No momento em que se estreitam mais e mais os laços
culturais entre Brasil e Portugal com promoções, projetos e programas conjuntos
como Os Colóquios de Tobias Barreto, em Portugal, e Antero de Quental, no
Brasil, queremos destacar uma conquista cultural de Portugall que,
sobretudo, engrande os países lusófonos.
Trata-se do reconhecimento pela UNESCO do Cante Alentejano como Patrimônio
Imaterial da Humanidade.
O Cante Alentejano caracteriza-se como um canto de coro, sem instrumentos.
Alternam-se um cantor só e um coro. Entre as pausas há um alto que arremata as
estrofes. A sequência segue uma cadência que, depois de concluída, inicia
novamente. Inicia-se com um ponto o qual cedendo lugar ao alto interrompe para
dar lugar ao coro, a este juntam-se o ponto e o alto. Terminada a estrofe,
inicia-se o processo novamente. (em anexo há o Cante: Rosa Branca, desmaida,
para ilustrar e apreciar).
Os especialistas associam o cante aos gregos e romanos,
posteriormente teria sido assimilado pelo canto gregoriano e tradição árabe.
Esta canção era comum nas lides das lavouras portuguesas, nas horas de ócio, em atividades
domésticas e até mesmo em solenidades religiosas.
Atualmente, devido à mecanização da lavoura, com o
conseqüente êxodo rural, bem como a presença de rádio e televisão o gênero
musical está em decadência. O cante ficou confinado a grupos oficiais e
especializados. Tem se apresentado em grupos folclóricos e festas populares ou
mesmo apresentações eruditas. Evidentemente não se deve confundir com o Fado, que ha dois anos também é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, mas com outra estrutura.