domingo, 19 de agosto de 2018


XIII Colóquio Antero de Quental
Dedicado à filosofia da educação luso-brasileira
3 a 7 de junho de 2019 de maio de 2019






https://www.youtube.com/watch?v=YEdYBjL872c
  
Promotores:
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) - Brasil.
Universidade Federal de Juiz de Fora - Brasil
Instituto de Filosofia Luso-Brasileira – Portugal
Universidade Nova de Lisboa
Faculdade Arquidiocesana de Mariana
Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves


Antero de Quental
Dedicado à filosofia da educação luso-brasileira
3 a 7 de junho de 2019 de 2019



Juiz de Fora
13 e 17 de Maio de 2019


 –I PARTE –  Introduçao

XIII Colóquio Antero de Quental


Dedicado à filosofia da educação luso-brasileira
13 – 17 de maio de 2019

O Professor José Maurício de Carvalho encontra três momentos importantes na confluência cultural entre: a Enciclopédia Logos de filosofia luso-brasileira, os Colóquios Tobias Barreto, realizados em Portugal e Antero de Quental, realizados no Brasil. Contudo, há duas contribuições importantes que praticamente apontaram o caminho para: a 1ªuma bibliografia da etapa inicial deste diálogo luso brasileiro, inventariada por José Maurício de Carvalho em Contribuição contemporânea à história da filosofia brasileira, 3ª edição publicada em Londrina, em 2001. 2ª são os registros históricos dos eventos do o conjunto de Atas dos eventos publicadas no Brasil e em Portugal, alternadamente. No caso brasileiro chegamos ao XIII Colóquio Antero de Quental contra outros doze denominados.
Devido à importância desde evento este meio pretende publicar o evento completo dividido em três partes:1ª –
–I PARTE – Introdução - autoria de José Maurício de Carvalho
- II PARTE - Delegação Brasileira
- 3ª PARTE - Delegação Portuguesa
4 ª- Homenagens Especiais
Selvino Antonio Malfatti






I. Introdução
           
O estudo do pensamento filosófico pelo grupo luso-brasileiro realizou-se nos últimos quarenta anos e se consolidou como pesquisa sistemática nesse tempo. Ele possibilitou pesquisa planejada das relações entre a tradição filosófica e outros elementos da cultura luso-brasileira. Tal estudo concluiu pela existência de nexos espirituais que aproximam o que se fez aqui e do outro lado do Atlântico, sem desconsiderar as diferenças existentes no Brasil e Portugal. Destes encontros nasceram iniciativas de reconhecido mérito acadêmico como a Enciclopédia Logos de filosofia luso-brasileira, os Colóquios Tobias Barreto, realizados em Portugal e Antero de Quental, realizados no Brasil. Uma bibliografia da etapa inicial deste diálogo luso brasileiro foi inventariada por José Maurício de Carvalho em Contribuição contemporânea à história da filosofia brasileira, 3ª edição publicada em Londrina, em 2001. No entanto, o melhor registro histórico dos eventos é o conjunto de Atas dos eventos publicadas no Brasil e em Portugal, alternadamente. No caso brasileiro chegamos ao XIII Colóquio Antero de Quental contra outros doze denominados Tobias Barreto realizados em Portugal. Tanto os Colóquios Tobias Barreto realizados em Portugal como os chamados Antero de Quental, realizados no Brasil, tiveram suas Atas publicadas.
            Cabe recordar que o esforço de aproximação entre as filosofias brasileira e portuguesa data dos anos sessenta, então desenvolvido, do lado brasileiro, pelo Professor Miguel Reale e, do lado português, pelo Professor Antônio Braz Teixeira. Dois grandes nomes do momento inicial do diálogo foram o professor da USP Luís Washington Vita e o português Antônio Quadros, ambos desaparecidos há alguns anos. Seguiu-se a presença no Brasil dos saudosos professores portugueses: Eduardo Soveral, Francisco da Gama Caeiro e Afonso Botelho, todos igualmente falecidos. Essa presença permitiu, com vistas à continuidade dos trabalhos, a criação do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, sediado em Lisboa, atualmente presidido pelo Professor Antônio Braz Teixeira, que reúne pesquisadores de diferentes universidades brasileiras e portuguesas. Estes contatos propiciaram também a aproximação entre a Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, e a Universidade Federal de São João del-Rei, que, como parceiras, além do projeto dos Colóquios passaram a cooperar em outros assuntos. O convênio celebrado entre as duas universidades tem permitido crescente intercâmbio acadêmico, projetos comuns de pesquisa e diferentes iniciativas que beneficiam as duas instituições. A esse projeto juntam-se, nesse evento como organizadores, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves (UNIPTAN), a Faculdade Dom Luciano Mendes de Mariana e ....

