A imprensa tem papel
fundamental nas sociedades democráticas. Ela leva ao público informações que
orientam cada cidadão em suas escolhas. Também funciona controlando autoridades
públicas que ficariam em cômoda invisibilidade sem o público acompanhar o que
se passa nos meandros do Estado. Assim, há um conflito de interesses entre o
público que deseja a verdade e políticos que querem ocultar seus atos. Esse
conflito de interesses se explicita quando envolve dirigentes envolvidos em esquemas
de corrupção e violência.
Se esse importante
trabalho da imprensa merece ser destacado e elogiado, pois a desonestidade não
traz benefícios para a sociedade, muitas vezes a imprensa é parcial e divulga
seletivamente os fatos. Quando a imprensa se afasta da verdade contribui torna
confusa e lança na ignorância a opinião pública. É preciso notar que a opinião
pública não é apenas uma opinião sobre os assuntos, é também espaço de
educação. Um povo se educa quando conhece seus problemas e os discute de forma
honesta. Portanto, a opinião pública é mais que um fórum de opinião, ela é lugar
de desenvolvimento intelectual pelo livre debate de ideias. Quando a imprensa
não colabora para essa educação coletiva falha gravemente, ainda que informe o
acontecido. Por isso, é importante que a mídia abra espaço para filósofos,
religiosos e cientistas exporem suas análises dos problemas e seus pontos de
vista sobre os diferentes assuntos que preocupam a sociedade.
Contudo, a parte dessas
missões da imprensa, nem sempre cumpridas com a exatidão e a honestidade
desejadas, há uma triste estratégia atual da mídia que está sendo crescentemente
usada. Trata-se da repetição do desastre para promover o doentio gozo no
sofrimento. Quanto mais triste o fato, quando mais chocante o ocorrido, mais os
jornalistas se revessam repetindo a mesma história, com pequena variação de
detalhes. Assim, a mesma notícia é repetida dezenas de vezes, mostrando os
mesmos acontecimentos horrorosos. Em contrapartida, fatos fundamentais para a sociedade,
aquilo que revela o melhor de sua parte íntima fica escondido ou é mal comentado.
É importante mudar isso.
Assim, enquanto a
imprensa escrita e falada insiste nas mortes das crianças, repetindo seus nomes
e idades, enquanto os jornalistas esmiúçam a vida do vilão da tragédia ocorrida
no Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, na cidade de Janaúba,
no norte de Minas Gerais, desejo destacar a reação das pessoas comuns.
Trabalhadores que passavam pelo local e que procuraram ajudar as crianças feridas,
a dedicação das equipes de saúde, a solidariedade da população com as famílias
atingidas, todos se envolveram para responder a tragédia. Mas tragédias tem
heróis, nem sempre suficiente reconhecidos. Nessa tragédia de Janaúba, entre as
professoras e funcionários do Centro Infantil que socorreram os feridos, a
professora Helley de Abreu Silva Batista entrou e saiu mais de uma vez da cena
do desastre, com o corpo em chamas, salvando várias crianças. Ela morreu , mas
salvou vários alunos. Sua atitude de respeito ao próximo e solidariedade ao
sofrimento é o comum para a maioria dos funcionários públicos comuns do país. A
ela deve ser dado destaque e ao seu ato heroico. Seu heroísmo precisa ser
enaltecido para envergonhar a meia dúzia de dirigentes ladrões da sociedade. A
professora Helley, nossa gratidão por mostrar quem são, de verdade, as pessoas
que fazem o país. Nossa gratidão por nos mostrar que apesar de líderes que envergonham
e políticos que não nos representam, cidadãos comuns vivem a generosa face da
moralidade.
Um acontecimento triste, mas também um alerta, a saúde mental não está sendo cuidada, nossa sociedade está doente.
ResponderExcluirA imprensa tem prazer de mostrar só tragédias,as escolas do Brasil não tinham acontecimentos de alunos batendo nos professores, mas tanto mostraram as loucuras nos Estados Unidos, que aqui virou moda.
ResponderExcluirJornalismo e jornalistas vendidos aos partidos políticos.
Todas as tragédias poderiam ser evitadas se houvesse realmente atendimento a saúde menta, a maioria da população sofre de transtornos mentais.
ResponderExcluirConhecer os problemas, muito interessante, saber discutir de forma honesta para o bem comum, sem levar vantagens, difícil.
ResponderExcluirA verdade bem escrita,
ResponderExcluirParabéns, belo artigo.
Homenagem a professora, a mestra do Amor, nada vai trazê-la, mas prova maior de amor não há.
ResponderExcluirDoou a vida.
Hoje é um dia especial, dia do professor, aquele que dedicou sua vida a formar cidadãos, não só transmitindo conhecimento, mas também bons exemplos.
ResponderExcluirParabéns professor.
Doentio gozo do sofrimento,
ResponderExcluiracredito que seja algo tão grave e doentio que precisamos entender.
Um vendedor de jornal me disse que quando acontecem grandes tragédias, as vendas de jornais aumentam.
Estamos coletivamente adoecidos?
Só nos humanizados nas grandes tragédias?
Como humanidade doente, não se reconhece, o que fazer?
Que valores estamos transmitindo as nossas crianças?
Doentio gozo do sofrimento,
ResponderExcluiracredito que seja algo tão grave e doentio que precisamos entender.
Um vendedor de jornal me disse que quando acontecem grandes tragédias, as vendas de jornais aumentam.
Estamos coletivamente adoecidos?
Só as grandes tragédias são capazes de trazer reflexão? E o que nós falta para vivermos como irmãos?
Como a humanidade esta doente e não se reconhece, o que fazer?
Que valores estamos transmitindo as nossas crianças?
Somos solidários no momento, temos memória curta.
A fé ajuda?
A religião não responde?
Muito educativa está Reflexão.
ResponderExcluirParabéns professores.
Sabe, acredito que os políticos estejam seriamente comprometidos com alguma doença mental, esquecimento de que estão no poder pelo voto popular.
ResponderExcluirAos eleitores descaso, desrespeito.
Precisamos urgentemente educação de qualidade, assim teremos eleitores conscientes e conhecedores de seus deveres e direitos.