sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

O TRABALHO DO FUTURO. Selvino Antonio Malfatti.



Que o mercado de trabalho está em rápida evolução não é mais novidade para ninguém. Dois setores básicos estão e serão afetados: as formas contratuais e as tarefas.
Conforme o Forum de Davos, até 2020. prevê-se uma redução de 7.1 milhões de vagas de trabalho, a maior parte nos setores administrativos. No mesmo período haverá um aumento de 2 milhões de vagas no setor de tecnologia, matemática e engenharia. Vê-se que a defasagem será de 5,1 milhões de vagas de trabalho.
A tendência é a substituição do homem pela máquina nos postos de trabalho, aliás, a constante tendência desde a Revolução Industrial.
E se olharmos para uma previsão mais futura, para a década de trinta, ocorrerá até mesmo a substituição do homem pela máquina em setores que se poderia considerar monopólio da atividade humana: agricultura, pesca, manufatura e até mesmo o comércio.
Contudo, as previsões para os setores de educação e saúde ainda parecem imunes. Os cuidados com a saúde, mesmo as coadjuvadas pela tecnologia biomédica parecem que por ora não poderão dispensar a presença humana no atendimento do paciente. Da mesma forma na educação parece que por enquanto não se podem dispensar professores de quadro-negro. Menos ainda provável se pode imaginar a substituição de um psicólogo por uma máquina de auscultar na terapia.
Diante desta constatação sociológica vem o questionamento político. A educação está prevendo estas mudanças e provendo fechar as lacunas? O poder público, o Ministério da Educação, está atento a estas demandas que batem à porta? O que se está fazendo para preparar as próximas gerações perante as demandas que estão chegando rapidamente?
Apresentam-se três processos urgentes, urgentíssimos atualmente diante desse quadro: a tecnologia e a internet, o envelhecimento da população e aquecimento global.
O comércio continuará a acomodar-se até chegar ao total e-comércio. Consequentemente sempre mais empresa investirão sobre a publicidade e sobre as marcas online que vão da imagem à venda. Gerentes administrativos de e-comércio atualmente já estão consagrados.
Somos hoje em dia uma sociedade informatizada., desde os celulares, até os computadores de grandes empresas administrativas. Cada minuto são criados, imaginados e compartilhados milhões de dados. E muitas vezes até mesmo dados sensíveis são difundidos, como cirurgias à distância.
Por isso a educação deve preparar profissionais capacitados a gerenciar tais dados. E a educação pública está desempenhando este papel? Nossas crianças já estão aptas a usar o touch screen e os tablets, mas a verdadeira tarefa é prepara adultos capazes de manusear e interpretar, e aplicar os dados e não somente saber dar o click. O que se necessita é preparar profissionais que dominem a máquina e não somente sejam guiados por ela.
Por fim, faz-se necessário profissional de larga visão global. Que não tenha somente em mente lucro a qualquer custo, mas um lucro responsável. Respeitar as mudanças climáticas significa pensar em novas vagas de trabalho como os green Jobs, reduzindo o impacto ambiental das megaempresas. Enfim, pensar que a depredação não é o melhor negócio, ao contrário, a preservação é o negócio.
O que se descortina é um cenário onde a máquina tecnológica domine praticamente todos os setores da vida humana. Como se sabe a máquina não tem alma e por isso está desprovida de sentimentos humanos. Neste ambiente irá predominar a frieza nas relações, a banalidade da dor e o cálculo da vantagem. Em vez de homens se formarão robôs. Desenvolver-se-á uma sociedade sem sentimentos como um cadáver sem alma. Por isso o alerta que se faz é de não se esquecer do lado humano junto com a tecnologia. Ambos deverão caminhar pari passu.

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