II. Histórico dos Colóquios Antero de Quental
            O trabalho sistemático de investigação realizado pelos pesquisadores nos Colóquios Antero de Quental, conforme indicado no item anterior desenvolve-se há quase trinta anos havendo os seus resultados sido registrados em Atas publicadas por diferentes Universidades e Entidades de Pesquisa.
            O I evento foi realizado com módulos em Aracaju e Salvador no ano de 1991 e as Atas do Colóquio Antero de Quental editadas pela Fundação Augusto Franco, de Aracaju, em 1993 (348 p.). O primeiro Colóquio foi dedicado ao estudo de Antero de Quental e deu nome aos encontros seguintes. O II Colóquio foi dedicado ao estudo da obra de Sampaio Bruno e se realizou em 1993 com módulos em Aracaju e na UFRJ. As Atas do evento foram publicadas pela Secretaria de Estado da Cultura do Sergipe em 1995 (429 p.).  O III Colóquio promovido pela UFSE, Fundações Joaquim Nabuco, Gilberto Freire e outras instituições parceiras foi realizado com módulos em Fortaleza e São Paulo, em 1995, e se dedicou ao estudo de Cunha Seixas e Farias Brito. Suas Atas foram editadas com recursos do Ministério da Cultura e Secretaria do Estado do Sergipe pelas Fundações organizadoras (218 p.). O IV Colóquio foi realizado em São Paulo e Brasília em 1997 e dedicado ao estudo do pensamento de António Vieira e Leonardo Coimbra, Atas publicadas pela Fundação Augusto Franco de Sergipe (232 p). O V Colóquio se realizou em 1998 na USP e suas Atas foram publicadas, em anexo, aos Anais do V Congresso Brasileiro de Filosofia, promovido pelo IBF e USP em 1995, cujas Atas somente saíram em 1998. O VI Colóquio dedicado ao estudo de Delfim Santos e António Sérgio realizou-se, em 1999, em São Paulo, na USP e na UFSJ e suas Atas foram publicadas, em anexo, aos Anais do VI Congresso Brasileiro de Filosofia, editado pelo Instituto Brasileiro de Filosofia, em 2003.
            A partir do VII Colóquio os eventos tiveram a temática ampliada para sínteses temáticas e os módulos foram todos realizados no campus Santo Antônio da UFSJ. Foram realizados desde então cinco eventos todos com Atas publicadas como os anteriores. O VII (dedicado ao século XIX) e VIII (século XX) trataram do confronto entre o pensamento político brasileiro e português. O IX e X foram dedicados ao confronto na área de ética (séculos XVI-XIX, o nono) e Século XX, o décimo. As atas do VII Colóquio Antero de Quental, foram publicadas em dois volumes pela UFSJ em 2007 (ISBN 978-85-88414-28-0) e em 2009 (ISBN 978-85-88414-47-1). As atas do VIII, IX, X XI Colóquios foram publicadas, respectivamente, nos números 3, 7, 11 e 14 da Revista Estudos Filosóficos, do Departamento de Filosofia e Métodos da UFSJ, ISSN 1982-9124 (versão impressa) e 2177-2967 (versão eletrônica). A revista em versão eletrônica pode ser acessada no endereço: http://www.ufsj.edu.br/revistaestudosfilosóficos.
As atas do XII Colóquio Antero de Quental foram publicadas na Revista Saberes Interdisciplinares do UNIPTAN, n. 21 e 22, relativas ao primeiro e segundo semestre de 2018 e podem ser encontradas na Internet no seguinte endereço eletrônico: https://uniptan.wixsite.com/educacaoesaude/edicao-atual
Todas as Atas dos colóquios realizados no Brasil, foram publicadas bem como a dos eventos em Portugal.

