Em algum momento os homens tomaram consciência de suas
fraquezas: perante a doença, a fome, desastres naturais ou a morte. Como não
podiam enfrentar sozinhos as debilidades levantaram os olhos para o céu infinito,
olharam a força do mar, o mistério das florestas e pouco a pouco veio à mente a
ideia de um ser superior. Este poderia ser a força para suprir a fraqueza. Este
seria o seu SALVADOR.
Além disso, viu-se o homem desamparado, impotente e só. Era
preciso encontrar alguém que o socorresse, ajudasse e lhe desse forças. Precisava
de um SALVADOR.
Ao se examinar sentiu que nem sempre acertou nas escolhas,
mas que podia ter acertado. Disso surgiu o sentimento de culpa. Por mais que se
queira explicar a si mesmo que não há motivo de culpa, ela reaparece enchendo a
alma. Desde que o homem teve consciência de si, sentiu-se culpado. Para se
livrar da culpa era necessário um SALVADOR.
Nossa posição não significa nenhuma crítica a qualquer religião e nem inclinação por alguma. Apenas procuramos explicações dedutíveis da razão e, quanto possível, argumentos empíricos. Estes podem ter tido pistas religiosas, mas nunca premissas.
Nossa posição não significa nenhuma crítica a qualquer religião e nem inclinação por alguma. Apenas procuramos explicações dedutíveis da razão e, quanto possível, argumentos empíricos. Estes podem ter tido pistas religiosas, mas nunca premissas.
Por isso, a ideia de um SALVADOR foi buscada na consciência humana.
Conforme a sociologia no seio das grandes civilizações emergem três grandes teodiceias que apontam para a SALVAÇÃO.
Conforme a sociologia no seio das grandes civilizações emergem três grandes teodiceias que apontam para a SALVAÇÃO.
1º O Dualismo. É uma das formas mais difundidas e existe em
diversas religiões. O zoroastrismo talvez fosse o modelo mais perfeito desta
forma de teodiceia. O conteúdo religioso contempla a dualidade entre o bem e o
mal religioso. Nesse sentido há o puro e o impuro. O deus do bem e o do mal, o
virtuoso e o pecador. O problema é que esta crença ou teodiceia envolve uma
contradição. Há um deus que possui seus poderes limitados por um rival. A ideia
de salvação, através de um Salvador, como na teodiceia cristã, avançou esta
concepção para a vitória do bem. Para os bons ficaria reservado o céu e para os
maus o inferno. O responsável pelo inferno é uma criatura subordinada ao Deus
do céu. O Deus do céu, superior, castiga o deus do inferno com todos os seus,
condenando-os ao sofrimento infinito e eterno.
2º Predestinação. Nessa teodiceia se acredita que o homem é
incapaz de conhecer qualquer desígnio de Deus. E por isso nada de bom pode fazer,
cabendo a Deus a liberdade de escolher quem quer para a salvação. O condenado é
um réprobo que merece este castigo e nada pode reclamar.
3º Salvação universal. Esta crença se poderia encontrar na
religiosidade dos intelectuais indianos. A auto realização do homem está
garantida na salvação universal. Destes três modelos de teodiceias advieram as quatro grandes religiões:
1º confucionismo e taoísmo.
O universo era visto como uma ordem eterna – Tao. Desenvolveu através de
Lao-tsé uma mística que evoluiu para a magia.
Salvador Confúcio.
2º hinduísmo e budismo. Era praticado por casta hereditária
de letrados, que, embora não tivessem cargos, atuavam como conselheiros
ritualistas e espirituais para indivíduos ou comunidades. Era uma sociedade de
castas, as quais formavam uma ordem hierárquica, cujo topo era ocupado pelos
brâmanes. Depois vinham os guerreiros, comerciantes, agricultores e por fim os
trabalhadores. O intercâmbio entre as castas era proibido. Acreditavam na
reencarnação e como todas as religiões orientais eram místicos. Os brâmanes constituíam um centro em torno do
qual gravitava toda a organização social. Os brâmanes, educados nos Veda, era o
estamento plenamente aceito. Mais tarde surge outro estamento, não brâmane, que
passou a competir com eles. O budismo era constituído por monges
contemplativos, mendicantes e errantes. Eram considerados membros integrais das
comunidades religiosas. Os demais eram considerados inferiores, objetos e não
sujeitos de religiosidade.
Salvador Buda.
3º O islamismo. Inicialmente uma religião de guerreiros cujo
objetivo era conquistar o mundo. Eram como os cruzados cristãos, mas sem o seu
ascetismo sexual. Em torno do século VII d.C, surgiu o misticismo maometano,
cujo resultado foi um simbolismo complexo muito utilizado pelos poetas.
Salvador: Maomé
4º judaísmo. Após o exílio, o judaísmo perambulou como um
povo pária, isto é, o único vínculo era o Deus comum, Javé. Com a elaboração de
uma lei sacerdotal, levada adiante pelos levitas, juntamente com a pregação dos
profetas, abriu espaço para um caráter prático e ético, expurgando as crenças
de magias que grassavam no meio do povo. Durante a Idade Média conseguiu que uma
camada de intelectuais que imantava os diversos grupos esparsos pelo mundo.
Salvador: ainda estaria por vir.
4º O cristianismo. O cristianismo iniciou como uma doutrina
de artesãos jornaleiros itinerantes. Permaneceu sempre como uma religião urbana
e cívica. Em todos os períodos manteve este caráter: antiguidade, Idade Média e
Época moderna com o puritanismo. A cidade do ocidente, diferente de todas do
mundo da época, com um corpo de cidadãos, foi o palco do cristianismo. Isto
pode ser aplicado às comunidades religiosas, ordem de monges mendicantes da
Idade Média.
Salvador: Jesus