sexta-feira, 22 de outubro de 2021

DEZ ANOS SEM STEVE JOB E MUNDO VIRTUAL. Selvino Antonio Malfatti.

 





Fazem dez anos que o empresário norte-americano Steve Jobs (1955-2011)  criou a Apple e com ela "Macintosh", o "iPod", o "iPhone" e o "iPad". Foi um empreendedor e inovador na área de informática. A Apple teve sua maior importância no surgimento de computadores pessoais, filmes, música e telefones celulares.

A bibliografia mais significativa é de Walter Isaacson, intitulada Steve Jobs.

Na lenda de Górdio dar-se-ia o trono da Ásia a quem desatasse o nó Górdio. Nenhum pretendente conseguia o feito, até que Alexandre, o Grande, desembainhou a espada e cortou o nó. Alexandre desrespeitou as regras, pois o nó devia ser desatado e não cortado. Mesmo assim Alexandre tornou-se o soberano da Ásia.

Com Jobs aconteceu o mesmo cortando o nó Górdio da tecnologia. O que todos julgavam impossível, ele, serenamente, sem agredir ninguém, rompeu a barreira do som e tornou-se o rei, fundando a Apple. Existem outros cofundadores como Steve Wozniak e Ronald Wayne entre outros. A Apple tornou-se a líder mundial de projetos e comércio de insumos eletrônicos.

Jobs socialmente foi um sujeito difícil. Era conhecido como “quebra regras”, como ocupar estacionamento para deficientes. No entanto, intelectualmente e empresarialmente era um gênio. Sua biografia é fonte e serve de inspiração a todos os que a leem e releem.

Qual o conteúdo desta biografia de vida? O que esconde atrás das letras frias e ao mesmo tempo palpitantes?

Jobs inverteu a lei de marketing. : "Você não pode apenas perguntar aos consumidores o que eles querem, e aí tentar dar isso a eles. Quando você tiver construído isso, eles vão querer algo novo".  Daí que, em vez de ofertar o que o mercado procura, oferta para o mercado procurar. É o que acontece atualmente: o mercado oferta e os consumidores consomem. Pode-se citar como exemplos os iPod, iPhone e iPad. Antes eram grandes, pesados e complicados. No lançamento não se esqueceu de dourar a pílula. Ele os transformou em pequenos, leves e fáceis e atraentes. Era o “campo de distorção da realidade”. O sucesso foi grande.

Job descobriu como os consumidores identificavam aspectos físicos – roupas – com os produtos. Vestia uma malha preta da marca St. Croix de gola alta, um jeans 501 da Levi's, e tênis 991 da New Balance. Isso nos lembra o dono da Havam, Luciano Hang:  terno verde-bandeira.

Na Índia tomou contato com a filosofia hindu, inclusive frequentou ashram, tipo de monastério e adotou o budismo por toda vida.

Para Job tudo é possível desde que “seja a pessoa certa, na hora certa e no lugar certo.”

A vida de Job parece ser um prefácio da esperança de saber tudo online. Tudo o que queremos saber, em segundos, temos a resposta no Google. As bibliotecas, os museus, os centros de documentação tudo pode caber num verbete do Google. As invenções de Job propiciaram uma revolução cultural sem precedentes, mas perigosamente alicerçada sobre as nuvens. Qualquer descuido, mudança de programa, clicagem em tecla errada, tudo pode desaparecer. Este mundo atual todo líquido, sem vértebra, nem consistência teve início com a Criação da Apple, “uma reencarnação da criatura.”

E o pior está por vir: o mundo online ficará reservado para uma mínima minoria. Os demais serão dependentes. Será a inimaginável tirania da minoria na informação. Os demais serão prisioneiros quando precisarem de alimentação, saúde e viver. Ingressamos no mundo virtual de smartphones, sites, programas, aplicativos e senhas. Um inferno dantesco do mundo digital.

Sem desespero. A Humanidade sempre encontra um meio para sair do fundo do poço.


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