No dia 7 de
janeiro de 2017 Portugal amanheceu de luto: falecera um grande estadista que
marcou a segunda metade do século Vinte, Mário Soares. Nasceu em 1924 e 1917, o
falecimento.
Foi cofundador do Partido Socialista (PS), após abandonar
o Partido Comunista. Como membro deste partido exerceu por três vezes o mandato
de primeiro-ministro, duas vezes Presidente da República Portuguesa e ministro
nos quatro governos provisórios do Portugal redemocratizado e eurodeputado.
Destacou-se também como escritor político como em “Portugal Amordaçado”.
Com ele Portugal inicia o caminho de adesão à comunidade
europeia e subscreveu o Tratado de Adesão.
Sua vida política não foi só rosas. Teve seu período de
amargor com a Revolução salazarista, instituindo o Estado Novo. Resistiu à
ditadura do Estado Novo de Salazar e por isso foi diversas vezes preso. Experimentou
o exílio na França e deportação para a África.
Com certeza o exílio em França, 1970, foi o momento
marcante para sua vida política. Teve uma breve vivência como professor quando
foi “charge de cours” nas universidades de Vincennes e Sorbonne e professor
convidado da universidade da Alta Bretanha, recebendo o grau de Doutor Honoris
Causa.
Ainda em França vai pedir apoio a sua luta política à
Loja Maçônica “Le Grande Loge de France” e ingressa na maçonaria, mas mais tarde
não se torna mais ativo permanecendo “adormecido”..
Com a queda da ditadura salazarista, após a Revolução de
Abril, 1974, regressa a Portugal, no “Comboio da Liberdade”. Tornar-se-ia o
grande líder da oposição democrática e presença marcante de atuação política.
Deposto o antigo regime os partidos políticos que atuavam
na clandestinidade, foram legalizados, inclusive o partido comunista. Ao
tornar-se ministro dos Negócios Estrangeiros, Mário Soares aproveita para fazer
uma blindagem à democracia portuguesa estabelecendo alianças com outras
democracias como França, Alemanha, Suécia, Áustria e outros. Neste contexto aproxima-se
do representante dos Estados Unidos em Portugal.
No entanto o chefe do governo, General Spíndola, não
conseguiu controlar a agitação da esquerda e renuncia, em 1974. O governo passa
a ser controlado pelo Movimento das Forças Armadas, sob a inspiração do Partido
Comunista. Iniciou-se um período de estatização de indústrias, bancos e
ocupações de terras e de exilados políticos, inclusive para o Brasil. Com a
vitória do partido de Mário Soares para a Assembleia Constituinte, em abril de
1975, ocorre a tentativa de golpe dos oficiais, mas fracassa o movimento. Era a
Revolução dos Cravos.
Com isso finda também o período revolucionário e Portugal
ingressa no rol dos países democráticos, graças em grande parte aos esforços e
capacidade de Mário Soares ocupante de vários cargos políticos.
Foi primeiro-ministro de Portugal nos seguintes períodos:
I Governo Constitucional entre 1976 e 1977;
II Governo Constitucional em 1978;
IX Governo Constitucional entre 1983 e 1985.
Presidente da República 1986 a 1996 e de 1991 a 1996, num
segundo mandato.
Não somente atuava na política interna de Portugal, como
lançou na política internacional, mormente a europeia e África.