III. Metodologia dos Colóquios
            Os Colóquios trabalham com um método que, resumidamente, consiste em não pressupor o conhecimento dos autores e temas em seus respectivos momentos; inventariá-los e identificar os ciclos em que aparecem correntes efetivamente afeiçoadas, em ambos os lados do Atlântico. Estruturada de modo consistente essa etapa prévia, estamos realizando o confronto do que seria especificamente luso-brasileiro, ou mais precisamente, como os elementos comuns reagiram durante a história dos dois países ao diálogo com a cultura ocidental.
            Este trabalho de síntese foi aprofundado nos VII e VIII Colóquios Antero de Quental dedicados ao confronto entre o pensamento político nos dois países e no IX e X Colóquios Antero de Quental que fizeram um confronto no âmbito moral. O XI Colóquio foi dedicado à filosofia do direito em razão da grande importância que os jusfilósofos possuem na construção do pensamento filosófico brasileiro e o XII Colóquio ocupou-se da historiografia filosófica luso-brasileira. O XIII seguirá essa mesma orientação e se voltará para a filosofia da educação.

IV. Objetivo do XIII Colóquio Antero de Quental e Público alvo   
O objetivo desse colóquio é estudar a filosofia da educação presente na cultura luso-brasileira contemporânea como parte do exame dos temas e autores importantes no Brasil e em Portugal. Nesse sentido, tomar-se-á como referência autores fundamentais na construção da historiografia da filosofia luso-brasileira no século passado com o propósito de orientar os trabalhos de pesquisa voltados para a filosofia da educação. Nesse sentido, o XIII colóquio complementa o estudo sobre a cultura luso-brasileira efetivados nos colóquios anteriores.

V. Referências gerais utilizadas no XIII Colóquio
            Os Colóquios Antero de Quental (Brasil) e Tobias Barreto (Portugal) partem da constatação de que, provindo de base unitária, constituída ao longo de três séculos (XV; XVII e XVIII), a cultura portuguesa enfrentou, em relação ao Brasil, nos dois séculos seguintes, momentos de ruptura e períodos de aproximação.
            No que se refere ao pensamento filosófico, os estudos já realizados mostraram que a filosofia brasileira distanciou-se da portuguesa no enfrentamento das questões suscitadas pela Filosofia Moderna e Contemporânea. O cerne da questão residiria em que, enquanto os brasileiros buscaram tirar as devidas consequências do surgimento da perspectiva transcendental, a filosofia portuguesa adotou como prevalente a preservação da perspectiva transcendente.
            Nesse colóquio espera-se estudar como as referências gerais já identificadas sobre os principais momentos, correntes e problemas filosóficos estão presentes nas ideias sobre a educação. Será igualmente importante aprofundar reformas educacionais que afetaram não somente os rumos do pensamento filosófico como da cultura em geral. Exemplo disso foi a mudança de mentalidade decorrente dos estudos da Escola Náutica de Sagres e das Navegações que alteram o modo de ver a Geografia da terra. Outro exemplo marcante foram as ideias educacionais de Luis Antônio Verney que suscitaram prolongado debate que culminou na reforma da Universidade de Coimbra pelo Marquês de Pombal que significou um encontro definitivo da cultura portuguesa com a ciência experimental, apesar dos limites que revelou na incorporação de outros aspectos da mentalidade moderna. Disso resultaram as críticas à filosofia aristotélica, muito forte no período inicial da chamada Contra-Reforma. Mais tarde no Brasil temos a criação do colégio Pedro II e as reformas dos cursos de engenharia civil, militar e naval. A forma como se entendeu a ciência naquele período veio da mentalidade proposta pelo bacharelado em Ciências. No final do século XX, os rumos da Escola de Direito do Recife influenciaram não somente na forma como se estruturam as letras jurídicas nas décadas seguintes, mas na constituição da escola culturalista brasileira. A presença da filosofia da educação continuou afetando os rumos da cultura brasileira no século XX, quer pela presença inicial da escola nova como da preocupação social decorrente das ideias de Paulo Freire, bem como no esforço contemporâneo de Vitor da Fonseca para fundamentar a educação inclusiva.

VI. Justificativa do XII Colóquio Antero de Quental
            Considerando a importância das ideias educacionais na história da cultura luso-brasileira explicada no item anterior, estamos diante da necessidade de examinar os autores que pensaram a filosofia da educação na nossa tradição. Espera-se alcançar o mesmo nível de sistematização que já se alcançou em outros aspectos da cultura como em relação à filosofia política, jurídica e moral.
A filosofia da educação é outro ramo fundamental da filosofia, mas até aqui não foi estudada de forma sistemática como os temas anteriores. Dos doze colóquios anteriores foram construídas atas que registram a compreensão crescente desses assuntos. Esses estudos ajudarão os historiadores das ideias luso-brasileira terem a sua disposição um material para compor trabalhos cada vez mais completos e esclarecedores de nossa tradição filosófica. É esse trabalho de organização que será agora estudado mais de perto.

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