O Brasil está prestes a superar o modelo previdenciário antigo para o novo. Não que o antigo não tenha valor ou seja pior. É apenas a passagem de um modelo para outro, da mesma forma que escrita datilografica e eltrônica. Se não superar a fase, permanecerá defasado com todas as consequências.
Em praticamente todos os países há uma correlação entre velhice e aposentadoria. Quando se fala em velhice, imediatamente vem à mente aposentadoria. É uma conquista social dos tempos atuais. Cada língua tem uma designação, muitas vezes relacionando uma a outra. No Brasil, por exemplo, quem é idoso passa a maior parte do tempo nos aposentos e portanto, ele está aposentado. Vejamos algumas línguas atuais e sua designação para velhice e aposentadoria.
Em praticamente todos os países há uma correlação entre velhice e aposentadoria. Quando se fala em velhice, imediatamente vem à mente aposentadoria. É uma conquista social dos tempos atuais. Cada língua tem uma designação, muitas vezes relacionando uma a outra. No Brasil, por exemplo, quem é idoso passa a maior parte do tempo nos aposentos e portanto, ele está aposentado. Vejamos algumas línguas atuais e sua designação para velhice e aposentadoria.
Aposentadoria
Velhice
Português
–
- Brasil: aposentadoria -Portugal: reforma |
Velhice
|
Italiano:
pensione
|
vechiaia
|
Alemão:
Ruhestand
|
Alter
|
Inglês:retirement
|
old
age
|
Francês: retraitre
|
la
vieillesse
|
Espanhol: jubilación
|
vejez
|
Russo: выбытие
|
starost'
|
Chines: Tuìxiū
|
Wǎnnián
|
As pessoas projetam a vida na seguinte prospectiva: na infância
somos imantadas pelos brinquedos; na juventude, o estímulo é a preparação para
o trabalho com vistas ao emprego; na vida adulta o fascínio do dinheiro do
trabalho; na velhice, a almejada aposentadoria. Então, a velhice é a fase ápice da vida com a pílula dourada da aposentadoria.
Como é apresentada a velhice pela sociedade? Após
o período de trabalho abre-se um tempo para dispor para o que se quiser,
mormente como desfrute, lazer. Mas, na realidade, este “para o que quiser”, o
que é? Um “dolce far niente”? Ou, um
“amaro far niente!”?
Pessoalmente, para a maioria não é “um nauseante fazer nada”? Um tempo que não passa, um tempo inútil? E a velhice, como estrato social, como é vista pelos governantes? Um peso para a sociedade? Um gasto inútil, um investimento sem retorno.
Pessoalmente, para a maioria não é “um nauseante fazer nada”? Um tempo que não passa, um tempo inútil? E a velhice, como estrato social, como é vista pelos governantes? Um peso para a sociedade? Um gasto inútil, um investimento sem retorno.
Neste quadro concebeu-se a aposentadoria como solução
para a velhice. Mas isto basta? É suficiente colocar nas mãos um troco? Não
haveria algo mais digno, isto é, que acenasse para a vida em vez de acenar para
a morte?
Poderia ser diferente? Evidentemente. Basta ver o
histórico da expectativa de vida. Na antiguidade, a perspectiva de vida era em
torno de trinta anos, depois, a morte. Claro que havia, excepcionalmente,
pessoas que chegavam aos sessenta ou mesmo setenta. Na idade média a situação
não se modificava muito. A situação começou a modificar-se a partir da idade
contemporânea, devido em grande parte ao avanço da ciência, máxime da medicina,
aliado aos novos hábitos principalmente de higiene.
Na história sempre se projetou o progresso para um
patamar superior. Isto aconteceu com a expectativa de vida. Hoje já projetamos
para os oitenta anos e mesmo noventa.
Inexplicavelmente, não se projeta mais nada, além da
aposentadoria para a velhice. Envelhecer e vegetar.
Diante disso há que se pensar que esta população idosa
não pode permanecer ociosa, e nem ela mesma o quer. Não é a renda que está em
jogo, mas o grau de satisfação pessoal. Quantas inteligências não aproveitadas! Quantas habilidades, jogadas fora. Quanta energia desperdiçada. Por que não se
organiza uma economia paralela para os idosos? Pode-se aproveitá-los nas
pesquisas, no governo, nas artes, em confecções, em manufaturas?
A velhice não pode ser o fim, mas outra etapa, talvez a mais gratiticante.
A velhice não pode ser o fim, mas outra etapa, talvez a mais gratiticante.