Meu
antigo professor Ricardo Vélez Rodríguez tem uma postura política clara.Além
disso é um dos mais respeitados intelectuais no Brasil e exterior. Quero
partilhar e socializar sua visão sobre as manifestações públicas de 15 de
março.
"Amigos, foi uma festa cívica!
Com a minha esposa Paula, juntei-me aos 45.000 londrinenses que, nessa
linda tarde de verão, exigiam o fim da safadeza lulopetralha e o respeito aos
cidadãos de bem. Famílias inteiras, alegres, defendendo a liberdade que a petralhada
tenta sequestrar. Como todo mundo viu, foi assim pelo Brasil afora. Milhões
reivindicando o direito de ir e vir e de viver em paz com as suas famílias.
Milhões de vozes criticando a safadeza dos lulopetralhas que tentaram
sequestrar a nossa liberdade, ao longo destes treze anos de desgoverno. Não
conseguirão os militantes do caos se apossar das nossas almas. Saí à rua porque
quero um país próspero e digno para os meus filhos: Vitória, já adulta e que
luta para sobreviver com dignidade; Pedrinho, com os seus três aninhos e que
não abre mão de ser uma criança feliz. A Festa da Liberdade, em todas as
cidades onde os brasileiros saíram as ruas, foi um belo testemunho de vida
cidadã e de esperança. Quase três milhões de manifestantes pelo país afora não
foi um espetáculo pequeno. As ruas e praças cheias de brasileiros exigindo
decência na vida pública e defendendo a liberdade encarnaram a vontade do povo
brasileiro.
Lamentáveis foram as palavras
dos porta-vozes do regime, que tentaram dar a sua interpretação distorcida dos
fatos na entrevista coletiva de domingo à noite. Rosseto cometeu a asneira de
dizer que os manifestantes pertenciam ao grupo dos que não votaram em Dilma nas
eleições passadas. Cardozo, o militante que utiliza o ministério da Justiça
para fazer advocacia em prol dos corruptos, enfatizou a "democracia"
do regime dilmista, que "tolera" passeatas. Nada de novo, a mesma
lenga-lenga de sempre. Panelaço na certa, essa foi a resposta dos que
assistimos, pela TV, à medíocre entrevista. Os brasileiros cansaram da
mediocridade e das mentiras da Dilma e seu governo de ineptos. A vida ficará
difícil para eles ao longo dos próximos meses, com certeza. A multidão acordou
e não se acovarda.
Na sua bela crônica intitulada:
"Nós, o povo", o meu amigo e jornalista Paulo Briguet escrevia na sua
coluna do Jornal de
Londrina (pg. 5,
edição de 16 de março): "Durante muitos anos, a palavra povo esteve
nas mãos de seus sequestradores. Até bem pouco tempo atrás, só podia usa-la
quem era companheiro da esquerda. Mas os escândalos do governo acabaram por
destruir esse cativeiro semântico. Hoje as pessoas são livres para dizer: - Nós somos o povo. Não precisam mais mostrar a carteirinha
do partido nem a estrelinha no peito. O povo somos nós. Somos nós que
trabalhamos, que estudamos, que criamos filhos, que amamos nossas famílias, que
pagamos impostos, que fazemos compras no supermercado, que abominamos o roubo,
o crime e a chantagem. Somos nós que não temos privilégios, que nunca tivemos
milhões ao nosso dispor, que não ajudamos as pessoas só para conquistar os seus
votos e as suas consciências. Fazemos o bem sem esperar nada em troca. Somos
nós, o povo".
Os Estados se corrompem, já
dizia Aristóteles na sua Política(no século IV a.C.), quando os que
mandam fazem-no em benefício próprio, excluindo o resto. Não é preciso roubar
dinheiro do contribuinte. Basta com colocar o Estado a serviço de uma minoria.
Ora, é isto o que o PT faz no Brasil há treze anos, com a maior cara de pau,
ousando pousar ainda como paladino da ética e dos excluídos. É contra essa
desfaçatez que saímos às ruas no dia 15 de março e é com esse propósito que
voltaremos a sair quantas vezes for necessário. Dilma ainda não entendeu o
recado. Na sua entrevista de ontem simplesmente repetiu ad nauseam o seu discurso corriqueiro de que
está disposta a dialogar. Diálogo estranho esse que começa querendo negar o
óbvio ululante. Os petralhas governam para si, roubam e não prestam contas a
ninguém. E ficam bravinhos quando as multidões, nas praças e ruas, exigem que
os governantes lhes falem a verdade claramente, sem tapujos. Não perdem por
esperar!