Na obra que aborda o tema da Felicidade, na “Biblioteca da Felicidade”, é apresentado o filósofo Lucio Anneo Seneca, mais conhecido como
simplesmente SENECA. Viveu na corte dos imperadores Cláudio e Nero, sendo
preceptor deste. Exerceu a função de questor e foi nomeador senador.
Destacou-se como advogado, orador e filósofo, além de literato.
Foi um dos pensadores do passado que refletiram sobre a
questão da felicidade. Acusado de participar de uma conspiração foi exilado na
ilha de Córsega. Foi neste período que escreveu suas meditações filosóficas
apreciadas ainda hoje. Uma das obras primas é sobre a felicidade.
Os vícios devem ser sempre combatidos, pois a eles anulam
a liberdade. Quem acolhe as modas degradantes ou a hipocrisia
mata sua própria liberdade. A reflexão deve buscar o sentido da existência que
é viver com dignidade. Se conseguir isto terá a certeza de morrer em paz.
O homem, diante dos acontecimentos, deve permanecer
imperturbável. Imiscuir-se na realidade, mas não se deixar dominar por ela. A
ação dos demais não deve desviá-lo da rota por ele traçada.
Sêneca viveu não alienado, mas atuante dentro da corte
romana. Via toda a sordidez do governo de Nero, mas procurava um lenitivo na
meditação filosófica. Neste aspecto não seria demais compará-lo aos filósofos
de antes e atuais como :Dante, Shakespeare, Kierkegaard, Heidegger, Rimbaud,
Svevo, Sartre, Dino Campana, Moravia, Pasolini.
A característica mais marcante de Sêneca é sua ênfase no domínio das paixões. E Nesse sentido pode ser comparado aos modernos na
defesa da liberdade pessoal. O que os atuais fizeram foi dar continuidade ao
pensamento de Sêneca. Podemos compará-lo e mesmo coloca-lo entre: Locke,
Rousseau, Tocqueville, Kant, Mises, Max Weber, entre outros.
Professou a filosofia do estoicismo, uma ideologia da
República e Império Romano.
Esta filosofia originou-se da Grande Grécia. O fundador,
Zenão de Citium, dirigiu a antiga escola aproximadamente no século IV a. C. Os
mais renomados estóicos foram Zenão, Cleante e Crisipo. Entre os romanos
destacaram-se Sêneca, Marco Aurélio, Possidônio e outros.
Conforme o estoicismo a sabedoria reside na liberdade.
Para se chegar a ela, o homem necessitava livrar-se das paixões e das
influências exteriores. Este ideal era uma exigência da reta razão. O homem é
partícipe da lei natural e da lei interior (consciência). Estas o levam para o
ideal da liberdade. Por isso, para se chegar a ele, deveria viver conforme o
lema: “segue a natureza”.
Os estóicos consideravam-se cidadãos do mundo e
pretendiam erigir um Estado Universal. A sociedade abrange todo o gênero
humano. O próprio universo mitológico é incluído nessa visão cosmopolita. Marco
Aurélio dizia que todos os homens são cidadãos da República de Zeus.
Embora o universo esteja continuamente em movimento, as
sociedades em permanentes mudanças e os homens constantemente se deslocando de
um lugar para outro, sempre permanece a natureza comum dos homens. Dizia
Sêneca: “Mas nos seguem em toda parte as duas coisas mais belas: a natureza
comum a todos e a virtude individual.”