ÀS MÃES E EDUCADORAS – CECÍLIA MEIRELES E MARIA MONTESSORI. Selvino Antonio Malfatti
Para o Dia das Mães trago à reflexão duas mães e duas educadoras: Cecília Meireles e Maria Montessori.
Pelos fortes traços de aproximação pode-se estabelecer um paralelo entre as duas mães e educadoras: Cecília Meireles brasileira e Maria Montessori, italiana. Ambas marcaram presença na educação na Década de Trinta, cada uma a seu modo, cada uma em seu país.
Maria Montessori por ocasião dos setenta anos de sua morte 6 de maio, os educadores de mundo todo se voltam para o método educacional desenvolvido por ela.
Formada em medicina pela universidade de Roma foi uma
mulher pioneira como médica na Itália. Consagrou-se como pedagoga científica
pelo seu método o qual consiste relacionar o desenvolvimento biológico e mental
através do treinamento dos movimentos musculares que são exigidos no
cumprimento das tarefas. Isto ela chamou de desenvolvimento integral da
criança.
Começou então sua projeção mundial como educadora. Ela Ministrou cursos em diversos estados
norte-americanos, Espanha, Índia, Holanda entre outros.
Montessori, reconhecida internacionalmente faleceu na Holanda em 6 de maio de 1952.
Cecília Meireles, por sua vez, (1901-1964) é uma
educadora brasileira. Nasceu no estado do Rio de Janeiro. Em vida o torvelinho
político envolveu Cecília. Em 1930, estoura a Revolução da Aliança Liberal cujo
comando estava a cargo de Getúlio Vargas. Em 1932, deflagra a Revolução Paulista
contra Vargas e o constitucionalismo. Nova Constituição de 1934 e o Golpe de
Estado de 1937. No período ocorre o tenentismo, a intentona comunista, Ação
Integralista e outros.
Cecília, respeitada em seu país, faleceu no Rio de Janeiro, em 9 de novembro de
1964.
Ambas:
1. Viveram em
regimes ditatoriais: Cecília com Getúlio e Montessori com Mussolini
2. Tiveram grande presença educativa na década de Trinta.
3. Ambas tiveram relação inicial amigável com os ditadores
e depois romperam.
4. Propuseram uma nova concepção na educação. Cecília uma
escola nova e leiga e Montessori uma educação livre e novo método
5. Dedicaram-se de
modo especial às crianças.
6. Foram liberais.
CECÍLIA MEIRELES e a educação Infantil:
O que os livros de literatura infantil deveriam abrigar em seu bojo? Primeiramente deveriam ser livros agradáveis às crianças, o que elas demonstrassem prazer em ler. Por isso, não se deveria estabelecer a divisão de “literatura infantil”, para crianças, mas literatura das crianças, isto é, o que elas optaram para si. Desse modo, não seria uma literatura “a priori” feita por adultos, mas literatura infantil “a posteriori”, feita pelas crianças.
MARIA MONTESSORI a educação das crianças:
Na essência a proposta de Montessori é de Rousseau. “...o
filho ensina a mãe”. Para ela, diferente
da orientação tradicional, a criança deve ter uma orientação para se tornar
autônoma e não submissa. Diferente de obediência irrestrita que acata ordens, a
autonomia sabe acatar as ordens, mas sabe também ser autônomo. Por isso que a
autora propõe que nunca se deve impedir uma criança de fazer o que quer só por
ser pequena. Por ser pequena não deve impedi-la de tentar fazer o que tem em
mente. No mundo as crianças estão viajando num meio de transporte e os adultos
são seus guias.
Outro aspecto para ambas a respeito do conteúdo da literatura
infantil refere-se ao conteúdo espiritual dos livros. Para Cecília o ponto de
partida sempre deve ser a criança para a criança e não o adulto para a criança.
Os conteúdos científicos, literários e morais devem merecer o atrativo das
crianças, antes dos educadores. Evidentemente o adulto colocaria ao alcance das
crianças um universo de obras-primas e as crianças escolheriam o que lhes
agradasse. Certamente não se deveria deixar totalmente ao critério das crianças,
isto é, levá-las a uma biblioteca e escolhessem o que bem quisessem. O educador
escolheria as melhores obras e destas a criança escolheria a que a agradasse.