XIII
Colóquio Antero de Quental
Dedicado à filosofia da educação luso-brasileira
3 a 7 de junho de 2019 de maio de 2019
https://www.youtube.com/watch?v=YEdYBjL872c
Promotores:
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) - Brasil.
Universidade Federal de Juiz de Fora - Brasil
Instituto de Filosofia Luso-Brasileira – Portugal
Universidade Nova de Lisboa
Faculdade Arquidiocesana de Mariana
Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves
Antero de Quental
Dedicado à filosofia da educação luso-brasileira
3 a 7 de junho de 2019 de 2019
Juiz
de Fora
13
e 17 de Maio de 2019
–I PARTE – Introduçao
XIII
Colóquio Antero de Quental
Dedicado
à filosofia da educação luso-brasileira
13 –
17 de maio de 2019
O Professor José Maurício de Carvalho encontra três
momentos importantes na confluência cultural entre: a Enciclopédia Logos de filosofia
luso-brasileira, os Colóquios Tobias Barreto, realizados em Portugal e Antero
de Quental, realizados no Brasil. Contudo, há duas contribuições importantes
que praticamente apontaram o caminho para: a 1ªuma bibliografia da etapa
inicial deste diálogo luso brasileiro, inventariada por José Maurício de
Carvalho em Contribuição contemporânea à história da filosofia brasileira, 3ª
edição publicada em Londrina, em 2001. 2ª são os registros históricos dos
eventos do o conjunto de Atas dos eventos publicadas no Brasil e em Portugal,
alternadamente. No caso brasileiro chegamos ao XIII Colóquio Antero de Quental
contra outros doze denominados.
Devido à importância desde evento este meio pretende
publicar o evento completo dividido em três partes:1ª –
–I PARTE – Introdução - autoria de José Maurício de
Carvalho
- II PARTE - Delegação Brasileira
- 3ª PARTE - Delegação Portuguesa
4 ª- Homenagens Especiais
4 ª- Homenagens Especiais
Selvino Antonio
Malfatti
I. Introdução
O estudo do pensamento filosófico
pelo grupo luso-brasileiro realizou-se nos últimos quarenta anos e se
consolidou como pesquisa sistemática nesse tempo. Ele possibilitou pesquisa
planejada das relações entre a tradição filosófica e outros elementos da
cultura luso-brasileira. Tal estudo concluiu pela existência de nexos
espirituais que aproximam o que se fez aqui e do outro lado do Atlântico, sem
desconsiderar as diferenças existentes no Brasil e Portugal. Destes encontros
nasceram iniciativas de reconhecido mérito acadêmico como a Enciclopédia Logos de filosofia
luso-brasileira, os Colóquios Tobias
Barreto, realizados em Portugal e Antero
de Quental, realizados no Brasil. Uma bibliografia da etapa inicial deste
diálogo luso brasileiro foi inventariada por José Maurício de Carvalho em Contribuição contemporânea à história da
filosofia brasileira, 3ª edição
publicada em Londrina, em 2001. No entanto, o melhor registro histórico dos
eventos é o conjunto de Atas dos eventos publicadas no Brasil e em Portugal,
alternadamente. No caso brasileiro chegamos ao XIII Colóquio Antero de Quental contra outros doze denominados
Tobias Barreto realizados em Portugal. Tanto os Colóquios Tobias Barreto
realizados em Portugal como os chamados Antero de Quental, realizados no
Brasil, tiveram suas Atas publicadas.
Cabe
recordar que o esforço de aproximação entre as filosofias brasileira e portuguesa data dos anos sessenta, então
desenvolvido, do lado brasileiro, pelo Professor Miguel Reale e, do lado
português, pelo Professor Antônio Braz Teixeira. Dois grandes nomes do momento
inicial do diálogo foram o professor da USP Luís Washington Vita e o português
Antônio Quadros, ambos desaparecidos há alguns anos. Seguiu-se a presença no
Brasil dos saudosos professores portugueses: Eduardo Soveral, Francisco da Gama
Caeiro e Afonso Botelho, todos igualmente falecidos. Essa presença permitiu,
com vistas à continuidade dos trabalhos, a criação do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, sediado em Lisboa,
atualmente presidido pelo Professor Antônio Braz Teixeira, que reúne
pesquisadores de diferentes universidades brasileiras e portuguesas. Estes
contatos propiciaram também a aproximação entre a Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, e a Universidade Federal de São João del-Rei, que, como parceiras, além
do projeto dos Colóquios passaram a cooperar em outros assuntos. O convênio
celebrado entre as duas universidades tem permitido crescente intercâmbio
acadêmico, projetos comuns de pesquisa e diferentes iniciativas que beneficiam
as duas instituições. A esse projeto juntam-se, nesse evento como
organizadores, a Universidade Federal de
Juiz de Fora (UFJF), o Centro
Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves (UNIPTAN), a Faculdade Dom Luciano Mendes de Mariana e
....
