O livro The
Handmaid's Tale (A Serva) vem vencendo décadas de publicações e
republicações sucessivamente. Depois de ser encenado para cinema, agora será
levado à TV italiana como novela com o título: La Ancella.
Pergunta-se: por que levar à TV uma obra que já carrega
algumas décadas? Evidentemente a cima de tudo pelo seu valor cultural. Mas se
pode ler nas entrelinhas outras razões. Estou pensando que se se mostrar um
lado da moeda pode- se indagar pelo outro. Refiro-me à escalada de atos
terroristas acontecendo na Europa devido ao fanatismo de um grupo religioso. No
livro citado o fanatismo imaginariamente proveio de cristãos, mas, na Europa, concretamente,
o que está acontecendo hoje é com muçulmanos. No livro o regime decorrente é totalitário,
direcionado contra as mulheres. No entanto, em minhas viagens pelo mundo de
civilização islâmica, no mínimo, de fato que se constata é a desigualdade escancarada em
relação ao homem e à mulher. Elas não
são portadoras dos mesmos direitos que os homens. A começar que aos homens é
permitida a poligamia, mas as mulheres estão proibidas de poliandria. Ao estupro, por exemplo, é plicada a pena de apedrejamento. Os homens
podem ocupar todos os cargos, as mulheres um mínimo. Não se vê contato entre homens e mulheres.É dificílimo ver mulheres trabalharem
no comércio, praticamente só homens. Na dimensão religiosa nem se pode falar.
São algumas hipóteses que se podem levantar sobre as
razões levar a obra aos canais de televisão. Mas parece que a mais provável é um alerta.
A trama é relativamente simples, mas as questões
abordadas envolvem a ética, a política, e o direito e, evidentemente, a
filosofia.
Desenvolve-se tendo como cenário os Estados
Unidos da América, país devastado pelas guerras e radiações atômicas. Os sobreviventes são
raros, mormente as mulheres. Os que detêm o poder resolvem impor a procriação
obrigando as mulheres a gerarem. Para tanto estabelecem um total controle sobre
o sexo feminino nos moldes de um Estado totalitário. As poucas mulheres que
sobraram com capacidade para procriarem, as servas, são constrangidas à
procriação coercitiva, enquanto as demais são reduzidas à escravidão. A mulher,
sem nome, passa a ser denominada de “Offred” , isto é, “Dofred”, seu patrão, e apenas se sabe que
vive na República de Gilead e que pode afastar-se de casa somente uma vez por
mês, para ir ao mercado. Os produtos comprados não têm nomes, mas apenas
desenhos, pois não é permitido às mulheres lerem. Aparentemente, “Dofred” está
resignada ao seu destino. Internamente, porém, lembra-se de seu passado, sabe
seu verdadeiro nome, e para sacudir o jugo pede para engravidar, pois esta é a
única esperança de salvação.
O livro pode ser dividido em cinco itens:
11. O
Enredo.
A devastação das guerras e a poluição são os elementos
predominantes. Neste ambiente, um grupo de extremistas cristãos toma o poder e
implanta um estado totalitário em que as mulheres são despojadas de todos os
direitos.
São divididas em categorias: esposas, filhas,
não-mulheres e servas., todas propriedade dos homens e a eles submetidas. Não
podem ler, sair sozinhas de casa e proibidas de trabalharem. As que recebem o
pior tratamento são as servas, as únicas férteis de todas das categorias,
reduzidas a animais de procriação.
No topo da hierarquia social e política do Gilead está o
Comandante da República. Calcado no preceito bíblico, segundo o qual, os
maridos que tivessem mulheres estéreis poderiam relacionar-se com as próprias
servas para gerarem filhos. Louvados neste preceito bíblico os Comandantes
apropriavam-se de servas, mulheres férteis, num regime de completa escravidão
com o único objetivo de procriação.
2. A
Serva
Em torno da figura de Offred e seu patrão, o Comandante,
é contado o relacionamento com as demais servas e do Comandante com sua esposa.
Offfred, a Serva, lembra como era a vida anterior e está
determinada não somente sobreviver como encontrar a filha desaparecida.
3. Cenas
chocantes
Logo após a publicação do livro algumas escolas
simplesmente rejeitaram o livro e o proibiram devido a cenas de realismo por
demais cruéis como é a cena da mutilação sexual.
4. A
questão do feminismo
Após a publicação, o livro tornou-se um baluarte do
feminismo, inclusive algumas mulheres tatuavam-se com frases recorrentes do
livro. Contudo os próprios intérpretes das figuras feministas, como de Offred,
negam a intenção, afirmando que a personagem é apenas uma figura humana, sem
nenhuma conotação política.
5. Conteúdos
5.1.
Política.
Enquanto numa utopia do tipo platônica ou de Morus se
imagina um estado imaginário ideal, na Gilead se vive em extrema opressão, por
isso pode ser caracterizada como uma distopia. Os comandantes, mais
precisamente, o Comandante, têm a todos submetidos, mormente as mulheres.
Estas, até mesmo religiosamente, devem ser rezar para que o Comandante
engravide o máximo de servas.
5.2.
Ética
Esta é absoluta, pois não há meio termo ou a possibilidade
de consenso. É uma ética só, a qual todos devem praticá-la. Tem como pano de
fundo de que os fins justificam os meios. As mulheres não podem trabalhar, não podem
aprender a ler, não podem possuir nada. Para cada categoria de mulheres havia
uma cor nas vestimentas e era absolutamente proibido usar outra cor.
5.3.
Direito
A antiga constituição foi queimada. Em vez de Estado de
direito é Estado de dever, isto é, policialesco. As mulheres férteis, as
servas, são obrigadas a gerarem filhos. É um Estado totalitário no qual ninguém
tem direito algum.
Que retrocesso, será que o público aceitará.
ResponderExcluirMuito triste.
ResponderExcluirUma cultura burra.
Isto é uma história de terrorismo.
ResponderExcluirHorrível.
Escravidão feminina?
ResponderExcluirPara nós é algo inaceitável.
ResponderExcluirSeja lá da forma que se apresentar.
Para nós brasileiros ficamos com o estado do DEVER, seria ótimo aplicar regras é uma lei que se aplicase a todos.
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