https://www.youtube.com/watch?v=eNAor3VITQg
Uma eficiente educação
escolar, formal, é suficiente para garantir uma cidadania? Parece que não, ao
menos para imigrantes italianos com cidadania de segunda geração. Esta, já em
escolaridade regular italiana, mas vivendo num ambiente com língua e religião do seu ambiente familiar -país de origem- continuam pensar como a primeira geração, isto é, não
italianos.
A hipótese de Ernesto Galli
della Loggia, do jornal Corriere dela Sera, é de que a segunda geração, em que
pese a educação formal do governo italiano, pensa e age, não como italianos,
mas como imigrantes. O mesmo acontece com imigrantes israelitas e palestinos,
conforme Gad Lerner, num artigo no Fact. Israelitas de segunda geração de
imigrantes não reconhecem mais seus compatriotas e os chamam em árabe de: “yahoud
kalabna ”,“ os judeus são os nossos cães ”»
Não foi o que aconteceu com
os emigrantes italianos vindos para o Brasil no século XIX. Filhos de
imigrantes, uns já na quarta geração, continuam mantendo as tradições italianas
de seus trisavós ou mesmo tataravós ligadas à língua e religião e ao mesmo
tempo se integraram à cidadania brasileira. Inclusive já na segunda geração
foram mandados para Itália para combater contra seus próprios compatriotas.
Recordando-se ainda hoje das
tribulações por que passaram seus antepassados. Cantam “Merica, Mérica...
Abbiam
dormito sul nudo terreno come le bestie andian riposar”. (Mérica, Mérica..
Dormimos
no chão nu como animais que procuravam descanso.) Embora tenham se integrado à
cultura brasileira, mantém a língua italiana, ainda falada no ambiente de seus
antepassados. A religião se desprendeu nas novas gerações, mas a língua ainda
continua viva.
A cultura italiana manteve
as tradições trazidas da Itália, como hábitos culinários (panetone, pão de
trigo, vinho, pizza, espaguete, risoto, polenta e técnicas agrícolas). Inicialmente
havia :’noi” italiani e “i brasiliani. O significativo é que os brasileiros
assimilaram os costumes e cultura italiana e vice versa.
Além desses aspectos
materiais os italianos deixaram o espírito como as danças, canções folclóricas,
música, música tocada na sanfona, falar em voz alta, pronunciar todas as
sílabas.
Aspectos da cultura italiana
passaram para os costumes brasileiros e os brasileiros transmitiram componentes
brasileiros para os italianos como na comida: feijão e arroz, churrasco,
carreteiro, carne seca.
Nos estados do sul do
Brasil, onde a imigração italiana e de outras culturas se fizeram mais
presentes, deixaram marcas indeléveis. Uma dessas foi o reconhecimento do Talian
como patrimônio histórico e cultural desses estados. Este dialeto era falado
entre os imigrantes italianos nos estados do sul e ainda se encontram núcleos
que o falam, inclusive um município gaúcho o tem como língua oficial ao lado do
português. É Bento Gonçalves, pioneiro dos assentamentos dos colonos italianos.
Outro município gaúcho que adota o
Talian como língua co-oficial é Serafina Correa:
“– Decreto Nº 49, de 19 de
julho de 2013. Dispõe sobre a utilização preferencial da língua co-oficial, o
Talian, na semana do aniversário do município e dá outras providências.”
Não se negar a
influência da língua e da religião no meio social das novas gerações, mas não
se pode dizer que isto é generalizado. No Brasil, as novas gerações assimilaram
plenamente a cultura local, inclusive a língua. E ninguém dos novos pretende
mudar ou rejeita a cultura de seu novo país.
Verdade, a cultura italiana é muito forte no Brasil.
ResponderExcluirViveram para a religião, trabalho e familia.
ExcluirOs brasileiros se adaptaram a cultura, religiosidade e alegria.
ResponderExcluirSaudades de minha Nona e suas histórias.
ResponderExcluirMuito interessante.
ResponderExcluirAgradeço.
A cultura e as histórias, mesmo de muita luta e sofrimento foi passada as gerações com orgulho, vieram para o desconhecido, batalharam e são vencedores.
ResponderExcluirO italiano trouxe cultura visão de União, cooperativismo.