Sexo, o que é? Tentemos
partir do conceito mais simples ao mais complexo. O primeiro e mais simples é
um ato conjuntivo entre os órgãos de um ser masculino e um feminino. O mais
complexo seria qualquer ato tanto masculino como feminino de origem ou fim
libidinoso.
No passado embora houvesse
“perversões” sexuais como; incesto, homossexualidade, zoofilia, pedofilia,
pederastia, fetichismo, sadomasoquismo, transvestismo, narcisismo, autoerotismo,
coprofilia, necrofilia, exibicionismo, voyeurismo, mutilações sexuais, o
considerado normal era o sexo entre um ser masculino e um feminino. Atualmente,
além das citadas práticas, a variedade é inumerável em quantidade
e inqualificável nas formas.
Sexo sempre mereceu um
controle de fora, desde as normas religiosas no passado até o controle próprio,
o autocontrole atual.
Em que pese Aristóteles
associar o sexo ao amor evidentemente não é mais exclusivamente assim nos dias
atuais. Da mesma forma Tomás de Aquino vincula o sexo à finalidade do órgão que
é a procriação.
A análise sociológica revela em contrapartida o sexo com objetivo exclusivo de prazer. Este será nosso foco. (socióloga francesa Marion Maudet -No começo era o casal. Sexualidade, Amor e Religião entre os Jovens ).
Ainda a religião oferece
resistências ao sexo como prazer. Sua orientação segue a raiz filosófica do
amor e da procriação. Isto cria um conflito de consciência com a realidade
social.
Faremos uma reflexão sobre
esta realidade analisando principalmente duas vertentes religiosas cristãs no
Brasil: os jovens católicos e evangélicos praticantes .
Escolhemos população de 12 a 25 anos. Em ambos os grupos religiosos as orientações são recebidas nos
centros religiosos como paróquias para os católicos e igrejas para os
evangélicos.
Primeiramente os católicos.
A partir de 1970 a vida sexual dos jovens católicos praticantes tem se
aproximado dos não praticantes e não católicos. São as práticas mais comuns
condenadas pela Igreja e praticadas em larga escala pelos jovens: masturbação,
uso de contraceptivos, consumo de pornografia. O mesmo se pode dizer da
primeira experiência sexual. Os jovens católicos portam-se como se não houvesse
orientação religiosa. Em ambos, católicos e evangélicos, concordam que sexo
antes do casamento é lícito.
Uma mudança ocorre com os jovens quando
chegam aos 25 anos. Demonstram um apego
mútuo do casal, valorizam o casamento e a fidelidade conjugal. A sexualidade é
praticada no âmbito do casal e é neste ambiente que é legítima e satisfatória.
As práticas sexuais modernas como “hookups”, poliamor são rechaçadas pelos casais
que já veem no parceiro um futuro marido ou esposa. A orientação católica
acompanha seus crentes neste processo por meio de cursos de preparação ao
matrimônio, retiros espirituais e grupos de apoio.
E a questão da
homossexualidade? Alguns jovens católicos praticantes separam radicalmente a fé
e a orientação sexual. A vida sexual é uma coisa e a fé é outra. São esferas
incomunicantes. Outros rompem com a fé religiosa, vivendo uma espiritualidade
autônomas em relação à paróquia ou congregação religiosa. Rejeitam totalmente a
orientação da religião.
Quanto aos evangélicos praticantes existem posições bem mais conservadoras. As orientações dos pastores são seguidas ao pé da letra. A Bíblia é algo imutável. Como a Bíblia condena sexo fora do casamento, então todo sexo deste contexto é pecado. Diz um pastor evangélico: “O sexo lidera a lista de pecados capitais evangélicos”. ( Marcos Botelho). O jornal italiano, “Corriere”, ao se referir aos escândalos de pederastia da Igreja católica diz: ” a cruz da Igreja é o sexo".
Estas considerações somente são válidas para jovens católicos e evangélicos, pois para os demais, vale tudo, quase uma pandemia sexual. Como dizem: como o diabo gosta.