Fazem dez anos que o empresário norte-americano Steve Jobs (1955-2011) criou a Apple e com ela "Macintosh", o "iPod", o "iPhone" e o "iPad". Foi um empreendedor e inovador na área de informática. A Apple teve sua maior importância no surgimento de computadores pessoais, filmes, música e telefones celulares.
A bibliografia mais
significativa é de Walter Isaacson, intitulada Steve Jobs.
Na lenda de Górdio dar-se-ia o trono da Ásia a quem desatasse o nó Górdio. Nenhum pretendente
conseguia o feito, até que Alexandre, o Grande, desembainhou a espada e cortou
o nó. Alexandre desrespeitou as regras, pois o nó devia ser desatado e não
cortado. Mesmo assim Alexandre tornou-se o soberano da Ásia.
Com Jobs aconteceu o mesmo
cortando o nó Górdio da tecnologia. O que todos julgavam impossível, ele,
serenamente, sem agredir ninguém, rompeu a barreira do som e tornou-se o rei,
fundando a Apple. Existem outros cofundadores como Steve Wozniak e Ronald Wayne
entre outros. A Apple tornou-se a líder mundial de projetos e comércio de
insumos eletrônicos.
Jobs socialmente foi um
sujeito difícil. Era conhecido como “quebra regras”, como ocupar estacionamento
para deficientes. No entanto, intelectualmente e empresarialmente era um gênio.
Sua biografia é fonte e serve de inspiração a todos os que a leem e releem.
Qual o conteúdo desta
biografia de vida? O que esconde atrás das letras frias e ao mesmo tempo
palpitantes?
Jobs inverteu a lei de
marketing. : "Você não pode apenas perguntar aos consumidores o que eles
querem, e aí tentar dar isso a eles. Quando você tiver construído isso, eles
vão querer algo novo". Daí que, em
vez de ofertar o que o mercado procura, oferta para o mercado procurar. É o que
acontece atualmente: o mercado oferta e os consumidores consomem. Pode-se citar
como exemplos os iPod, iPhone e iPad. Antes eram grandes, pesados e
complicados. No lançamento não se esqueceu de dourar a pílula. Ele os
transformou em pequenos, leves e fáceis e atraentes. Era o “campo de distorção
da realidade”. O sucesso foi grande.
Job descobriu como os
consumidores identificavam aspectos físicos – roupas – com os produtos. Vestia uma
malha preta da marca St. Croix de gola alta, um jeans 501 da Levi's, e tênis
991 da New Balance. Isso nos lembra o dono da Havam, Luciano Hang: terno verde-bandeira.
Na Índia tomou contato com a
filosofia hindu, inclusive frequentou ashram, tipo de monastério e adotou o
budismo por toda vida.
Para Job tudo é possível
desde que “seja a pessoa certa, na hora certa e no lugar certo.”
A vida de Job parece ser um
prefácio da esperança de saber tudo online. Tudo o que queremos saber, em
segundos, temos a resposta no Google. As bibliotecas, os museus, os centros de
documentação tudo pode caber num verbete do Google. As invenções de Job
propiciaram uma revolução cultural sem precedentes, mas perigosamente
alicerçada sobre as nuvens. Qualquer descuido, mudança de programa, clicagem em
tecla errada, tudo pode desaparecer. Este mundo atual todo líquido, sem
vértebra, nem consistência teve início com a Criação da Apple, “uma reencarnação
da criatura.”
E o pior está por vir: o mundo online ficará reservado para uma mínima minoria. Os demais serão dependentes. Será a inimaginável tirania da minoria na informação. Os demais serão prisioneiros quando precisarem de alimentação, saúde e viver. Ingressamos no mundo virtual de smartphones, sites, programas, aplicativos e senhas. Um inferno dantesco do mundo digital.
Sem desespero. A Humanidade sempre encontra um meio para sair do fundo do poço.