Desde a renúncia do papa Bento XVI os católicos do mundo
inteiro, aproximadamente 1bilhão e 200 milhões, aguardavam a eleição do novo
papa que aconteceu no dia 13 de março de 2013, na pessoa do cardeal Jorge Mário
Bergoglio com o nome de Francisco I, 266º papa.
Teoricamente qualquer cristão católico, solteiro e em
comunhão com a Igreja, pode ser eleito papa. Por isso, quando a cátedra de
Pedro torna-se vaga, potencialmente existem milhões de candidatos. Na prática,
porém, há 625 anos que o último pontífice foi escolhido fora da lista do
Colégio Cardinalício. Foi Urbano VI em 1378, arcebispo de Bari, Itália.
Até o Cristianismo tornar-se Religião Oficial do Império
Romano, com Constantino, no século IV, a escolha do Papa era um ato privado e
até mesmo sigiloso, pois os cristãos viviam perseguidos pelas autoridades
romanas e a maior parte dos papas era martirizada.
Com o advento da União entre Igreja e Estado começam a
surgir os problemas, isto por que um interferia no outro inevitavelmente. Os
imperadores queriam escolher os bispos e estes queriam escolher os chefes
políticos.
No mesmo período, um bispo da Igreja, Santo Agostinho
desenvolve a teoria da supremacia do poder religioso sobre o poder civil. Nas
relações entre Igreja e Estado, Agostinho entende que ambas são sociedades
perfeitas e soberanas, cabendo à Igreja o espiritual e ao Estado o temporal. O
Estado, porém, está subordinado à Igreja, porque a vida terrena é um meio para
se atingir o verdadeiro fim que é a salvação. O Estado e seus membros devem ser
subordinados à Igreja. Com Agostinho, estava firmada a doutrina da supremacia
do espiritual sobre o temporal cujo debate ocupará a intelectualidade durante
toda a Idade Média e até mesmo no século XIX encontrará defensores,
principalmente no Sillabus do Papa Pio IX. Esta doutrina da Supremacia do poder
espiritual sobre o temporal, como foi concebida, é essencialmente moral, no
entanto, na prática provocara as mais sangrentas guerras de Papas contra
príncipes, vice-versa e de príncipes entre si.
Esta doutrina, porém, não era pacífica nem mesmo na Idade
Média e no período de Santo Agostinho. Como exemplo pode-se citar Marcílio de
Pádua, entre outros. Este pensador não só defende a separação do poder temporal
e espiritual, como a subordinação deste àquele. Diz ele que a Igreja é formada
por todos os cristãos que têm por objetivo a felicidade eterna. Todos os cargos
eclesiásticos são iguais e não deve haver limites territoriais para o exercício
das funções religiosas. Para ele, São Pedro era igual aos demais não tendo
primado algum sobre os outros, inclusive, é duvidoso que tenha estado em Roma. Conforme
ele o poder do Papa foi usurpado dos Bispos e fiéis, com condescendência dos
imperadores. O poder supremo da Igreja não está no Papa, mas no Concílio
Ecumênico, cujos representantes seriam eleitos pelos fiéis. Quem deve
convocá-lo é o executivo do povo romano, isto é, o imperador. O poder dos papas
não pode ir além do conferido pelo povo cristão através de seus representantes
e o imperador. Igualmente, caberia ao povo, aos fiéis, elegerem e depor o Papa,
com a sanção do Imperador. O mesmo se daria com os Bispos e presbíteros. A
Igreja não tem poder coativo sobre os fiéis, cabendo este poder ao civil. Para
haver paz e tranqüilidade, pensa Marsílio, a Igreja deveria estar subordinada
ao Estado.
É no século XI que começa o aprimoramento do processo de
escolha de papas. Em 1050, o papa Leão IX inicia o processo convocando pessoas
ilustradas para auxiliá-lo. Desde estudo nasce a decisão de que o papa sairá
das fileiras dos cardeais. Um século depois nasce o Sacro Colégio e já no
século XX é incorporado ao Direito Canônico.
O conclave teve origem na sucessão de Clemente IV cuja
votação durou três anos. Numa disputa entre italianos e franceses os cardeais
encontraram-se num verdadeiro beco sem saída. Até que os cidadãos de Viterbo,
local onde os cardeais estavam reunidos, resolveram enclausurar os cardeais, destelhar
o local da reunião deixando-os expostos ao relento, dando-lhes para alimentação
somente pão e água. Em três dias vieram-lhes a inspiração e foi eleito o papa Teobaldo
Visconti, com o nome de Gregório X, um monge, mas não sacerdote. Daí em diante
a introdução do conclave – chaveados – forçou a decisão rápida na escolha do
sucessor.
Já que o novo papa escolheu como patrono Francisco é bom ouvir o que este dizia na "Preghiera Semplice" (Oração de São Francisco):
http://www.youtube.com/watch?v=nKB8FCmMUh4
http://www.youtube.com/watch?v=nKB8FCmMUh4
Enfim vamos orar pelo franciscano.
ResponderExcluirSeja abençoado FRANCISCO.
ResponderExcluirGostei.Agora temos papa.
ResponderExcluirFrancisco também disse que a Igreja "não tem característica política, mas essencialmente espiritual", e que "Cristo está presente e dirige sua Igreja. Em tudo o que aconteceu, o protagonista é, em última instância, o Espírto Santo. Ele inspirou a decisão de Bento XVI pelo bem da Igreja. Ele influenciou na decisão dos cardeais."Assim pensa nosso
ResponderExcluirFrancisco,que seja abençoado.
Tomara que seja mesmo um enviado de São Francisco,precisamos uma fé renovadora.
ResponderExcluirUma grande surpresa a escolha do novo papa,afinal não era lembrado como possível candidato. Mas se olharmos para sua história veremos um homem de Deus,afinal o mundo está cheio de tentações e,sobreviver na caminhada, para um religioso é ser abençoado. Tomara que seja um enviado do Espírito Santo para balançar as estruturas arcaicas da Igreja Católica.Esperamos que sua doutrina tire o catolicismo do marasmo,que saia dos templos e vá onde houver um homem sedento da palavra de Deus.
ResponderExcluirBerlim, 17 mar (EFE).- O ex-sacerdote brasileiro Leonardo Boff, um dos mais destacados representantes da chamada Teologia da Libertação, acredita que o papa Francisco surpreenderá muitos dando um reviravolta radical à Igreja.
ResponderExcluir"Agora é papa e pode fazer o que quiser. Muitos se surpreenderão com o que Francisco fará. Para isso, precisará de uma ruptura com as tradições, deixar para trás a cúria corrupta do Vaticano para abrir passagem para uma igreja universal", disse Boff em entrevista que será publicada na edição da próxima semana da revista alemã "Der Spiegel".(17/03/2013)
Esperamos que Francisco faça opção pela regate da fé.
ResponderExcluirNossa que ritual.Muito complicado.
ResponderExcluirPapa afirma que natureza da Igreja é essencialmente espiritual, não política
ResponderExcluirestadao.com.br - 17/03/2013 08:39
Em pronunciamento a jornalistas, Francisco pregou que quer uma 'Igreja pobre para os pobres' e enfatizou que a escolha de seu nome faz referência a Francisco de Assis, 'homem da pobreza'; ao final de discurso, o pontífice foi aplaudido de pé por todos.
Tomara que Francisco seja útil a humanidade.
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