O bicentenário do nascimento de Karl Marx, (1918–2018), acontece num ambiente polarizado em escala mundial. De um lado a esquerda, o marxismo, os direitos dos trabalhadores e o ideal de igualdade como os principais inimigos do capitalismo. De outro, este quer exibir suas potencialidades e os sucessos no crescimento das figuras do lucro e do mercado.
Foi graças ao pensador e economista alemão que
durante um século e meio o capitalismo foi estudado e analisado profundamente,
e, ao mesmo tempo, combatido no intuito de modificá–lo, dando–lhe outras formas e
ao mesmo tempo talvez destruí–lo e substituí–lo pelo socialismo e o
comunismo.
Marx elabora suas reflexões e divulga sua
mensagem exatamente no momento em que a revolução industrial estava iniciando e transformando as sociedades europeias avançadas da mesma forma que a globalização
do capitalismo estendeu–se pelo mundo inteiro e, por
paradoxo, fragmentou o mundo numa miríade de Estados com interesses diferentes
e até mesmo conflitais.
Se as previsões de Marx sobre a taxa de lucro e o
pauperamento da sociedade e a crescente homogeneização da massa dos empregados
não ocorreu, ainda assim sua intuição continua válida de que o desenvolvimento
da produção confiada ao lucro e ao mercado criaria tensões e crises. Em outras
palavras. A teoria de Marx continua de pé, como teoria. Mas, as confrontações
com a prática, a realidade sensível, não se confirmam.
Poucos se dão conta que a teoria de Marx foi criada no
final de uma era, de um estágio de um modo de produção. Marx teorizou sobre uma
sociedade alicerçada no modo de produção mecânica, hidráulica predominantemente, cujo óbito correria na metade
do século XIX, concomitante ao óbito de seu teorizador.
A partir daí surge outro modo de produção – v.g. o da combustão – que iria revolucionar a sociedade. Esta nova infra–estrutura econômica mudaria
qualitativamente as várias superestruturas socioeconômpolíticasicas.
O mdelo de sociedade escolhido por Marx estava se exautindo e na verdade o que aconteceu é que Marx teorizou sobre um
defunto ou no mínimo sobre um moribundo.
Diante disso fica evidente que as previsões de Marx não
se concretizaram.
1. No
modo de produção mecânico – p. ex.o hidráulico – o capital, os meios de produção, se concentram. No da
combustão, se diversificam e descentralizam.
2. No
primeiro os dependentes, classe operária, aumenta em detrimento da classe média
enquanto no segundo a classe media aumenta e a proletáriado diminui.
3. O
fim do capitalismo não se deu porque se renovou e encontrou novas formas de
produção, como a combustão e posteriormente viriam outras como a nucelar.
4. As
experiências com o socialismo e mesmo com o comunismo não conseguiram serem
levadas adiante. Só sobreviveram enquanto a força as garantiram.
5. Dentro
deste contexto da prática política, isto é, o anacronismo da aplicação teórica
à realidade da teoria de Marx, destaca–se ainda:
– a falência de sua teoria política.
– a liquidação de toda discussão como
estéreis sobre a justiça e o direito.
– a redução do político como mera superestrutura
econômica.