BRASIL - RS
O professor esloveno de Sociologia e Filosofia da universidade Ljubljana, autor do ensaio de “Virus”, analisando a atual situação da pandemia propõe que não se deve escolher entre economia e saúde para superar o atual dilema, mas refletir sobre a questão. Esta atitude pode levar a um meio termo que privilegie a ambas simultaneamente.
Conforme o autor, nos dias de hoje, sob
a sombra do Coronavirus já não conseguirmos distinguir realidade de ficção.
Estamos vivendo uma realidade ou estamos assistindo um filme? E mesmo que
projetemos para o futuro nos perguntamos qual o filme que vamos ver, séries na TV
ou outras narrativas. Tudo fica nebuloso e sombrio. Seria a combinação de uma
sociedade liquida e sombria.
Confinados devemos reinventar outras
formas de conviver, o uso dos recursos: econômico, social, psicológico,
cultural e espiritual. Novas regras de mercado urgem, agora subordinadas à
solidariedade, a redistribuição dos recursos. Os governos devem deixar de ser
por demais liberais e mais intervencionistas, a limitação dos privilégios e
mesmo corte em que pese os setores mais conservadores que se negam a abrir mão.
Em alguns lugares os armários já estão sem suprimentos,
farmácias, embora continuem abastecidas, os idosos não podem chegar. Até quando
a população vai aceitar viver na carência? Quem garante que de repente, hordas
famintas não invadirão casas, mercados, supermercados e bancos? E o pior:
invasão de hospitais buscando atendimento e remédios? Médicos e enfermeiros
poderão ser agredidos e mesmo assassinados. Este é um cenário possível. E os
governos, que farão neste caso? Execuções sumárias, pena de morte, prisões!
Mas pensemos que ainda temos tempo. Que
podemos achar soluções razoáveis. Uma destas tentativas, por mais modesta que
seja, pode ser válida ou ao menos é uma tentativas Trata-se do modelo jé implantado no Rio Grande do Sul, estado brasileiro, pelo governo do estado.
O Modelo gaúcho parece que vai ao
encontro do pensamento de Zerek pois, colocando como objetivo principal a
saúde, salva a economia através de estratégias. O centro da estratégia está em
não fazer terra plana do território do Rio Grande e nem considerar a epidemia
igual em intensidade em toda a área. Para tanto o território foi dividido em
regiões e nessas regiões aplicam-se critérios baseados em desempenhos
setoriais. É denominado de distanciamento social controlado. Prevê diferentes
níveis de cuidados por região, num total de 20, cada uma delas com um índice,
fixado por uma bandeira, possibilitando flexibilizar a mobilidade social de acordo
com a resposta das variáveis como horários, modo de operação, número de
funcionários, leitos disponíveis, testes, máscaras, mortes pela doença,
internações etc. Cada sábado será feito um feedback para reavaliar o plano.
Este tem a supervisão do Ministério da Saúde e em observação por órgãos mundiais
da saúde e acompanhados por outros países interessados.
É uma alternativa mais flexível às
experiências testadas em países europeus como Itália e Espanha que
generalizaram a proibição de circulação de pessoas intrarregional e interregional. A proposta teve um
embasamento teórico de “Como reabrir economias nacionais durante a crise de
Coronavirus”, da consultoria americana McKinsey&Company, e Restrição do
Contato social durante a Pandemia de Covid-19.
Com isso se pretende conseguir chamar
pessoas de volta ao trabalho mais rápido, preservar sua saúde e garantir sua
subsistência.