O
Professor José Mauricio de Carvalho, Professor do IPTAN de São João del-Rei, com
uma palestra no auditório do Instituto Cervantes de São Paulo, apresentou no 3
do mês corrente, o seu novo livro intitulado Ortega y Gasset e nosso tempo.
A palestra foi assistida pela comunidade espanhola da cidade, alunos e
estudiosos de filosofia presentes ao evento. A palestra foi precedida por uma
síntese do pensamento orteguiano feita pelo Professor Juan Carlos Vidal,
Diretor do Instituto Cervantes e estudioso de Ortega y Gasset. Juan Carlos
lembrou da importância do filósofo madrilenho como intérprete de nosso tempo e
ao mesmo tempo um homem vivamente envolvido com as questões de sua pátria. Em
seguida, passou a palavra ao Professor José Mauricio. Este afirmou que o livro
pretende ajudar a pensar os nossos dias e suas dificuldades, refletindo sobre
questões fundamentais, entre as quais: como viver em nosso tempo? Como tratar
dos espaços existenciais e nossas relações? Por que viver parece tão difícil
hoje em dia? Como o homem lida com as limitações e a morte, e também com as
incertezas, esperanças, crenças, descobertas e perdas que pontuam a existência?
Como dar um sentido à vida?
Na
continuação, José Mauricio explicou que Ortega y Gasset define viver como o que
fazer na circunstância, principalmente diante do novo. É nessas situações que é
mais necessário achar o sentido do que se faz, pois não basta se esforçar para
viver, sem sentido o esforço vira melancolia, marca do Dom Quixote na famosa
novela de Miguel de Cervantes. Em seguida, lembrou como a questão do sentido
aparece em nossa literatura, afirmando que para Ortega y Gasset a vida é sempre
perigosa naquele sentido que Guimarães Rosa mencionou em Grande Sertão: Veredas. Ao lembrar o escritor brasileiro fez uma
homenagem a esse clássico de nossa literatura, que comemora, este ano, sessenta
de publicação e é uma das mais importantes peças literárias do país. Publicado
em 1956, um ano após a morte de Ortega y Gasset, o livro de Guimarães Rosa
menciona os caminhos e descaminhos da alma humana no esforço do sentido.
José
Mauricio recordou ainda que desde a publicação do seu primeiro livro sobre o
filósofo espanhol em 2002, dezenas de teses de doutoramento foram defendidas
sobre ele, surgiu a revista de Estúdios
Orteguianos, dirigida por Javier Zamora Bonilla que estuda exclusivamente a
obra do filósofo espanhol, e lembrou ainda que foi reeditada suas Obras Completas pela Taurus. Disse que
no Centro dos Estudos Orteguianos, em
Madri, se sucedem debates e exposições que permitem entender o filósofo cada
vez mais profundamente e que tudo isso renovou a compreensão da sua filosofia.
Esclareceu que o livro quer trazer ao público brasileiro as novidades mais
importantes resultado dessas iniciativas, além de mostrar a atualidade do
pensamento orteguiano para entender o nosso tempo.
Concluiu
que, em nossos dias, refletir sobre a vida, tema essencial de Ortega, é
exigência para a superação da rotina de trivialidades e do esforço vazio de
sentido. Rotina de trabalhos superficiais e esgotantes, da muito árdua luta
pela sobrevivência, tanto mais dura quanto mais dificuldades a vida traz. E terminou
dizendo que pesquisas recentes mostram que o estudo da Filosofia melhoram a
inteligência das crianças e torna melhor a vida do adulto.
Bem, o livro parece ser um bálsamo para nossos dias tão pequenos de sonhos e esperança. Que tenhamos tempo para uma leitura agradável.
ResponderExcluirConcordo e acredito que a educação transforma,
ResponderExcluira filosofia é o caminho.
Esforço vazio sem sentido, parece que estamos incompletos.
ResponderExcluirParece ser um bom livro. Parabéns.
ResponderExcluirBem legal.
ResponderExcluirA filosofia ganha muito com este lançamento.
ResponderExcluirParabéns professor.
Bem legal.
ResponderExcluirAcredito que será uma ótima leitura, afinal está complicado situar-nos em nosso tempo, o tempo já está sem tempo, parece loucura, mas corremos sem saber para onde.
ResponderExcluirImagine começar a educar as crianças dando-lhes oportunidade de elaborar seus conceitos, com certeza teremos jovens mais preparados para a vida.
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