II. Histórico dos Colóquios Antero de
Quental
O
trabalho sistemático de investigação realizado pelos pesquisadores nos
Colóquios Antero de Quental, conforme indicado no item anterior desenvolve-se
há quase trinta anos havendo os seus resultados sido registrados em Atas
publicadas por diferentes Universidades e Entidades de Pesquisa.
O I
evento foi realizado com módulos em Aracaju e Salvador no ano de 1991 e as
Atas do Colóquio Antero de Quental
editadas pela Fundação Augusto Franco, de Aracaju, em 1993 (348 p.). O primeiro
Colóquio foi dedicado ao estudo de Antero de Quental e deu nome aos encontros
seguintes. O II Colóquio foi
dedicado ao estudo da obra de Sampaio
Bruno e se realizou em 1993 com
módulos em Aracaju e na UFRJ. As Atas do evento foram publicadas pela
Secretaria de Estado da Cultura do Sergipe em 1995 (429 p.). O III
Colóquio promovido pela UFSE, Fundações Joaquim Nabuco, Gilberto Freire e
outras instituições parceiras foi realizado com módulos em Fortaleza e São
Paulo, em 1995, e se dedicou ao estudo de Cunha
Seixas e Farias Brito. Suas Atas
foram editadas com recursos do Ministério da Cultura e Secretaria do Estado do
Sergipe pelas Fundações organizadoras (218 p.). O IV Colóquio foi realizado em São Paulo e Brasília em 1997 e
dedicado ao estudo do pensamento de António
Vieira e Leonardo Coimbra, Atas
publicadas pela Fundação Augusto Franco de Sergipe (232 p). O V Colóquio se realizou em 1998 na USP e
suas Atas foram publicadas, em anexo, aos Anais
do V Congresso Brasileiro de Filosofia,
promovido pelo IBF e USP em 1995, cujas Atas somente saíram em 1998. O VI Colóquio dedicado ao estudo de Delfim Santos e António Sérgio realizou-se, em 1999, em São Paulo, na USP e na UFSJ
e suas Atas foram publicadas, em anexo, aos Anais
do VI Congresso Brasileiro de Filosofia, editado pelo Instituto Brasileiro
de Filosofia, em 2003.
A
partir do VII Colóquio os eventos
tiveram a temática ampliada para sínteses temáticas e os módulos foram todos
realizados no campus Santo Antônio da
UFSJ. Foram realizados desde então cinco eventos todos com Atas publicadas como
os anteriores. O VII (dedicado ao século XIX) e VIII (século XX) trataram do
confronto entre o pensamento político brasileiro e português. O IX e X foram
dedicados ao confronto na área de ética (séculos XVI-XIX, o nono) e Século XX,
o décimo. As atas do
VII Colóquio Antero de Quental, foram publicadas em dois volumes pela UFSJ em
2007 (ISBN 978-85-88414-28-0) e em 2009 (ISBN 978-85-88414-47-1). As atas do
VIII, IX, X XI Colóquios foram publicadas, respectivamente, nos números 3, 7,
11 e 14 da Revista Estudos Filosóficos, do Departamento de Filosofia e
Métodos da UFSJ, ISSN 1982-9124 (versão impressa) e 2177-2967 (versão
eletrônica). A revista em versão eletrônica pode ser acessada no endereço: http://www.ufsj.edu.br/revistaestudosfilosóficos.
As
atas do XII Colóquio Antero de Quental foram publicadas na Revista Saberes
Interdisciplinares do UNIPTAN, n. 21 e 22, relativas ao primeiro e segundo
semestre de 2018 e podem ser encontradas na Internet no seguinte endereço
eletrônico: https://uniptan.wixsite.com/educacaoesaude/edicao-atual
Todas
as Atas dos colóquios realizados no Brasil, foram publicadas bem como a dos
eventos em Portugal.
III. Metodologia dos Colóquios
Os
Colóquios trabalham com um método que, resumidamente, consiste em não pressupor
o conhecimento dos autores e temas em seus respectivos momentos; inventariá-los
e identificar os ciclos em que aparecem correntes efetivamente afeiçoadas, em
ambos os lados do Atlântico. Estruturada de modo consistente essa etapa prévia,
estamos realizando o confronto do que seria especificamente luso-brasileiro, ou
mais precisamente, como os elementos comuns reagiram durante a história dos
dois países ao diálogo com a cultura ocidental.
