domingo, 3 de abril de 2016

O OCIDENTE PRECISA DE UMA SEGUNDA RENASCENÇA. Selvino Antonio Malfatti.





















Na Renascença do século XIII e XIV  tem lugar na Europa - e por extensão no ocidente - um movimento intelectual denominado de Humanismo. Ele significa a valorização do homem, elevado quase à categoria divina na idade média, senhor de si e do universo. 
Este modelo foi posto ao crivo da razão. Voltou-se, então, às fontes originais. Foi, na verdade, a volta às fontes primeiras na concepção de homem. No entanto, o que encontraram nunca mais poderia ser adotado da mesma natureza que a concepção pagã. Quinze séculos de cristianismo não poderia, de uma hora para outra, serem sepultados. O Cristianismo já havia assimilado tanto o paganismo como o judaísmo e fundidos numa só cultura, embora as duas vertentes anteriores continuassem. Significa que nem judaísmo, e em maior escala o paganismo, haviam sido eliminados. De modo que, os Renascentistas ao se proporem a volta às fontes pagãs não pretendiam sepultar os mil e quinhentos anos de cristianismo. O Cristianismo era uma realidade que havia impregnado toda cultura europeia.
O renascimento,  ao voltar à antiguidade clássica e encontrar  naquelas culturas o que fosse genuinamente seu, não teve intenção de depurar a interferência do cristianismo. Por isso não foi uma negação do cristianismo, mas apenas uma distinção e assimilação. As artes, principalmente demonstram isso. Os “davis”, os “moisés”, os “santos”, as santas”, os “cristos” receberam formas greco-latinas, mas continuaram cristãos. Ao cristianismo enxertou-se o humanismo. E, com o advento da Reforma, cada religião assimilou a seu modo o humanismo cristão, algumas até o condenando.
Após a renascença continuou o aperfeiçoamento ético-moral. 
A igualdade talvez tenha sido a que mais progrediu na Europa e por extensão no ocidente: igualdade de gênero tornou-se plena. Homens e mulheres convivem livremente em clima de respeito. As etnias, embora não tenham chegado ao ideal, têm uma convivência pacífica. Ricos e pobres se fundiram socialmente
A liberdade estendeu a participação política a todos. Há liberdade religioso, cultural, ideológica. 
Agora, no século Vinte e Um, faz-se necessária outra renascença. 
Buscar o quê? O essencial do primeiro renascimento foi o humanismo cristão. Atualmente a sociedade ocidental é cristã sem ser necessariamente religiosa. Ela laicizou-se em que pese mover-se com os valores cristãos. Isto não significa que se deva banir a religião. Cada um individualmente pode seguir sua religião, mas a vivência social é laica, com valores cristãos. Qual o principal valor desta sociedade? O que devemos resgatar da primeira renascença? A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. Esta atualmente sofre arranhões, desrespeitos, recaídas, extermínio ao nível da barbárie. Todos têm conhecimento de Auschwitz-Birkenau, Gulag, Praça Vermelha, Holocausto e dezenas de outros para quem a pessoa humana é nada.  
A dignidade do ser humano é nossa meta para a segunda renascença. A pessoa está acima de qualquer preço, não é negociável. É um valor em si, independente de credo, é humana

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