A civilização Ocidental sempre teve momentos ou períodos que marcaram
determinadas épocas. Estes períodos possuem um conjunto de características que individualiza a época tornando-a distinta da outra, isto é, sui generis. É
por assim dizer, uma metamorfose cultural, em oposição à metamorfose do poeta
Ovídio do período da cultura romana. Ele mesmo já identificava eras culturais
como a idade do ouro, idade da prata, idade do bronze e idade do ferro. A
denominação atual tem outros nomes como: a época de Péricles de Atenas, o
helenismo, período romano, o cristianismo medieval, o renascimento, o
modernidade, o romantismo (belle époque), o moderno e o pós-moderno. Agora já ingressamos em outra época cultural:
o pós-pós-moderno.
Cada período tem um centro, uma ideia-mãe, um eixo que
imanta as demais dimensões. Por isso,
nestes períodos, praticamente todos os aspectos são influenciados. Se
analisarmos o período romântico, constatamos que a literatura, a pintura,
escultura, a política e até mesmo a religião são românticos. Vejamos, por exemplo,
alguns aspectos do período. François René de Chateaubriand escreveu “Le Génie
du Christianisme”, obra de cunho romântico para defender a religião católica
contra os ataques dos revolucionários franceses. Os revolucionários franceses,
por sua vez, embasaram suas ideias em princípios românticos, como igualdade,
fraternidade e liberdade. Os cientistas sociais enfatizavam a situação
miserável dos pobres e a saída apontada era a distribuição dos bens retirados
dos mais abastados.
A passagem de uma época cultural para outra se dá
imperceptivelmente. O novo período não se desmembra do outro, apenas toma outra
forma tornando-o distinto em relação ao anterior. É como a metamorfose de
determinados insetos e mesmo a mutação das espécies.
A transição do pós-moderno para outra fase cultural, ainda não recebeu denominação definitiva,
sendo apenas designado por pós-pós-moderno. Como poderíamos descrever o novo
período ? O que constatamos? Velocidade na comunicação, globalização das
informações, robótica na produção de bens, era digital,conquista espacial,
produção geneticamente modificada, valores (monetários) virtuais, valores
(axiológicos) materiais, religião de extremos (radicalismos de uns e ceticismo
de outros) são alguns dos componentes do pós-pós-modernismo.
Os períodos culturais são sempre menos duradouros, mais
rápidos, podendo emendar algumas gerações. Quando teria iniciado o pós-pós-
moderno? Os sociólogos pensam que o pós moderno tenha iniciado em 1979 e seu
término ocorrera em 2004, dando início então o pós-pós-moderno. Atualmente, por
exemplo, já convivem no mínimo três gerações culturais: a moderna, a pós-
moderna e agora a pós-pós- moderna. Diz Daniela Coli, no jornal italiano
Corriere della sera (10/0/2015), descrevendo o suceder de momentos culturais:
Nel 1979 Lyotard teorizza la fine dei grandi racconti
come l’illuminismo, l’idealismo e il marxismo, perché né il progresso
scientifico e tecnico, come prevedeva l’illuminismo, né la progressiva
spiritualizzazione dell’uomo immaginata da Hegel, hanno prodotto una nuova
umanità, come dimostra p.e. l’Olocausto. Né c’è riuscito il marxismo, un mix di
illuminismo e hegelismo rovesciato, che ha prodotto una delle rivoluzioni più
sanguinarie della storia e un regime più tirannico di quello degli zar. Per
Rorty Dio è morto e i filosofi lo hanno rimpiazzato con romanzi metafisici
spacciati per veri e razionali. Un critico della modernità come Strauss, non
riteneva però riducibile la filosofia moderna alle metanarrazioni
settecentesche e ottocentesche. “ Condorcet e perfino Comte – scrisse a Löwith
il 15 agosto 19 46
– non volevano rimpiazzare la cristianità: essi volevano sostituire il nonsense
con un ordine intellegibile. Ma questo lo volevano anche Descartes e Hobbes.
Soltanto quando la querelle fu in sostanza risolta, vi fu introdotta la
religione e la cristianità, e questa successiva interpretazione del movimento
moderno dominò l’ingenuo e insopportabilmente sentimentale secolo decimonono”.
No entanto, nem todos concordam como é o caso de Carlo
Bordoni, no mesmo jornal de 2 de agosto, dizendo que o pós-moderno pode não estar morto, apenas apenas moribundo.
Não admira, portanto, que haja tantas incertezas no mundo
atual. As pessoas se sentem perdidas culturalmente. Os referenciais já não são
os mesmos para todas as pessoas da mesma sociedade. As novas gerações assimilam rapidamente os avanços culturais e as mais antigas vão ficando para trás. Crianças operam com desenvoltura computadores de última geração enquanto há idosos que nem conseguem sacar dinheiro em caixas de auto-atendimento.
Ainda bem que alguém explica a corrida do tempo, o giro rápido que está o mundo.
ResponderExcluirAs incertezas do mundo atual se contrapõe as certezas que tínhamos no amanhã, vivendo o hoje.
ResponderExcluirBoa esta explicação, ás vezes parece que estamos numa gangorra, uns apreendem a ler a realidade, outros se perdem, não buscam acompanhar.
ResponderExcluirUns correm atrás, mas conseguem participar da era tecnológica,
ResponderExcluiroutros e entre estes, muitos jovens,deixam-se ficar as margens do conhecimento.
Só vejo um mundo correndo, pessoas que correm, mas não sabem para onde vão. Que período cultural é este? Estamos em crise.
ResponderExcluirConcordo pós moderno está moribundo, aliás toda cultura vive este período.
ResponderExcluirEu concordo, se analisarmos o artigo, veremos que é um principio da economia, sempre com ciclos alternando-se.
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