Quando o Home Office, antes do Cobiv-19, era apenas uma
possibilidade, uma prospecção, diga-se, uma hipótese, os efeitos
perversos não se evidenciavam e ansiava-se, por isso, para vivê-lo na realidade. Imaginava-se um m undo de tempo liberados, solto das amarras do tempo e lugar, uma vida de trabalho livre, imaginado desde os tempos remotos nos quais máquina e homem juntavam-se no dia a dia no cumprimento das tarefas profissionais. Pensava-se que o novo mundo podia ter suas desvantagens, mas eram facilmente superáveis. Previam-se as principais mudanças: as formas contratuais e as tarefas. Mas,
com generalização da pandemia, tudo mudou e acordados dos sonho escancarou-se a nova realidade.
O Forum de Davos, de 2020, previu uma redução de 7.1
milhões de vagas de trabalho, a maior parte nos setores administrativos. No
mesmo período haveria um aumento de 2 milhões de vagas no setor de tecnologia,
matemática e engenharia. Vê-se que a defasagem seria de 5,1 milhões de vagas de
trabalho.
A tendência continuava sendo a substituição do homem pela máquina nos
postos de trabalho, aliás, a constante desde a Revolução Industrial.
E se olharmos para uma previsão mais futura, para a
década de trinta, ocorrerá até mesmo a substituição do homem pela máquina em
setores que se poderia considerar monopólio da atividade humana: agricultura,
pesca, manufatura e até mesmo o comércio.
Projetou-se para os setores de educação e saúde ainda eram imunes. Os cuidados com a saúde,
mesmo as coadjuvadas pela tecnologia biomédica parecem que por ora não poderão
dispensar a presença humana no atendimento do paciente. Da mesma forma na
educação pareia que, por enquanto, não se poderia dispensar professores de
quadro-negro. Menos ainda provável se podia imaginar a substituição de um
psicólogo por uma máquina de auscultar na terapia. No entanto, as consultas por
vídeo conferência estão aí. Eu mesmo já utilizei.
No entanto educação e saúde foram os setores que mais
foram afetados pela atividade virtual. As aulas passaram a
ser ministradas por vídeo conferência, wbcam, zoom, lives e outros programas disponibilizados aos
alunos. Deixaram de ser presenciais e passaram a virtuais. Na época
questionou-se se a política estava preparada
para tal guinada?
A educação e a saúde estão prevendo estas mudanças e
provendo o fechamento das lacunas? O poder público, o Ministério da Educação e Ministério
da Saúde, estão atentos a estas demandas que baterão à porta? O que se está
fazendo para preparar as próximas gerações perante as demandas que estão
chegando rapidamente?
Com a chegada da pandemia o comércio foi um dos setores
que mais rapidamente reagiu até chegar ao e-comércio. Sempre mais empresas
estão investindo sobre as vendas online através de entregas diretas ao
consumidor drive thru. Gerentes administrativos de e-comércio atualmente já
estão consagrados.
Somos hoje em dia uma sociedade informatizada, desde os
celulares, até os computadores de grandes empresas administrativas. Cada minuto
são criados, imaginados e compartilhados milhões de dados. Os bancos transformaram-se em online, Bastou um aplicativo para que o bando coubesse na mão de cada cliente.E até
mesmo dados ultrassensíveis são difundidos, como cirurgias à distância.
O que ninguém esperava é que estas mudanças viessem
compulsoriamente. Bastou uma pandemia para mudar tudo. Isto aconteceu em meados
de março de 2020. As principais empresas transferiram dispensaram seus
empregados de seus escritórios e deixaram as tecnologias separadas de seus
operadores. Trabalhadores em casa e tecnologia nos escritórios. Os empregados passaram
a trabalhar remotamente de dentro de suas casas.
No Brasil, 20,8 milhões de pessoas passaram a trabalhar
no regime de Home Office, aproximadamente 22,7% dos postos de trabalho.
Profissionais ligados à ciência e intelectuais logo se adaptaram, seguidos de
diretores e gerentes, de apoio e administrativo e técnicos de nível médio.
Quando os empregados, agora em casa, que são também pais,
maridos, filhos, genros etc. abrem seu laptop, imediatamente duas crianças
postam-se uma de cada lado e começam as perguntas. Enquanto isso, a esposa, na
mesma situação, pergunta da cozinha:
- O que faço para almoço?
A partir daí começa o calvário, os efeitos não desejados
do Home Officer? Listados, quais os mais citados:
- A DESPREPARAÇÃO para operar as máquinas. Nem todos
estão preparados, além disso, há desproporção de aprendizado. Uns dominam mais
outros menos. Daí nasce um descompasso no ritmo de trabalho e produção entre
uns e outros.
- SINTOMAS “DAS SOMATIZAÇÕES”. Problemas digestivos, ciclo de sono,
alimentação, descanso. As pessoas começam a perceber o aumento dos níveis de
colesterol, triglicerídeos. Apresentam-se problemas de artrose e perda de
mobilidade.
- HORÁRIOS ESTENDIDOS. As pessoas passam a trabalhar
mais, na hora de refeições, viagens, descanso, lazer. Estão continuamente
conectadas ao trabalho. Antes o trabalho tinha um lugar e um tempo. Agora é
contínuo em toda parte. Agora voltamos para solidão, sem encontros informais e
conversas na roda de café.
- ALÉM DO TRABALHO PROFISSWIONAL soma-se outros, como
tarefas escolares dos filhos, teletrabalho, videoconferências, tudo ao mesmo
tempo.
- DESMOTIVAÇÃO. O estresse e a monotonia das atividades deixam
de ser atraentes e ja se tornam monótonas.
Quando se ouvia falar sobre a nova forma da relação de trabalho, era o futuro.
ResponderExcluirAgora chegou rápido, tivemos que nos adptar.
E deixar as desculpas para correr e apreender,pegos de surpresa.
ResponderExcluirE na maioria despreparados.
ExcluirCuidar de crianças sem escola, trabalho sem escritório,casa sem a faxineira.
Muita aprendizagem.
E de repente nada é seguro, o inimigo é invisível, cada momento pode ser o último.
ResponderExcluirMuiito difícil, no meio familiar para trabalhar, nossa atenção é dispersa...
ResponderExcluirPais, professores e alunos correm para apreender, muito difícil o momento, mas será nossa realidade, cada dia mais conectados no trabalho.
ResponderExcluirParece até que o mundo virou de ponta cabeça,inverteram os polos.
ResponderExcluirRealidade cruel, humanos escravos das tecnologias, crianças compulsivas presas em casa adoecendo.
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