O dia da eleição se aproxima. Ao que parece todo mundo
está de olhos nos candidatos à presidência, esquecendo-se que, num modelo de
Democracia Consensual tão importante, senão mais, são as eleições
parlamentares, tanto para as assembléias estaduais como para o parlamento
nacional. Por quê? Pelo simples fato de que o executivo para governar precisa
da maioria do legislativo.
Existem diversas formas fórmulas para se obter maioria no
parlamento. A mais comum e a mais empregada é estabelecer alianças com partidos
ideologicamente afins. Um partido de centro, por exemplo, busca seu parceiro
mais próximo ou à direita ou à esquerda. Nunca na extrema esquerda ou extrema
direita. Mas há alguns anos no Brasil se lançou mão de outro critério, qual
seja, o fisiológico, isto é, o mercado do voto, ou simplesmente a compra e
venda do voto dos parlamentares.
Com este critério pouco importa a ideologia do partido,
mas o preço do voto. E é por isso que se dá pouca importância às eleições
parlamentares. Diz-se:
- Com
quem contaremos, veremos depois das eleições.
Esta prática envenenou todo o sistema: parlamentares,
empresários, intelectuais, profissionais liberais, juristas. O parlamentar
cobra um valor por seu voto, o empresário quer “vencer” as licitações, os
intelectuais reivindicam cargos públicos, os profissionais liberais aumento nas
tabelas de preços, os juristas, assentos nos tribunais. E o pior é que não se
vislumbra perspectivas de reversão deste quadro. Não há arrependimento de
ninguém, nem mesmo daqueles condenados e trancafiados atrás das grades. Juram vingança.
Uma Democracia Consensual
acontece onde nenhum partido consegue fazer 50 dos votos mais um. Por isso exige uma partilha de poder. Isto é
normal. Acontece em países desenvolvidos, como França, Itália, Alemanha e outros,
da mesma forma que o modelo de maioria acontece nos Estados Unidos, Inglaterra,
Canadá e outros. No modelo consensual,
como é o caso brasileiro, há separação de poderes. Nenhum poder pode destituir o
outro a não ser em casos excepcionais, previstos nas Constituição.
Nestas democracias há um
rígido bicameralismo: o senado representa as minorias e os deputados as
maiorias. O número de senadores por estado é uniforme, mas de deputados varia
de estado para estado. O multipartidarismo, característica dessas democracias,
pode ser um fator de estabilidade, mas de instabilidade. Quando o partido
representa de fato anseios de comunidades, legitima o sistema. Mas quando o
partido representa o interesse do candidato, trabalha contra o sistema. Além
disso, os partidos devem ser multidimensionais, isto é, não só abranger um
determinado setor, como UMA religião, por exemplo, mas representar pessoas dos
setores diversos como industriais, serviços, comércio e religiões.
Por isso, não basta os
candidatos vencerem as eleições nas urnas, é preciso que saibam costurar uma maioria no Parlamento.
Uma grande ajuda para escolher meu candidato. Muito bom.
ResponderExcluirCom certeza esta minuciosa explicação detalhando os caminhos,costuras e acordos servirá para que o eleitor se conscientize da necessidade de fazer uma escolha baseada na tragetória de vida politica de seu candidato. Afinal além de ostentar a faixa de presidente deverá ser um
ResponderExcluirnegociador para que o país tenha desenvolvimento.
Um ótimo artigo, cooperação com o eleitor.
ResponderExcluirNão consegui saber qual será bom para o país. Será que cada um destes tem preparo de negociador?
ResponderExcluirTanta coisa para ser mudada. Que Deus nos ilumine.
ResponderExcluirMuito dificil saber em quem votar.
ResponderExcluirPrecisamos de estabilidade na politica e ética para os politicos.
ResponderExcluir