Este
trabalho de síntese foi aprofundado nos VII
e VIII Colóquios Antero de Quental dedicados ao confronto entre o
pensamento político nos dois países e no IX
e X Colóquios Antero de Quental que fizeram um confronto no âmbito moral. O
XI Colóquio foi dedicado à filosofia
do direito em razão da grande importância que os jusfilósofos possuem na
construção do pensamento filosófico brasileiro e o XII Colóquio ocupou-se da
historiografia filosófica luso-brasileira. O XIII seguirá essa mesma orientação
e se voltará para a filosofia da educação.
IV. Objetivo do XIII Colóquio Antero de
Quental e Público alvo
O objetivo desse
colóquio é estudar a filosofia da educação presente na cultura luso-brasileira
contemporânea como parte do exame dos temas e autores importantes no Brasil e
em Portugal. Nesse sentido, tomar-se-á como referência autores fundamentais na
construção da historiografia da filosofia luso-brasileira no século passado com
o propósito de orientar os trabalhos de pesquisa voltados para a filosofia da
educação. Nesse sentido, o XIII colóquio complementa o estudo sobre a cultura
luso-brasileira efetivados nos colóquios anteriores.
V. Referências gerais utilizadas no XIII
Colóquio
Os
Colóquios Antero de Quental (Brasil) e Tobias Barreto (Portugal) partem da
constatação de que, provindo de base unitária, constituída ao longo de três
séculos (XV; XVII e XVIII), a cultura portuguesa enfrentou, em relação ao
Brasil, nos dois séculos seguintes, momentos de ruptura e períodos de
aproximação.
No
que se refere ao pensamento filosófico, os estudos já realizados mostraram que
a filosofia brasileira distanciou-se da portuguesa no enfrentamento das
questões suscitadas pela Filosofia Moderna e Contemporânea. O cerne da questão
residiria em que, enquanto os brasileiros buscaram tirar as devidas
consequências do surgimento da perspectiva transcendental, a filosofia
portuguesa adotou como prevalente a preservação da perspectiva transcendente.
Nesse
colóquio espera-se estudar como as referências gerais já identificadas sobre os
principais momentos, correntes e problemas filosóficos estão presentes nas
ideias sobre a educação. Será igualmente importante aprofundar reformas
educacionais que afetaram não somente os rumos do pensamento filosófico como da
cultura em geral. Exemplo disso foi a mudança de mentalidade decorrente dos
estudos da Escola Náutica de Sagres e das Navegações que alteram o modo de ver
a Geografia da terra. Outro exemplo marcante foram as ideias educacionais de
Luis Antônio Verney que suscitaram prolongado debate que culminou na reforma da
Universidade de Coimbra pelo Marquês de Pombal que significou um encontro
definitivo da cultura portuguesa com a ciência experimental, apesar dos limites
que revelou na incorporação de outros aspectos da mentalidade moderna. Disso
resultaram as críticas à filosofia aristotélica, muito forte no período inicial
da chamada Contra-Reforma. Mais tarde no Brasil temos a criação do colégio
Pedro II e as reformas dos cursos de engenharia civil, militar e naval. A forma
como se entendeu a ciência naquele período veio da mentalidade proposta pelo
bacharelado em Ciências. No final do século XX, os rumos da Escola de Direito
do Recife influenciaram não somente na forma como se estruturam as letras
jurídicas nas décadas seguintes, mas na constituição da escola culturalista
brasileira. A presença da filosofia da educação continuou afetando os rumos da
cultura brasileira no século XX, quer pela presença inicial da escola nova como
da preocupação social decorrente das ideias de Paulo Freire, bem como no
esforço contemporâneo de Vitor da Fonseca para fundamentar a educação
inclusiva.
VI. Justificativa do XII Colóquio Antero de
Quental
Considerando
a importância das ideias educacionais na história da cultura luso-brasileira explicada
no item anterior, estamos diante da necessidade de examinar os autores que
pensaram a filosofia da educação na nossa tradição. Espera-se alcançar o mesmo
nível de sistematização que já se alcançou em outros aspectos da cultura como
em relação à filosofia política, jurídica e moral.
A filosofia da
educação é outro ramo fundamental da filosofia, mas até aqui não foi estudada
de forma sistemática como os temas anteriores. Dos doze colóquios anteriores
foram construídas atas que registram a compreensão crescente desses assuntos. Esses
estudos ajudarão os historiadores das ideias luso-brasileira terem a sua
disposição um material para compor trabalhos cada vez mais completos e
esclarecedores de nossa tradição filosófica. É esse trabalho de organização que
será agora estudado mais de perto.