sábado, 3 de setembro de 2016

A Universidade deve preparar empregadores ou empregados? Selvino Antonio Malfatti



A redemocratização já estava feita mas a ideologia afim estava no poder. A oposição forçava furiosamente a divisória para chegar ao poder. Era um verdadeiro jogo, não de futebol, mas de política ideológica. Neste ambiente, não sei se por coragem ou ingenuidade, numa aula de Ciência Política, no curso de Direito, afirmei:
    - A universidade deve preparar empregadores e não empregados. Deve ser um fator de multiplicação de empregos e não de ocupação de vagas.
Foi um "Deus nos acuda." Quase me tiraram o escalpo.
Mas qual minha surpresa nesta semana quando um professor - Carlinhos Costa Beber - do curso de administração da mesma UFSM praticamente abordou o mesmo tema em sala de aula. Vejam o texto publicado num jornal local.

1º EMPREGO: AS TRÊS BARREIRAS

Carlos Costabeber
Na semana passada conversei com alunos da Administração (UFSM), sobre empreendedorismo e mercado de trabalho.Confesso que fui muito duro com a gurizada, pois via que eles precisavam de “uma sacudida”. Usei palavras amargas, fugindo ao meu estilo habitual, mas precisava dar um alerta. Depois da palestra, resolvi escrever de forma sucinta sobre o tema abordado: as 3 barreiras que terão de ser vencidas, para quem sonha com a 1ª. oportunidade de trabalho.
1º. Atualmente, a recessão está fazendo com que as empresas estejam demitindo, ao invés de contratar pessoal. E por mais que a economia melhore no médio prazo, as oportunidades de emprego virão muito lentamente e serão bem seletivas.
2º. Muita gente experiente está desempregada. Foi o caso de um taxista que conheci em São Paulo. O cara era engenheiro responsável por uma obra numa grande construtora. Com a paralisação do mercado, ele e milhares de outros profissionais qualificados tiveram que buscar a sobrevivência onde fosse possível.
Com isso, atualmente as empresas podem garimpar profissionais de ponta, com experiência e que podem assumir de forma imediata. A meu ver, essa é “a maior concorrência” para os jovens em busca de emprego.
3º. A falta de experiência (e também do conhecimento da língua inglesa), é fatal nos dias de hoje. As empresas não querem perder tempo treinando e correndo o risco do candidato não dar certo. Daí a pergunta: se essas empresas não abrem suas portas para estagiários, como eles ganharão experiência ? Uma maior aproximação escola-empresa seria o melhor dos caminhos para essa questão.
Infelizmente esse é o pior momento em muitos anos, para quem busca emprego. Nossos governantes são os responsáveis por essa situação, mas a culpa também é de quem não se preparou adequadamente. Mas atenção: quem é bom, bom mesmo, sempre encontrará uma oportunidade, tanto como empregado, como empreendedor. Pela sua importância, voltarei a esse tema em outras oportunidades.

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