes separam radicalmente a fé e a orientação sexual. A vida sexual é uma coisa e a fé é outra. São esferas incomunicantes. Outros rompem com a fé religiosa, vivendo uma espiritualidade autônomas em relação à paróquia ou congregação religiosa. Rejeitam totalmente a orientação da religião.

Quanto aos evangélicos praticantes existem posições bem mais conservadoras. As orientações dos pastores são seguidas ao pé da letra. A Bíblia é algo imutável. Como a Bíblia condena sexo fora do casamento, então todo sexo deste contexto é pecado. Diz um pastor evangélico: “O sexo lidera a lista de pecados capitais evangélicos”. ( Marcos Botelho). O jornal italiano, “Corriere”, ao se referir aos escândalos de pederastia da Igreja católica diz: ” a cruz da Igreja é o sexo".

Estas considerações somente são válidas para jovens católicos e evangélicos, pois para os demais, vale tudo, quase uma pandemia sexual. Como dizem: como o diabo gosta.

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